Revolver Assassino escreveu: ↑02 Jun 2025 17:59
ah, cara...o pirulla teve a chance dele, ficou bem conhecido...colou com a galera do nerdcast, lembro dele de lá...
divulgador cientifico não deve ser a forma mais fácil de ser um youtuber bem sucedido, mas hater todos vão tomar....
lembro de uns vídeos dele que era 40 minutos dele falando andando olhando pra uma camera...fui ver o canal dele tem mais de 1 milhão de inscritos, aí vc vai ver não tem 10 shorts...
agora pega o cara do canal ciência todo dia...são escolhas de como fazer os vídeos, duração, edição, formato dinamico, etc...
Peixola escreveu: ↑02 Jun 2025 19:58
Eu entendo, mas discordo fundamentalmente da ideia.
Esse espetáculo em video é meramente uma regressão cultural e não uma divulgação científica. Em shorts, pior ainda, é impossivel passar um conceito em 1:30 minutos.
Isso ja foi amplamente discutido e o consenso que o melhor método para aprender é simplesmente ler e estimular a interpretação e abstração. Ou então uma palestra direta, sem edição ou firula.
Ao ponto que o nível de leitura vai diminuindo e a quantidade de estímulos vai aumentando, há um emburrecimento geral. Ninguém consegue prestar atenção em nada. Chegam ao cúmulo de assistir séries em 1,5 e 2x. Isso é comportamento de criança, que não consegue manter o foco.
Porém quanto mais você lê, melhor se torna leitor. Quanto mais assiste televisão, não muda nada.
Mas eu entendo que o jogo é esse e se quiser ganhar dinheiro tem que dançar conforme a música.
Acho que o ponto de vista dos dois é bem válido, e é algo bem discutido no meio da divulgação científica. Em todo evento sobre o tema discute-se essa questão, de como tornar a divulgação científica mais comercial, atrativa, rentável e disseminada. E a discussão avança até um determinado ponto de convecção que é: qual o limite entre fazer comunicação científica atrativa e entretenimento puro? É uma linha que não parece ser tão tênue e parece até ser meio óbvia mas no contexto de redes sociais, onde um algoritmo estimula certos tipos de conteúdo em detrimento de outros, já vimos muitos canais que se perderam no meio do caminho ou que são confundidos com divulgação científica sem serem.
Além disso, existe também o recorte de público. Você não divulga apenas para um grupo totalmente leigo. Existe o leigo, existe o entusiasta, existe o hobbista, existe o especialista. Todos esses recortes precisam ser atingidos e nem todos são, necessariamente, tão rentáveis. A escolha em permanecer em um nicho vem da abdicação do lucro, da fama e até do reconhecimento. Mas precisamos também de especialistas na divulgação científica, não apenas de generalistas.
Só que, no caso do Pirula, não é só sobre escolhas dentro da divulgação científica. Existiu uma questão entre Pirula e a bolha olavista muito séria, principalmente com outros influencers que também se tornaram relevantes. Muito porque o Pirula também fez parte de uma turma ateísta, inclusive com muita gente meio duvidosa. Isso fez com que o hate em relação a ele escalasse bem mais do que o normal e esperado para qualquer divulgador científico. É uma questão mais pessoal.