Mensagem
por Urubu Rei » 01 Nov 2014 18:53
Eu nem ia contar esse caso, mas já que alguns aí contaram suas experiências com a brincadeira do copo acabei me inspirando, hehe. Já deixo claro que não acredito que o que aconteceu foi algo sobrenatural, e nem tenho total convicção que não foi.
Isso aconteceu quando eu tinha 12 anos. Minha tia, que na época tinha feito amizade com uma mulher que mexia com macumba, vidência, cartomancia e essas coisas, veio passar uns dias aqui em casa, como sempre fazia de tempos em tempos. Com essa mulher ela aprendeu alguns truques, entre eles a chamada brincadeira do compasso, semelhante a do copo. Ela nos explicou como funcionava e decidimos fazer em casa, eu, ela e minha mãe.
Fizemos de manhã, as 11 horas mais ou menos, antes de eu ir pro colégio. Minha tia disse que nessa brincadeira abaixavam os espíritos de um casal de irmãos que quando morreram ainda eram crianças, disse que eram espíritos puros, do bem e etc. Disse os nomes e tudo, mas como não me lembro vou chamar de João e Mariazinha (Só me lembro que o nome da menina era em diminutivo). Pois bem, a dinâmica da bagaça funcionava assim: Tinha um papel com um círculo desenhado, e em volta dele tinham as respostas que eram SIM, NÃO, mulher, homem, bem, mal, verdade, mentira, o alfabeto inteiro, números de 1 até 9 e mais algumas coisas. O compasso ficava no meio, com uma das pontas apontando pras respostas. Durante todo o processo fiquei olhando atentamente pra mão da minha tia, ela segurava o compasso com um só dedo e de fato parecia não mexer. O mais impressionante é que todas as respostas pareciam fazer sentido, e o compasso parava exatamente em cima das respostas, nunca entre elas.
Eu estava meio receoso e preferi não fazer as perguntas diretamente, pedia pra minha tia fazê-las pra mim. Em dado momento perguntei se naquele dia eu teria alguma aula vaga, e a resposta foi sim. A próxima pergunta foi quantas, e a resposta foi uma. Um pouco depois paramos a brincadeira e fui pro colégio. Realmente tive uma aula vaga naquele dia, o professor de educação física faltou e, apesar de que de qualquer forma sairíamos pra fora jogar futsal, não deixou de ser um aula vaga. Mas até aí nada demais, geralmente tínhamos uma ou outra aula vaga mesmo, não era raro.
Voltei pra casa, tomei café, e quando já era mais de 6:30 da tarde, começando a anoitecer, decidimos fazer a brincadeira novamente. Dessa vez, porém, só havia um espírito ali, e só podia ser o tal do João porque já havia respondido a pergunta referente ao seu sexo. Minha tia começou a fazer mais perguntas e cada vez mais estranhar as respostas. Eu reparei que dessa vez o compasso se mexia mais rapidamente e de forma mais precisa, diferente do que acontecia de manhã. Foi então que minha tia começou a especificar as perguntas, e perguntou se ele gostava da Mariazinha, e resposta foi não. A próxima pergunta foi se ele era o João, e se sim, por que estava diferente. A resposta foi não. Em seguida foi perguntado se ele era do bem ou do mal, e a resposta foi mal. Nessa altura eu já estava com o cu na mão, mas continuava ali porque a curiosidade falava mais alto. Então veio a penúltima pergunta e foi aí que a coisa ficou sinistra de vez: "Quem é você"? O compasso foi letrinha por letrinha, de forma precisa, escrevendo a palavra "morcego". Me deu um arrepio na hora, minha tia parecia bem assustada, assim como minha mãe. Minha tia então fez a última pergunta: "Você nos dá licença pra terminar a brincadeira?". A resposta foi sim. Terminamos a brincadeira e o clima foi tão tenso que quase nem comentamos o que tinha acontecido, ela disse apenas que foi um erro termos feito a brincadeira depois das 6 da tarde.
Consideração importante: Minha tia é uma pessoa simples e ingênua, seja o que for que tenha acontecido, tenho certeza que ela não tentou nos enganar. Disso não tenho nenhum duvida, por conhecer muito bem ela. Ela mesma ficou bem abalada e um tempo depois parou de mexer com essas coisas, até rompeu a amizade com a tal mulher macumbeira.
Como disse, é um história que parece até um pouco idiota, mas juro que aconteceu exatamente dessa forma que contei.
Penso, logo bustamanteio.