acho genial. tem uma forma única de expressãoluis fabiano escreveu:Gosto do nelsão, mas entre os escritores e cronistas brasileiros acho ele um pouco superestimado.
Baden escreveu:acho genial. tem uma forma única de expressão
e no teatro é o maior, o shakespeare brasileiro
incontestavelmente um grande escritor
falei que era o shakespeare apenas no sentido de que é incomparavelmente melhorluis fabiano escreveu:Deve ser questão de gosto apenas. Teatro tenho preferência pelo ariano e pelo dias gomes e como escritor, a meu ver, o machado é inigualável. Mas isso em nada diminui a grandiosidade do nelson.
Não acho ele um shake. Está mais para um bukowski mais alegre e mais sóbrio.
mas ser dramaturgo é também ser escritorQueixodevidro escreveu:Nelson como escritor era um ótimo cronista esportivo e só.
Escritor escritor mesmo ele nunca poderia ser comparado com Machado de Assis e Guimarães Rosa, os dois maiores escritores brasileiros.
Mas é aquele negócio, gosto é igual escritor, cada um tem o seu favorito.
Você tem razão e mostrou conhecimento. De qualquer forma, isso é discussão pra outro tópico. João Cabral é genial, Drummond também, colocaria ambos no mesmo nível do Machado e do Rosa, mesmo considerando gêneros. Mas ainda não colocaria Nelson Rodrigues nesse grupo. As histórias, ou dramaturgia do Rodrigues são planas, nada demais, estão sempre girando em torno de sexo e traição. Tornaram-se moda como os livros do tal Dan Brown nos dias de hoje. Só. Mas volto a dizer, é minha opinião, nada mais.Baden escreveu:
mas ser dramaturgo é também ser escritor
escritor do gênero dramático
nesse gênero o nelson é muito mais escritor que o machado- que também escreveu suas peças, sem obter qualquer sucesso parecido
não há como um grande dramaturgo do século XX, e maior dramaturgo brasileiro de todos os tempos, não ser um grande escritor
é como dizer também que Drummond ou João Cabral não foram grandes escritores
lógico que eles foram, enquanto escritores líricos
gênero em que o Guimarães Rosa, que escreveu seus poemas, não chega perto de poder concorrer com eles
Bom, é uma questão de preferência...Queixodevidro escreveu:Você tem razão e mostrou conhecimento. De qualquer forma, isso é discussão pra outro tópico. João Cabral é genial, Drummond também, colocaria ambos no mesmo nível do Machado e do Rosa, mesmo considerando gêneros. Mas ainda não colocaria Nelson Rodrigues nesse grupo. As histórias, ou dramaturgia do Rodrigues são planas, nada demais, estão sempre girando em torno de sexo e traição. Tornaram-se moda como os livros do tal Dan Brown nos dias de hoje. Só. Mas volto a dizer, é minha opinião, nada mais.
Post enviado através do poder da mente.
Kozak escreveu:Não passa de um Mencken dos pobres. Cínico forçado e fajuto. Uma ou outra frase interessante. O resto é acidez afetada e cinismo de boutique. Sem contar que seus temas eram sempre os mesmos. O que esperar de alguém que levava futebol tão a sério?
Muito superestimado pelos dinossauros. Quem ouve os caras pensa que foi um gênio mundial e atemporal.
Bom, como diria Voltaire:Baden escreveu:Bom, é uma questão de preferência...
Acho que Machado está mesmo em outro patamar. Quanto aos outros, não sei. Difícil comparar gêneros, é como medir Picasso contra Kafka- essas coisas.
Mas a maior força do Nelson tá no teatro, e essa temática que você critica é uma das maiores responsáveis por ela. É muito mais um material que ele usa, não como contexto ou de modo afirmativo. Ele pega esses valores de um tipo de vida social particular e lança poeticamente num plano quase atemporal. Faz tragédia de situações banais na vida do homem comum, quase um sub-homem. Corrói o modelo de vida burguês ancorado na célula familiar e na divisão moderna do trabalho. Revela o caos que fervilha sob essa suposta ordem, a natureza que avança e estraçalha sem qualquer piedade as mais orgulhosas pretensões da cultura. Exibe essa destruição de um modo paradoxal que, tangendo o absurdo, arranca um riso indecente e vexaminoso de quem presencia a catástrofe. O trágico e o cômico se misturam de uma forma descaradamente promíscua. Tudo isso lapidado por uma linguagem cuidadosamente trabalhada: seca, econômica, rascante, em que pobreza de expressão e manifestação de beleza estranhamente confluem.
Além de ser um grande autor, o Nelson Rodrigues criou uma forma de expressão singular, inconfundível- um idioma próprio. Poucas autores fazem isso.
Há outros grandes autores, certamente, mas não conheço nenhum que tenha reunido essas características que se encontram no teatro dele.
A experiência de ler Nelson se aproxima da experiência de ouvir Miles, Hendrix e outros: nos primeiros acordes já se reconhece quem está tocando, Assim como é possível reconhecer um grande pintor apenas observando um cantinho isolado do quadro, porque aquele estilo de pincelada é inconfundível.
Enfim- embora isso realmente não importe, quando chamam o cara de gênio não é nenhum exagero.
hehe,Queixodevidro escreveu:Bom, como diria Voltaire:
"Posso não concordar com nenhuma das palavras que você disser, mas defenderei até a morte o direito de você dizê-las."
Belas e apaixonadas palavras.
"O dinheiro compra tudo, até amor verdadeiro." Essa frase é foda demais hahaAnônimo escreveu:De acordo com a biografia do Ruy Castro, o Nelson Rodrigues não bebia. Ele tinha sérios problemas de úlcera, o que dificultava até a sua alimentação. Em compensação, é raro ver uma foto onde ele não esteja fumando. Creio que 90% das fotos tem o NR acompanhado de um cigarro.
Minha frase preferida: " O dinheiro compra tudo, até o amor verdadeiro".
NR tem que ser entendido dentro do contexto. A sua importância vem de um certo pioneirismo na linguagem usada no teatro.
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