Brasileiro foi derrotado por Rampage Jackson no último sábado por decisão unânime, no UFC 186, em Montreal e mostrou autocrítica: "Dei muito mole. Só faltou ter atitude"
Quando o Ultimate marcou o confronto entre Fábio Maldonado e Quinton Rampage Jackson era esperado que fosse um combate empolgante, de muita agressividade dos dois lados. Porém, o que se viu foi uma luta bem abaixo da expectativa, e o próprio brasileiro disse ter ficado decepcionado com o que fez dentro do octógono no UFC 186, no último sábado, em Montreal (CAN), quando saiu derrotado por decisão unânime.
O Caipira de Aço foi duro em sua autocrítica, admitiu que deveria ter golpeado mais e disse que chegou a sentir a vitória em suas mãos.
- Perdi a luta por falta de atitude. Estou muito triste comigo mesmo. Fui um idiota na luta. Não tem desculpa. Senti ele na minha mão uma hora e deixei a oportunidade passar - disparou, em entrevista por telefone ao Combate.com.
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COMBATE.COM: Qual a análise que fica dessa luta contra o Rampage?
Fábio Maldonado: O Rampage não é qualquer um. Não acredito que esteja em fase ruim, é ex-campeão do UFC, já nocauteou grandes nomes, mas eu tinha a luta na minha mão, cara. Tinha a oportunidade da minha vida e deixei escapar mais uma vez entre meus dedos. Estava na minha mão. Ele é duro e tal mas eu podia pegá-lo. Dei muito mole. Podia continuar trabalhando ali e ia me dar bem. Mesmo que não pegasse um pancadão forte, mas continuasse batendo, ganharia a luta. Dei muito mole, estou muito triste e decepcionado comigo mesmo. Nas minhas lutas, independente de ser amassado no wrestling, como fui com o Gian Villante, depois eu atirava um volume bom de golpes e vencia. Agora tomei o cuidado de não ser amassado no wrestling, ok. O que também mais me preocupava era não tomar dois socos e cair dormindo em 30 segundos. Me liguei muito na minha defesa, me defendo mais andando para a frente do que para trás, onde fico mais vulnerável. Não tomei esse pancadão. Só faltou atitude. Perdi a luta por falta de atitude. Estou muito triste comigo mesmo. Essa é a maior análise que eu tiro.
Essa foi uma luta que você pediu bastante. Você sempre disse querer enfrentar um adversário de nome. Acha que acabou respeitando demais o Rampage por conta disso ou até mesmo se sentiu intimidado pela figura dele em algum momento?
Pedi, pedi e na hora da luta não bati. Eu respeitei ele, mas na minha cabeça eu tinha que ter feito mais. Fui um idiota na luta. Não tem desculpa. Senti ele na minha mão uma hora e deixei a oportunidade passar. Nunca fiquei intimidado por ninguém, por lutador nenhum. Sei lá, sabia que depois que passasse do inferno no começo, a luta seria minha. Eu sinto que foi um dever não cumprido. Uma coisa é ser amassado no wrestling. Chegar, tentar lutar, mas falhar porque o cara me botou para baixo e não consegui raspar ou finalizar por baixo. Outra coisa é ser nocauteado, ser machucado, qualquer tipo de derrota. É diferente de você não lutar. Deixar de fazer. É o pior sentimento possível. Aguentar porrada sem agredir não ganha a luta.
Acredita que exagerou nos golpes na linha de cintura e acabou soltando poucos socos na cabeça?E ainda do ponto de vista técnico, na única vez que você tentou a queda, conseguiu com alguma facilidade. Não poderia ter sido um caminho para buscar a vitória?
Não foram muitos golpes na linha de cintura e foi quase nada na cabeça. Se eu ficasse tentando derrubar, não sei se daria certo. Não seria a luta que queria fazer, mas da primeira vez surpreendeu. Vamos ser sinceros, não é falar que estou bom de wrestling, mas surpreendeu. Ele me esperava trocar e a queda surpreendeu. Mas faltava pouco para acabar o round. E não foram poucos golpes na linha de cintura, foram poucos golpes no total, na luta. Contra o Gian Villante, o terceiro round entrou para a história do UFC com mais golpes acertados ou atirados. Faltou atirar. Eu sempre cresço nos dois rounds finais e desta vez não foi assim.
Mesmo golpeando pouco, você continuava pedindo para o Rampage bater mais.
Se eu fizesse tudo que fiz e tivesse mandado mais 140 socos na luta, 70 no segundo round e mais 70 no terceiro, tinha dado um pau nele. Tinha sido um pau no segundo e terceiro rounds. Porque para mim é normal dar essa quantidade de golpes. Dou até mais que isso. E é normal também pedir para ser golpeado. Eu peço para bater, mas sou consciente que com um soco o Rampage poderia me nocautear, então fiz um sistema de defesa de ir caminhando para a frente. Para mim, meu pior round foi o primeiro, que andei pra trás. O cara pode fazer graça na luta. Se der um pau em seguida, beleza. Agora, eu mostrei que estava segurando na defesa e nada de bater. Luta não se ganha assim. Mesmo se eu bloqueasse tudo. E ele estava querendo agredir, então venceria a luta. Eu não queria absorver soco dele. A intenção era esquivar ou bloquear. Ele tem uma guarda muito boa para se defender dos cruzados, então fiz exatamente o que ele fez ao bloquear, mas faltou responder mais. Tinha hora que ele estava com as duas mãos baixas, não queria tomar mais socos na barriga, e eu não soltava dois socos na cabeça depois de bater na barriga.
O que vocês conversaram depois da luta?
Ele me abraçou, pediu para tirarmos fotos juntos. Peguei o celular do meu treinador de boxe, tiramos com todos os treinadores juntos, e ele falou que tinha muito respeito por mim, me admirava muito, e eu falei que também tenho admiração por ele e que o respeito muito.
Pretende seguir se preparando na American Top Team?
Minha próxima preparação será aqui mesmo, na American Top Team, mas não abrirei mão da Pitbull Brothers também.
Fonte: http://sportv.globo.com/site/combate/no ... nal-sportv" onclick="window.open(this.href);return false;
