Werdum abre o jogo: dieta, treinos na academia de Spider e rixa com Cigano

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Pep10
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Werdum abre o jogo: dieta, treinos na academia de Spider e rixa com Cigano

Mensagem por Pep10 » 24 Fev 2017 11:21

Por Evelyn Rodrigues - Los Angeles, EUA

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Werdum leva o chimarrão pra tomar após o treino de musculação (Foto: Evelyn Rodrigues)


Primeiro colocado no ranking peso-pesado do Ultimate, Fabricio Werdum quer ter uma vitória de impacto no UFC 211, quando enfrenta Ben Rothwell, dono da quinta posição, no card principal do evento. O objetivo? Garantir o posto de próximo desafiante ao título.

"Vai Cavalo" e Spider sempre tiveram uma boa relação e até treinaram juntos no passado, mas acabaram tendo um desentendimento depois que Werdum derrotou Rodrigo Minotauro no duelo de treinadores do TUF Brasil 2, em 2013. Por conta disso, os dois ficaram mais de dois anos sem se falar. Eventualmente, eles acabaram retomando contato depois de viajarem juntos à trabalho para o Daguestão. Hoje, o mal-entendido ficou para trás e Werdum, inclusive, utiliza a estrutura da academia do ex-campeão dos médios para se preparar para a luta contra Rothwell.

Durante o bate-papo, o gaúcho abriu o jogo e falou sobre esse e outros assuntos: confessou que não consegue fazer dieta, disse que está trabalhando para melhorar o relacionamento com o UFC e voltou a alfinetar Junior Cigano, que disputa o cinturão da categoria no mesmo card, em revanche contra Stipe Miocic.

Confira a entrevista na íntegra:

- Estamos aqui na academia do Anderson Silva, em Torrance. Vocês ficaram um tempão sem se falar depois da sua luta contra o Rodrigo Minotauro, na final do TUF Brasil 2. Como vocês voltaram a se falar?

Na verdade, foi uma coisa de amigo ferido. Sempre fui amigo do Anderson, sempre tive uma boa relação com ele. Só que na hora da emoção ali, ganhei do Rodrigo Minotauro, abracei o Minotauro, aquela coisa de respeito, abracei o Dória e fui abraçar o Anderson. Aí ele falou: “Abraço não”. Mas não foi na maldade. Acho que ele pensou que eu queria comemorar com ele, e não era essa a situação. Eu entendi o lado dele, pelo fato de que ele era amigão do Minotauro. Hoje eu consigo entender. Mas a gente ficou um tempão sem se falar, até porque a gente não se viu mais depois disso.

- Quando foi a última vez que vocês se viram depois disso?

A última vez que a gente se viu depois disso, estávamos indo juntos do Daguestão, íamos fazer presença num evento. O Joinha (Jorge Guimarães) também estava indo, e aí ficou aquele clima de não se falar. Estávamos no mesmo avião, um do lado do outro, no mesmo hotel, e ficávamos na mesma sala aguardando as coisas. Então, não tinha como não se falar. Até porque eu também sou amigo do Joinha, então eu fazia aquelas brincadeiras, porque sou assim, e o Joinha ria, o Anderson ria, mas não queria mostrar que estava rindo, sabe? Então foi aquela coisinha, mas depois começamos a nos falar. Ficamos quatro dias, cinco dias juntos. A gente só não dormiu juntos, né? (risos).

- Quando começou a treinar aqui na Muay Thai College?

Eu comecei a treinar aqui já faz um tempo, porque o Rafael Cordeiro me recomentou o Marcos, que é um professor de boxe aqui da academia do Anderson. Ele é mexicano e aí comecei a vir aqui, porque moro aqui do lado. E ele me falou: “Werdum, a academia é sua. Usa e fica à vontade”. E tem sido ótimo. Treino no Rafa, e levo uns 30 minutos pra chegar lá, e aqui fica bom pra fazer musculação e a parte do boxe.

- Como está o camp?

Vou lutar dia 13 de maio contra o Ben Rothwell. Era pra gente ter se enfrentado antes, não aconteceu antes porque ele se machucou. Dessa vez, estou me preparando bem, comecei o camp e estou me sentindo melhor do que da outra vez. Pra começar o camp é sempre difícil, até pegar o ritmo de novo…porque sou aquele cara que luta com 108 kg, mas depois para um pouco de treinar, meu peso sobe rápido, 112 kg, 114 kg. Com 114kg já não sinto aquela facilidade de tirar a camisa. Com 107 ou 108 kg dá para tirar, agora, por exemplo não dá! (risos). Estou com 110 kg, não sou muito bom na dieta, não é minha especialidade.

- Você melhora a dieta quando chega perto da luta?

Sim. Nesse último camp, no qual estava me preparando para enfrentar o Cain Velásquez, eu contratei o Michael Costa, que é da Chute Boxe das antigas, faixa-preta do mestre Cordeiro. Ele mora em Las Vegas e veio até Los Angeles me ajudar nessa parte da dieta. Eu não consigo fazer dieta, não adianta, é o meu problema. Todo mundo tem uma dificuldade e eu sei que tenho dificuldade na parte da dieta. Se ele falasse o que eu tinha que fazer, eu ía fazer no primeiro ou segundo dia, depois eu sei que não ía fazer porque eu tenho uma facilidade enorme de comer tudo (risos). Eu sou um peso-pesado, mas também não gosto de entrar aparentemente fora de forma. Às vezes, eu até entro um pouco gordinho, mas tem que estar bem fisicamente. Quando você perde uma luta, as pessoas falam muito: “Ah, perdeu porque estava gordo! Estava fora de forma”. Acontece, então prefiro entrar melhor fisicamente.

- Como você tem dividido os treinos?

Praticamente é um camp igual aos outros. Às segundas, quartas e sextas-feiras, treino com o Rafael Cordeiro, em Huntington Beach, à tarde faço musculação e preparação física aqui com o Mike, mas como está longe da luta ainda, é mais para pegar força mesmo. Às terças e quintas-feiras treino com o Cobrinha na parte da manhã, e ele me ajuda também na parte da resistência. Já contratei dois sparring grandes, de 120 kg a 130 kg, pra eles ficarem por cima mesmo, me amassar bem, pra eu me acostumar com esse peso. Esse peso é um pouco diferente. Caras como o Ben Rothwell têm que fazer dieta para baixar de peso para chegar no limite da categoria, que é o 120 kg. Eu nunca tive esse problema.

- Como você analisa o Ben Rothwell taticamente?

O Rothwell é um cara bem perigoso, já nocauteou vários oponentes. Os caras que quiseram trocar com ele caíram, porque ele realmente bate forte, pelo menos aparentemente. Eu não senti ainda (risos). Falaram que o Cain batia forte, e quando eu lutei contra ele senti que ele batia forte mesmo, mas eu estava bem preparado. Então, estando bem preparado, com uma boa estratégia, sem afobação, sem aquela estratégia de “vamos ver qual é que é”, as coisas mudam. Se eu entrar para “largar na mão” vai ser uma burrice da minha parte. Por isso, preciso fazer a parte da estratégia direitinho com o Rafael Cordeiro, porque chegou uma parte da minha carreira que é diferente agora. Antes, eu ía, azar, aceitava qualquer oportunidade, topava tudo. Agora não é mais assim. Estou com 39 anos, tenho que pensar bem no que vou fazer. Sei que estou a um passo do cinturão e quero disputar o título ainda em 2017. Sei que tenho essa luta, e todo mundo sabe que eu sou o número um do ranking. Era para eu ter lutado antes, mas aconteceram alguns problemas com o UFC e eu não pude lutar. Agora é fazer a estratégia certa pra vencer essa luta primeiro, e depois enfrentar ou o Stipe Miocic ou o Cigano.

- Ele é o quinto do ranking e vem de derrota pro Junior Cigano por pontos. Como você analisa os pontos fortes dele comparando com os seus?

Eu me vejo melhor tecnicamente, na parte do chão, wrestling, no muay thai. Eu vejo que ele é um cara muito bruto, não tem muita técnica. Mas eu sei que ele é perigoso e ele já mostrou isso várias vezes. Porém, sou mais técnico do que ele. Acho que se eu fizer uma estatégia boa, me movimentar bem, mais rápido, sendo egoísta, no sentido de só bater e não deixar ele me acertar, acho que vou sair com a vitória e, quem sabe, possa roubar a cena do UFC 211? Pode acontecer. De repente entra uma voadora no meio do caminho. No começo não, mas no meio pode ser que eu acerte.

- Como você vê a revanche entre o Stipe Miocic e o Junior Cigano?

Eu vejo uma luta muito interessante, porque o Miocic e o Cigano já lutaram. Foi uma luta bem parelha, de cinco rounds, então ficou 2 a 2 e, no quinto round, o Cigano realmente ganhou. Muita gente deu a vitória pro Miocic, mas eu dei pro Cigano, porque eu achei que ele ganhou mesmo, fez a diferença, botou para baixo, deu mais ritmo na luta. Porém, acho que a revanche vai ser diferente. Como o Miocic é o atual campeão, acho que tem aquela coisa da confiança do campeão. Eu já senti isso, acontece, e ele vai sair na vitória por pontos. Acho que vai ser uma luta bem parecida, mas acho que dessa vez o Miocic leva.

- Se o Cigano ganhar, porém, pode ser o cenário perfeito pra revanche entre vocês...

E aí as pessoas vão perguntar: “Mas você não vai torcer pro Cigano?”. Não, não vou torcer pro Cigano. Pras pessoas que não sabem, a gente tem uma rixa, mas foi mais ele quem criou, eu não criei tanto. A gente lutou em 2007 ou 2008, mas ele começou a falar muita coisa a meu respeito na internet e eu não achei legal. Eu já não era o campeão para ele falar alguma coisa de mim. Até tem uma história que, quando eu lutei com o Cain Velásquez no México, o Cigano estava lá como lutador convidado. Alguns amigos meus que estavam perto dele me disseram que ele estava torcendo muito por mim, que ele vibrou quando eu ganhei. Mas eu disse que não tinha como. Ele não estava torcendo porque eu sou brasileiro, porque ele é meu amigo, pois não somos amigos. Qual era o pensamento dele? “Já perdi duas vezes pro Cain Velásquez, ganhei do Werdum uma vez lá atrás”. Então, na cabeça dele, ele acha que ganha de mim, mas não ganha do Velásquez. Por isso que ele estava torcendo pra mim, porque achou que eu ía ganhar o cinturão e ele ía tirar o cinturão de mim. Porém, acho que vai acontecer o contrário agora, porque ele achava que iria tirar o cinturão de mim, mas eu sei que vou tomar o cinturão do Cigano. Se ele ganhar do Miocic, a gente vai lutar.

- Qual derrota doeu mais e qual revanche você quer mais? Miocic ou Cigano?

A derrota faz parte. Obviamente, eu gosto muito mais de ganhar ou de perder. Todo mundo perde um dia, todo mundo já teve esse gostinho da derrota, que é horrível mesmo. Quando você ganha dá tudo certo, chove patrocínio, todo mundo quer falar com você, mas quando você perde, tudo começa a ser o contrário. É ruim mesmo. Meu objetivo é o cinturão, mas é 60% pro Cigano e 40% pro Miocic. É mais pro Cigano porque ele falou uma coisa que eu não gostei, disse que eu era uma mentira que deu certo e eu sei que eu tenho a minha história, tenho quase 20 anos no MMA. Foi uma besteira que ele falou. Já até falei que ele está forçando, tentando ser o Conor McGregor brasileiro, mas não combina com ele. O Cigano é um cara mais tranquilo, na dele, não falava muito. Quando ele não falava muito era o campeão. Começou a falar besteira, não combinou com ele. Não o conheço fora do mundo da luta, mas sei que esse não é ele. Sou um cara que não fala de ninguém, porque aprendi com um erro do passado, mas se falarem de mim eu vou responder.

- Como está a sua relação com o UFC?

A relação com o UFC está boa, eles até queriam que eu lutasse há algum tempo, me ofereceram algumas lutas, mas eu não estava preparado naquele momento, porque depois que cancelaram a luta com o Cain Velásquez, eu parei de treinar. Fui viajar, dar seminários, fazer presença em eventos, então tirei o pé do acelerador, parei de treinar. Por isso, não tinha como eu fazer essa luta, seja contra quem fosse. E chegou um momento na minha carreira que não tenho que aceitar tudo, tenho que fazer do jeito que eu quero fazer. Não falo de escolher luta, não é isso, mas é o momento que tem que ter cuidado, fazer o camp certinho, já sou um coroa, né? Já estou com 39 anos.

- A troca de farpas entre você e o Cigano só cresce. Ele disse recentemente que não tem interesse em te enfrentar no futuro e que a revanche que ele gostaria de ter é contra o Cain Velásquez...

O Cigano, primeiro, tem que ganhar a luta contra o Miocic para falar, mas pode ser mesmo que ele lute com o Velásquez. Vai que ele perde e o colocam pra enfrentar o Cain de novo, nunca se sabe. Mas eu tenho certeza de que, depois dessa luta com o Rothwell, eu vou disputar o título. A gente vai se encontrar, com certeza, cedo ou tarde essa luta vai sair. Eu sei que ele ficou meio chateado porque ele falou umas coisas de mim e, pra responder, eu falei que ele era gay, que não saia do armário e não me esquecia. Não é nada contra os gays, eu disse isso antes, não tenho preconceito, mas eu sei que um cara se irrita quando a gente fala isso e ele não me esquece, não sei. O que ele quer falar de mim? Não sou o campeão, mas ele não para de falar de mim. Não consigo entender…Mas está tudo bem, vamos lutar primeiro e falar depois.


Fonte: http://sportv.globo.com/site/combate/no ... igano.html
"Se Deus é por nós, quem será contra nós?" Romanos 8:31✞


maksy77
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Re: Werdum abre o jogo: dieta, treinos na academia de Spider e rixa com Cigano

Mensagem por maksy77 » 26 Fev 2017 13:18

Espero que ambos vençam pra resolverem isso dentro do 8.
:-c

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Hans de Sulivan
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Re: Werdum abre o jogo: dieta, treinos na academia de Spider e rixa com Cigano

Mensagem por Hans de Sulivan » 26 Fev 2017 16:34

Vamos ver se eles dessa vez se encaram. Queria mt ver essa luta.

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