
No próximo sábado, no ginásio do Ibirapuera, Ryan Bader enfrentará Rogério Minotouro na luta principal do UFC São Paulo, visando se qualificar para uma futura disputa pelo título dos meio-pesados (até 93kg). Após vencer o brasileiro em 2010, o americano acredita que chega para o duelo ainda mais preparado que no confronto anterior, quando saiu do octógono com vitória por decisão unânime.
- Nogueira sempre foi um grande lutador, durante toda sua carreira. Mas acho que há mais mudança em mim do que nele. Acho que eu evoluí mais desde a primeira luta. Vocês podem ver isso nas minhas lutas: estou mais rodado e cada vez mais confortável lutando em pé. Quando eu lutei com ele, era uma das minhas primeiras lutas contra grandes nomes. Eu era basicamente um wrestler com mãos pesadas, mas não sabia muito o que fazer em pé. Então, eu evoluí muito mais do que ele - afirmou, em entrevista concedida por Skype em "Media Day" organizado pelo UFC no Rio de Janeiro.
O americano lembrou que sua origem no wrestling foi fundamental para superar Minotouro em 2010. Provocador, Bader afirmou que levou o brasileiro ao chão "quando quis", mas que, dessa vez, a vitória pode vir dentro de uma das especialidades do baiano: a trocação em pé.
- Obviamente, ele não é um wrestler e eu sou. Sou um dos melhores na divisão e vou usar isso com certeza. Na última vez, derrubei ele quando quis, consegui todos meus takedowns, mas não sou mais aquele cara, nem perto disso. Sou bom em pé, no chão, experiente e lutei com todo mundo no MMA. Na época, foi uma luta em que eu tinha que levar para baixo porque não era tão confiante em pé. Mas, agora, me sinto confortável em pé - disse.
Com um cartel de 21 vitórias e cinco derrotas no MMA profissional, Ryan Bader chega para a luta contra Minotouro vindo de triunfo por nocaute sobre o sueco Ilir Latif, em setembro desse ano. O americano acredita que a recente vitória demonstrou seu poder de superação diante das adversidades dentro do octógono.
- Vinha da derrota para o Anthony Johnson e , nessa última luta, eu estava motivado para voltar a ganhar. Para esse confronto agora, sinto como se estivesse lutando finalmente para mostrar às pessoas o que posso fazer. Me sinto confiante. Ele (Ilir Latifi) me pegou no final do primeiro round, levantei, me recuperei e acabei conseguindo o nocaute. Com essa vitória, criei um bom momento que eu carrego para esse duelo contra o Rogério Minotouro - comentou Ryan Bader.

Ryan Bader comemora triunfo sobre Ilir Latif, no UFC Alemanha (Foto: Getty Images)
Quarto lugar do ranking do UFC entre os pesos-meio-pesados, o americano sabe que uma nova vitória contra Minotouro o deixaria ainda mais próximo de uma disputa de cinturão. No entanto, Ryan Bader não demonstrou muita ansiedade com essa possibilidade e afirmou que não pensar no title shot o deixa mais confortável nos momentos pré-luta.
- Eu estou no quarto lugar, mas o ranking não significa muito. Estou a uma luta do title shot. Sou um dos melhores da categoria e preciso ganhar de um dos top 3. Essas lutas estão acontecendo: o (Anthony) Johnson vai lutar com (Daniel) Cormier, não sei o que está acontecendo com Jon Jones e o (Alexander) Gustafsson saiu dessa luta com o Minotouro. Está um pouco bagunçado, mas estou estou ali perto - disse, antes de completar:
- Eu cheguei a um ponto em que eu estava tão focado em conseguir o title shot que tudo na minha cabeça só dizia "vencer a qualquer custo". Isso me levava a lutar de uma certa forma, a correr menos riscos. Me divertindo mais, eu fico mais livre. Me sinto mais confortável e alcanço meu potencial. Se eu fizer isso, tenho mais chances de ganhar do que se só estiver pensando em ganhar. Consigo relaxar na semana na luta, não fico tão nervoso, não faço disso uma coisa muito grande. Eu aproveito todo o processo. Cheguei a um ponto em que estava preso em chegar lá e ganhar a todo custo.

Oriundo do wrestling, Ryan Bader mostrou evolução na trocação contra Phil Davis (Foto: Josh Hedges / Getty Images)
Por fim, Ryan Bader comentou sobre a expectativa de retornar ao Brasil, mais uma vez contra um lutador da casa. O americano, que foi derrotado por Glover Teixeira, no UFC Belo Horizonte, em 2013, acredita que a pressão da torcida brasileira não será capaz de influenciar no resultado final da luta.
- Minha preparação é minha arma. Eu lutei contra o Rampage no Japão e estavam todos do lado dele. Já lutei no Brasil antes, contra o Glover. Os brasileiros são muito apaixonados. Eu sei que as pessoas não me darão boas-vindas e não torcerão para mim. É o que é, tenho que usar isso como combustível para mim e buscar a vitória. Não importa se os fãs estão a favor ou contra mim, eu sei lidar com essa energia. Eu gostei de lutar no Brasil e da interação com os fãs, apesar de eles obviamente terem torcido para o Glover quando lutei aqui. Foi uma experiência legal - concluiu.
Fonte; http://sportv.globo.com/site/combate/no ... -quis.html