Derfel escreveu:Exato, hahaha.
Não só para o Silas, mas para o conservadorismo em geral, o homossexualismo é um comportamento deliberado. Sendo assim, o indivíduo pode se livrar desse tipo de comportamento uma vez que a posição ideológica deles considera o homossexualismo imoral.
No extremo oposto ideológico, a posição é até semelhante: o indivíduo é livre para escolher seu gênero, sua sexualidade e etc, e essa escolha deve ser incentivada, qualquer que seja.
Obviamente, a ciência vem descobrindo um ponto no meio dessa idiotice. Não há controle sobre suas preferências sexuais (assim como não posso decidir que adoro fígado da noite pro dia), isso é um construto complexo fisiológico e cultural - chamado de identidade sexual, atendendo diversas variantes como hetero, homo, bi, tri, quadri, pan sexual, haha.
Já no gênero também há variações. Como masculino, feminino e variantes do hermafroditismo (geralmente estéreis).
Como a formação do aparelho reprodutor e das preferências sexuais são processos distintos e ocorrem em etapas distantes da vida do indivíduo, surge o que é chamado hoje de identidade de gênero - os trans, travecos e etc.
Mas perceba, em nenhum momento o indivíduo pode escolher o que ele gosta e como ele se vê entre gêneros.
A questão dos gêmeos corrobora uma influência estatística. Como eu te falei, sempre se fala em média, frequência populacional e etc. Esse estudo serve pra ver algo como até onde a genética pode influenciar (nunca determinar). Isso porque esse estudo não considera a influência das variações hormonais durante a vida intrauterina, nem o componente cultural que já se sabe ter parcela de influência.
pois é, como eu imaginava...
olha como são as coisas... eu confesso ter ficado meio surpreso com essa reviravolta na estratégia dos moralistas
eu não tenho paciência de ficar escutando esses discursos moralistas fajutos que querem sempre chegar aos mesmos fins, e por isso não imaginava que tinha ocorrido tal mudança nos meios
quer dizer, antes era o determinismo que servia a essa perspectiva moral uniformizadora (não é nem digno chamar isso de 'moral'- moral é outra coisa), porque se a natureza te fez de tal sexo, oposto a outro, então você deveria seguir essas determinação, ou estaria revelando ter algum problema, algum defeito 'natural' passível talvez de tratamento ou conserto
de qualquer modo o cara seria parte de uma minoria biologicamente malograda ou anormal, incapaz no fundo de exercer satisfatoriamente a própria sexualidade
agora os cara inverteram as coisas, abrindo mão do determinismo biológico pra criar uma determinação deliberada e moralista- mas alguém perguntou pra ele por que a determinação sexual dele é a melhor? o que ele faz? apela nessa hora pra bíblia?
nesse caso, achei muito bons os resultados apresentados pela ciência
embora eu tenha plenamente consciência de que os resultados científicos não têm que ser bons,
e sim 'verdadeiros'
mas ao menos eles confirmam que as melhores intuições acerca da natureza, como algo flexível, não totalmente determinado e acabado, mas sempre em processo e aberto a possibilidades, estão sendo felizmente verificadas pela própria ciência, que de um tempo pra cá também vem reavaliando suas próprias formas de abordagens e sua relação com o conceito de verdade
eu entendo perfeitamente o que você quer dizer quando afirma que as pessoas não podem escolher gostar disso ou daquilo; e também compreendo as vantagens existentes aí pra afirmação das liberdades sexuais
mas eu acho que o ponto nessa discussão toda é sobre a possibilidade das pessoas poderem ou não gostar do que gostam
é nesse ponto que o preconceito costuma agir, sugerindo que a preferência sexual de alguns são anormais ou doentias
é importante frisar que as pessoas podem escolher gostar do que gostam- elas devem ter o direito de desfrutar dessa liberdade
não vejo nenhuma preferência sexual como doentia
se algo é doentio ou criminoso, então é o abuso sexual
e eu não me considero pró-gay
pró-lésbico
pró-heterossexual,
ou seja lá o que for
sou apenas pró-liberdades individuais- seja de que tipo forem e desde que não constituam abuso de outros