Bublegamers escreveu:Existem estilos diferentes. Eu aprendi a gostar do humor norte-americano - aquele que quase ninguém acha graça por aqui - e lhe digo que é possível fazer rir sem comparações estapafúrdias ou exageros de estereotipos, que como eu apontei, geram aquelas condições de ganha-perde ao invés do ganha-ganha. E isso é cultural. A nossa tradicional dicotomia não nos permite ver muito além de "nós" e "eles", "sim" e "não", "meu" e "seu"... por isso tudo acaba se tornando comparações e, por conseguinte, competições lúdicas... ao perdedor, a chacota da piada.
A gente chega lá. Tudo evolui.
Mas isso é seu gosto, o que eu vejo aqui é muita gente censurando o humor que outras pessoas gostam, eu gosto de humor auto-depreciativo, e gosto de humor ácido, já ouvi piadas sobre o holocausto que me fizeram rir (Contadas por um humorista judeu inclusive, não que isso fosse necessário para ele ter o direito de fazê-la), já fiz piadas sobre a morte da minha mãe e todos riram quando todos estavam chorando. O riso é algo provocado e não controlado, a piada não é feita para ser levada a sério, não é um panfleto, não é propaganda, é piada! Como eu disse, não existe piada sem um alvo, de Bolaños que acertava o Vivar com uma bola, até o Adam Sandler que faz piada com tudo, todos tem um alvo, seja o atrapalho do chaves, ou você mesmo como alvo. Existem piadas que tomam como alvo algo genérico, o gay, o negro, o português, a loira, o papagaio. Isso não é ninguém, é uma ideia genérica, aqui no Brasil temos uma cultura muito diferente dos EUA, onde nossos humoristas para terem direito de falar disso tinham que se vestir e fazer piadas auto-depreciativas ou com esses grupos como um personagem. Ou seja, não é diferente quando o Miguel Falabela entra no personagem Caco Antibes e fala sobre pobres, de se eu chegar hoje em um Stand up e começar a falar sobre pobres. O Chico Anisio tinha o café bola preta, onde branco não entra, os Trapalhões tinha o Didi perguntando, cadê o macaco, e o Muçum perguntava: "O que tem eu?". Hoje tem um programa na Multishow onde 2 homossexuais fazem piadas com homossexuais e com pobres, e ninguém patrulha os caras, porque parece que eles tem licença para tal por fazerem parte do grupo, o que é de uma idiotice sem tamanho. Você não achar graça da piada não é motivo para classificar alguém como racista, ou qualquer outro "ista" da vida.
Como o outro colega escreveu sobre a minha primeira mensagem, ele não acha graça em piadas com minorias, ele gosta de piadas com poderosos, no meu caso eu acho graça em tudo que acho graça (Parece redundante né? Mas é exatamente isso) eu não me importo quem é o alvo da piada, pode inclusive ser eu, porque quando busco uma piada eu quero apenas rir, pois essa é a única função dela. Mas isso não te da licença para censurar ninguém, ou mesmo julgar alguém, porque ele não está discursando, ele está apenas fazendo piadas, levar a sério artistas é uma herança maldita que carregamos de 64, a esquerda que tomou o poder pós redemocratização pois "Caetano, Chico, Gil" como arautos do conhecimento, como se a palavra de um artista fosse mais que apenas sua opinião, desde então, parece que é obrigatório levar a sério declaração de pessoas não especializadas em certas áreas, só por eles serem famoso, um repórter perguntando para a Isis Valverde qual sua posição politica é tão babaca quanto perguntar pro Michael Jordan o que ele acha que falta na Seleção Brasileira para que ganhe mais uma Copa. Então, a única coisa que alguém pode fazer para combater as piadas que não gosta, é deixar de consumi-las, boicotar mesmo, o cara não tiver público é porque a piada dele não serve, e se fizerem uma piada com você e você não gostar, manda um processo, o que me fode é nego processando alguém por piada genérica só porque ele faz um show de cara limpa, sem utilizar personagens para falar sobre determinados grupos!