
Após problemas de saúde (e posterior notificação da USADA) que tiraram Cris Cyborg (17-1) do combate pelo cinturão inaugural do peso-pena feminino, a solução do UFC foi escolher duas atletas do peso-galo que se adaptariam melhor a divisão.
Embora Holly Holm (10-2) tenha excelente gabarito em esportes de combate e seja ex-dona do cinturão da categoria até 135 libras, o anúncio do combate entra ela e a experiente kickboxer holandesa Germaine de Randamie (6-3) evidentemente causou a sensação de que a real número 1 da categoria não está presente no duelo.
Cris, que vem dominado o peso-pena feminino há mais de 10 anos, foi praticamente o único motivo de uma abertura de portas por parte do UFC para a nova categoria de peso. Após dois combates em peso casado com Leslie Smith e Lina Lansberg, a companhia acabou cedendo, mas problemas posteriores impediram que a brasileira estivesse presente na inauguração da categoria.
Cyborg recusou algumas ofertas que teve para lutar no UFC 208, alegando problemas de saúde decorrentes do violento corte de peso para a sua última luta em peso-casado no Fight Night Brasília. Alguns dias depois, Cris viria a ser notificada por potencial violação na política anti-doping da USADA, colocando sua carreira em espera por tempo indeterminado.
A ideia, obviamente, era que Randamie ou Holm enfrentassem Cristiane pelo cinturão. De qualquer forma, a holandesa não parece preocupada com isso e acredita que o cinturão automaticamente representa o posto de número 1:
“Ofereceram para Cris a luta contra a Holly, ofereceram para Cris a luta comigo, mas ela não estava apta para tal,” diz Germaine. “Se você é um campeão, você luta contra todo mundo. Holly e eu vamos lutar e uma de nós decidirá quem é a próxima número 1. Se uma de nós tiver que defender contra a Cris Cyborg, nós o faremos.”
Holm, embora venha de duas derrotas seguidas, tem a chance de fazer historia no UFC 208: a americana pode vir a se tornar a primeira mulher a conquistar cinturões em duas categorias diferentes no UFC e adentrar o seleto grupo de três atletas que já o fizeram na organização da WME-IMG.
Mesmo com a “Filha do Pastor” sendo o grande nome do combate, as casas de apostas apontam favoritismo leve de Germaine de Randamie, indicação de que suas habilidades são perceptíveis, embora tenha enfrentado nível de competição relativamente mais baixo que a oponente.
De Randamie é trocadora nata e possui o kickboxing e o muay thai como pano de fundo. Seu tamanho também pode trazer perigo para Holm e seu jogo de contragolpes: a holandesa é mais alta e dona de maior alcance.
“Não tenho dúvidas de que meu jogo deve estar no auge,” afirma a postulante ao título. “Eu não posso errar. Eu entendo que muitas pessoas não conhecem a minha carreira no kickboxe, provavelmente pois não sou dos EUA e vivo na Europa. A cena do kickboxe não é tão forte aqui como é lá”.
“Vencer um cinturão do UFC irá consolidar (a minha carreira). No passado, várias pessoas me disseram que eu não iria conseguir. Eu acredito que você é capaz de fazer tudo o que tem vontade na vida. Eu tenho vontade de vencer e quero consolidar minha carreira”.
Independente da vencedora no próximo evento, o futuro da divisão no UFC ainda aparenta estar incerto. O UFC ainda precisa organizar muitos outros pontos da nova divisão e trazer novas atletas. De Randamie não parece muito preocupada com o que vem depois e demonstra foco no próximo combate.
“Para ser sincera, eu não ouvi muita coisa sobre isso e nesse momento também não é da minha conta. Eu tenho uma grande batalha contra Holly Holm no meu caminho. Vou lutar com Holly primeiro e depois verei o que acontece.”
FONTE; http://www.olimpomma.com/randamie-fala- ... -e-cyborg/