Mensagem
por Sharivan » 03 Out 2016 16:02
Na minha opinião, é o tipo da coisa "que sequer precisa ser vista ou ouvida para saber que não ficou legal". Explico: Nirvana é uma banda com uma sonoridade bastante peculiar e, apesar de, como já disseram, de fato não ser um primor em nenhum aspecto, tinha, contudo, dentre outros detalhes bastante singulares, uma energia e pegada únicas. Quer dizer, se destacou por um conjunto de elementos distintos, tanto é que inspirou e ainda inspira várias outras bandas até hoje. Além disto, a banda se confunde com a figura do seu emblemático vocalista, Kurt Cobain, que era ao mesmo tempo simples mas também totalmente diferente.
Um cover minimamente decente do Nirvana tem que levar em conta que o som da banda nascia de uma série de peculiaridades que resultava numa pegada musical diferente de tudo que se tinha na época, sem falar no vocal, que acentuava toda essa distinção, e isto tudo a partir de um "arroz com feijão" quanto a aspectos técnicos; era uma sinergia exclusiva. E é por conta disto que praticamente todos os covers de Nirvana não agradam: alguns tentam reproduzir todas as características da banda, mas falham por não conseguirem passar a mesma "pancada", seja de forma sútil, como em Something in the way ou de forma mais bruta, como na famosa Smells like teen spirit; outros, mais ousados, inventam de mudar a sonoridade, "dar um toque pessoal", mas dai fica pior ainda, porque o "jeitão" do Nirvana é imprescindível em suas músicas.
Interessante é que, por outro lado, quando foi a própria banda fazendo covers, ou, melhor dizendo, a sua versão de outras músicas, ficou muito bacana, especialmente porque o Kurt conseguia colocar o estilo dele de uma maneira tão sutil quanto abrupta: em momentos você pensa "ah, ele tá pegando leve...", em outros, "uau, a música ficou a cara do Nirvana!", e um baita exemplo disto é The man who sold the world, que até hoje muita gente não sabe que, na verdade, se trata de uma regravação de uma música dos anos 70 de ninguém menos que David Bowie! O próprio Bowie, quando do auge do Nirvana, ficava de cara com a então nova geração que achava que era o britânico que inventava de cantar uma canção "do Nirvana" em seus shows!
Então, no meu ponto de vista, músicas do Nirvana quase sempre não ficam boas em novas versões, por sinal, até hoje não me agradei com nenhuma alternativa, pelo contrário, quando fogem totalmente do ritmo original, ficam piores ainda. E o que dizer quando quem ousa "dar o seu toque" na música sequer é cantor? Penso que não tem jeito, sempre vai faltar aquela pegada musical inata da banda e do seu caraterístico vocalista. Fora isso tudo e finalmente, devo confessar que costumo não gostar de uma nova versão cantada em voz feminina quando a original era em voz masculina e vice-versa, e isto para qualquer canção.
Eis que Deus é a minha salvação; nele confiarei, e não temerei, porque o SENHOR DEUS é a minha força e o meu cântico, e se tornou a minha salvação. Isaías 12:2