Santos Futebol Clube, mais conhecido como Santos, é um clube brasileiro de futebol, fundado em 1912, com sede em Santos, no estado de São Paulo. Eleito pela FIFA como a melhor equipe de futebol das Américas do século XX, o Santos é um dos 5 clubes brasileiros que nunca foram rebaixados à 2º Divisão do Campeonato Brasileiro e é o único clube brasileiro a conquistar, num mesmo ano, em 1962, um título estadual, um nacional, um continental e um intercontinental.
O Santos FC foi fundado no dia 14 de abril de 1912, por iniciativa de três esportistas da Cidade (Francisco Raymundo Marques, Mário Ferraz de Campos e Argemiro de Souza Júnior) que convocaram uma assembleia na sede do Clube Concórdia (localizado na Rua do Rosário nº18, na parte superior da antiga padaria e confeitaria Suissa – Atual Avenida João Pessoa), para a criação de um time de futebol. Durante a reunião, surgiu a dúvida quanto ao nome que seria dado a essa agremiação. Várias sugestões apareceram: Concórdia, África, Brasil Atlético, entre outros. Mas os participantes da reunião aclamaram, por unanimidade, a proposta de Edmundo Jorge de Araújo: a denominação Santos Foot-Ball Club.
1912 - 1913
O COMEÇO DE TUDO
A primeira diretoria foi formada por:
Presidente – Sizino Patusca (foto) ;Vice-presidente – George Cox;
1º secretário – José G. Martins, 2º secretário – Raul Dantas, 1º tesoureiro – Leonel Silva, 2º tesoureiro – Dario Frota.
Os diretores eram: Augusto Bulle, João Carlos de Mello, Henrique Cross, Francisco Raymundo Marques, Cícero F. da Silva e Jomas de C. Pacheco.
A primeira apresentação do time, considerada como jogo-treino, ocorreu no dia 23 de junho de 1912, no campo da Villa Macuco, contra um combinado local. O confronto foi vencido pelo Santos pelo placar de 2 a 1, com gols de Anacleto Ferramenta e Geraule Ribeiro.O time entrou em campo com: Julien Fauvel; Simon e Ari; Bandeira, Ambrósio e Oscar; Bulle, Geraule, Esteves, Fontes e Anacleto Ferramenta.O primeiro jogo tido como oficial aconteceu apenas em 15 de setembro de 1912. O Santos venceu o Santos Athletic Club (atual Clube dos Ingleses) por 3 a 2, no campo da Avenida Ana Costa, nº 22 – local onde hoje se encontra a Igreja Coração de Maria.
O primeiro gol do confronto foi marcado por Arnaldo Silveira (que tinha o apelido de Miúdo). O tento é considerado o primeiro da história do Clube. Os outros dois gols foram anotados pelo próprio Miúdo e por Adolpho Millon Júnior. O time estreante entrou em campo com a seguinte formação: Julien Fauvel; Sidnei e Arantes; Ernani, Oscar e Montenegro; Millon, Hugo, Nilo, Simon e Arnaldo Silveira.
Já no início de 1913, o Santos recebeu um convite da Liga Paulista de Futebol para disputar o campeonato estadual daquele ano. Esta foi a primeira competição oficial disputada pelo Clube. A estreia aconteceu no dia 1º de junho, diante do Germânia. O resultado, porém, não foi nada animador: derrota por 8 a 1. O Santos jogou com Durval Damasceno, Sebastião Arantes e Sydnei Simonsen; Geraule Ribeiro, Ambrósio Silva e José Pereira da Silva; Adolfo Millon, Nilo Arruda, Anacleto Ferramenta, Harold Cross e Arnaldo Silveira.
Alvinegro Praiano
Certamente, a grande maioria dos torcedores santistas não imagina que, nos seus primeiros meses, o clube era tricolor, tendo como cores oficiais branco e azul, com frisos dourados.
Na prática, porém, os dirigentes do Santos encontravam enormes dificuldades para confeccionar camisas e calções nessas cores, por isso o uniforme não chegou a ser usado em campo. Os modelos dessa camisa que temos hoje é uma réplica do que teria sido desse uniforme.
Quase um ano depois, no dia 31 de março de 1913, na terceira reunião da diretoria, o sócio Paulo Peluccio sugeriu que o clube passasse a adotar o seguinte uniforme: calção branco e camisa listrada de branco e preto.E conseguiu aprovação geral dos presentes.
Na oportunidade, o então presidente do Santos, Francisco Raymundo Marques (que assumia o cargo na mesma data), apresentou os modelos da bandeira do clube, que passaria a ser “branca, diagonalmente atravessada por um faixa preta com as iniciais do Club em letras brancas”.
1935 - 1955
EQUIPE CAMPEÃ PAULISTA
Desde os primeiros anos de existência, o quadro de futebol do Santos obteve êxitos memoráveis, tanto em jogos locais como internacionais. Seu primeiro título de Campeão Paulista aconteceu em 1935, dois anos após o profissionalismo futebol brasileiro.
Em 1955, após 20 anos sem ser campeão paulista, o Santos voltou a conquistar outro título estadual. Na final da competição, a equipe santista venceu o Taubaté por 2 a 1, sob o comando do técnico Lula. A equipe foi formada por: Manga; Hélvio e Feijó; Ramiro, Formiga e Urubatão; Tite, Negri, Álvaro, Del Vecchio e Pepe.
1936 - 1974
UM MENINO CHAMADO Pelé
No ano seguinte, chegaria à Vila Belmiro, trazido pelas mãos de Valdemar de Brito, o menino Pelé, de 15 anos, que deu de novo impulso à história do Santos, levando-o a conquistas que enalteceram o futebol brasileiro no planeta. O Santos de Pelé fez seu nome no exterior. Praticamente deu a volta ao mundo, encantando torcedores com o futebol mágico de seus craques. Formou um ataque memorável: Dorval, Mengávio, Coutinho, Pelé e Pepe. Nesse período, o Santos foi Bicampeão Mundial Interclubes (1962/1963), Bicampeão da Taça Libertadores da América (1962/1963), entre outras glórias.
1975 - 1998
MENINOS DA VILA
Após a Era Pelé, o Santos Futebol Clube continuou seu caminho de glórias. Em 1978 formou um time campeão. Os Meninos da Vila, apelido dado pela juventude dos atletas da equipe, conquistaram o Campeonato Paulista de 1978. Destacaram-se na época Juary, Pita, Ailton Lira entre outros.
O estadual voltaria a ser conquistado pelo Clube em 1984. Já em 1997, foi levantado o troféu do Torneio Rio-São Paulo e, em 1998, a Taça Conmebol.
1998 - 2007
AS 8 PEDALADAS
Em 2002, ano em que o clube completou 90 anos, o Santos conquistou, pela sétima vez, o principal torneio nacional (o Campeonato Brasileiro). O time que conseguiu a conquista foi, basicamente, formado dentro da Vila Belmiro. Os Meninos da Vila viraram febre no Brasil inteiro e a dupla Diego e Robinho se tornou símbolo de um futebol vistoso e alegre. No ano seguinte, com a base mantida, o Peixe chegou aos vice-campeonatos da Libertadores da América e do Campeonato Brasileiro.
Já em 2004, viria o oitavo título Brasileiro da história do Clube. Ainda com Elano, Léo e Robinho na equipe, o Peixe disputou um campeonato no formato de pontos corridos emocionante.
Bi Campeão Paulista
O time assumiu a ponta da tabela apenas na penúltima rodada da competição. No último jogo, 2 a 1 sobre o Vasco e mais um caneco para a galeria de títulos do Clube.
No biênio 2006/2007, a torcida comemoraria o bicampeonato Paulista. O primeiro foi levantado na Vila Belmiro, na última rodada do estadual, que, naquele ano, fora disputado no formato de pontos corridos. No ano seguinte, a taça foi erguida após decisão de 180 minutos contra o São Caetano. As duas partidas ocorreram no Morumbi. No primeiro jogo, 2 a 0 para os adversários. O Alvinegro Praiano devolveu o placar no segundo confronto, ficando com o título por ter tido melhor campanha.
2008 - 2013
MENINOS DA VILA OUTRA VEZ
Em 2009, começou a aparecer a terceira geração de Meninos da Vila, comandada por Neymar e PH Ganso. Naquela temporada, o time ficou com o vice-campeonato Paulista. Já em 2010, com o craque Robinho como mentor e também a presença de Léo – que havia retornado no ano anterior -, o time conquistou o Paulistão e a primeira Copa do Brasil de sua história.
Em 2011, mais uma temporada vitoriosa e o retorno de Elano. Primeiro, foi levantado o caneco do Paulistão após decisão contra o Corinthians. No primeiro jogo, 0 a 0 no Pacaembu. Na segunda partida, 2 a 1 na Vila Belmiro.
O confronto ainda marcou o segundo título conquistado pelo Peixe no Estádio Urbano Caldeira com uma final (formato mata-mata).
Tri da América
Na sequência, a Taça Libertadores (terceira do Peixe), cravando de vez na história do Clube a geração Neymar e PH Ganso, além de nomes como Arouca, Danilo, o próprio Elano, o capitão Edu Dracena, Léo – santista com mais títulos após a Era Pelé -, Rafael, entre outros. A conquista veio sobre o Peñarol, do Uruguai, que, por coincidência, já havia decidido o título da competição com o Alvinegro em 1962. Após um 0 a 0 no Centenário de Montevidéu, o Peixe venceu por 2 a 1 no Pacaembu, com gols de Neymar e Danilo.
Títulos
Em 20 de janeiro de 1998, o Santos tornou-se a primeira equipe na história do futebol a alcançar a marca de 10 mil gols (gol do meio-campista Jorginho). Em 1º de fevereiro de 2014, atingiu a marca de 12 mil gols (gol do atacante Gabriel). É o clube que mais marcou gols na história do futebol mundial.
Artilheiros
O Estádio Urbano Caldeira, mais conhecido como Vila Belmiro, é o maior estádio de futebol da Baixada Santista e abriga o Santos FC, um clube de futebol do Brasil, que foi fundado em 14 de abril de 1912 e revelou Edson Arantes do Nascimento, conhecido mundialmente por Pelé. O estádio foi construído em 1916 e é um dos estádios mais antigos do Brasil.
A História da Vila
Logo após sua fundação, o Santos FC realizava seus treinos em um campo localizado no Bairro do Macuco. Como o gramado não tinha as dimensões oficiais mínimas, seus jogos eram disputados no terreno onde hoje está a “Igreja Coração de Maria”, na avenida Ana Costa.
O campo no entanto, era utilizado também por outros clubes da cidade. Em 1915, a situação chegava ao limite, obrigando o Alvinegro inclusive a rejeitar visitas de clubes internacionais. Para resolver o problema, os dirigentes passaram a procurar terrenos na cidade. Em 31 de maio de 1916, uma Assembleia Geral aprovou a compra de uma área de 16.500 metros quadrados, no bairro da Vila Belmiro. No dia 12 de outubro daquele ano, foi inaugurada a praça de esportes do estádio.
O primeiro jogo foi realizado dez dias depois, contra o Ypiranga, válido pelo Campeonato Paulista, terminando 2 a 1 para os donos da casa, com gols de Millon e Jarbas. A escalação do time santista na partida foi Odorico; Américo e Arantes; Pereira, Oscar e Junqueira; Millon, Marba, Tedesco, Jarbas e Arnaldo.
Chamado carinhosamente de a Vila mais famosa do mundo, o nome oficial do estádio é Urbano Caldeira, dado em 1933 como homenagem a um dos maiores benfeitores do clube.
Maior Público: Oficialmente, o maior público que a Vila Belmiro já recebeu foi no dia 15 de fevereiro de 1976, quando o Santos FC enfrentou o Palmeiras sob os olhares de 31.662 torcedores. Infelizmente, o time visitante venceu a partida por 5 a 0, pelo Torneio Governador do Estado.
Em setembro de 1964, o estádio recebeu 32.986 pagantes para assistir ao clássico Santos e Corinthians. Tantas pessoas acabaram comprometendo a estrutura de parte das arquibancadas, que desabou aos seis minutos do primeiro tempo. Apesar de ser o maior público já contabilizado no estádio, por conta do acidente, a partida foi cancelada e não entra nas estatísticas de jogos oficiais do time santista.
Atualmente a capacidade máxima com segurança é de 16.798 pessoas, dentre arquibancadas e os novos camarotes, laterais e atrás de um dos gols.
SANTOS e SELEÇÃO
O Santos sempre foi ao longo dos tempos uma equipe que cedeu vários atletas para a Seleção Brasileira. Só de campeões mundiais, o Peixe cedeu 11 atletas. Na história das Copas, o Alvinegro teve 15 de seus jogadores convocados para defender a Seleção, sendo o meia-atacante Araken Patusca o primeiro santista a disputar um Mundial, em 1930, no Uruguai.
Na época havia uma briga entre a Associação Paulista de Esportes Atléticos (Apea) e a Confederação Brasileira de Desportos (CBD), pois nenhum paulista estava na comissão técnica. Por este motivo, a Apea alegou não haver tempo hábil para que chefes de família deixassem tudo organizado e partissem para ficar tanto tempo afastados de casa. Isto fez com que o Brasil embarcasse apenas com jogadores que atuavam no Rio de Janeiro, com exceção de Araken Patusca, único paulista, que estava brigado com o a direção do time santista.
Mas as participações dos jogadores do Santos sempre se notabilizaram pelo número de atletas que foram campeões do Mundo. Em 1958, na Suécia, o Alvinegro cedeu o ponta-esquerda Pepe, além do volante Zito e do Rei do Futebol, Pelé. Estes dois atletas foram importantíssimos na arrancada brasileira rumo ao primeiro título de campeão mundial. Pois Pelé e Zito só estrearam na vitória brasileira sobre a União Soviética, por 2 a 0, na última partida da primeira fase.
A consagração de Pelé começaria ali mesmo em gramados suecos, com o Atleta do Século sendo o artilheiro do Brasil, com seis gols, sendo que dois deles foram marcados na final contra os donos da casa.
Em 1962, no Chile, o time da Vila Belmiro cedeu sete jogadores para que a seleção disputasse essa Copa do Mundo. Gilmar (goleiro), Mauro (zagueiro), Zito (volante), Mengálvio (meia), Coutinho (atacante), Pelé (atacante) e Pepe (atacante), foram os santistas que brilharam na conquista do bicampeonato. Pelé jogou apenas duas partidas, marcando um gol sobre o México, por 2 a 0, na estréia brasileira. Mas o Rei não pode continuar ajudando a Seleção, pois uma lesão muscular o impediu de atuar no restante da Copa.
Porém a Seleção continuou vencendo sem Pelé. Na final, Zito teve uma participação decisiva na vitória sobre a Tchecoslováquia por 3 a 1, já que o capitão santista fez o segundo gol brasileiro na final. O Peixe também teve uma grande participação com o zagueiro Mauro, que além de ter feito uma bela participação no Mundial disputado em terras chilenas, foi o capitão do time e teve a honra de erguer a Taça Jules Rimet, com o Brasil sendo coroado bicampeão do Mundo.
Na Copa do Mundo de 1966 na Inglaterra, o Brasil mais uma vez teve jogadores do Santos, o goleiro Gilmar, o zagueiro Orlando Peçanha, os volantes Lima e Zito, alem dos atacante Pelé e Edu foram convocados.
Em 1970, Carlos Alberto Torres (lateral-direito), Joel Camargo (zagueiro), Clodoaldo (volante), Pelé (atacante) e Edu (atacante), ajudaram o Brasil a ganhar a terceira estrela. Considerada por muitos como a melhor seleção que o Mundo viu jogar,42 o time liderado por Carlos Alberto Torres, que era o capitão desta seleção e Pelé, no auge de sua maturidade futebolística foram os responsáveis por comandar a equipe que encantou o Mundo e trouxe a Taça Jules Rimet de forma definitiva para o Brasil, com a conquista inédita na época de tri-campeão mundial.
O zagueiro Marinho Peres e o atacante Edu defenderam o Brasil na Copa do Mundo de 1974, na Alemanha. Depois deles, somente em 2010 haveria outro atleta do clube convocado para uma Copa: o atacante Robinho.
Mesmo nas Copas de 1994 (Estados Unidos) e 2002 (Coreia do Sul e Japão), o Santos se fez presente na Seleção Brasileira que conquistou os dois títulos. Em 1994, o zagueiro Ricardo Rocha e o volante Dunga, já tinham atuado com o manto alvinegro. O Dunga atuou no Peixe em 1986, enquanto que Ricardo Rocha por pouco não foi convocado pelo time da Vila Belmiro, onde atuou até o fim de 1993, quando terminou o contrato dele com o clube e o zagueiro resolveu ir para o Vasco da Gama.
Em 2002, os santistas cederam para o time pentacampeão mundial o preparador de goleiros, Carlos Pracidelli, e o fisioterapeuta, Luis Rosan, que foi muito importante para a recuperação do atacante Ronaldo, artilheiro desta Copa do Mundo.
Na Copa do Mundo de 2006, o jogador Robinho, recém-saído do Santos Futebol Clube, foi convocado. Também em 2006, esteve presente na Copa do Mundo de 2006 o zagueiro paraguaio Julio Manzur, convocado pela seleção de seu país e titular da conquista do Campeonato Paulista daquele ano.
Na Copa do Mundo de 2010, na África do Sul, Robinho voltou a ser convocado para a Seleção Brasileira e, depois de 36 anos, o Santos FC voltou a ter um jogador de seu elenco convocado para o torneio. O Rei das Pedaladas marcou dois gols (contra o Chile e contra a Holanda), quebrando um jejum de gols de jogadores santistas em Copas do Mundo, que permanecia desde o gol de Carlos Alberto Torres, o quarto gol do Brasil na final da Copa do Mundo do 1970.
O DIA QUE O SANTOS PAROU UMA GUERRA
No dia 04/02/1969, o Santos FC parava uma guerra civil na Biafra, jogando na cidade de Benin, na Nigéria, ao vencer a equipe da Seleção do Meio Oeste por 2 a 1, com gols de Edu e Toninho Guerreiro. A equipe formou com Gilmar (Laércio); Turcão, Ramos Delgado, Joel Camargo e Rildo (Oberdan); Lima e Negreiros (Marçal); Manoel Maria, Toninho (Douglas), Pelé (Amauri) e Edu (Abel). O técnico era Antônio Fernandes, o Antoninho.
Nessa excursão ao continente africano, o time jogou nove partidas, vencendo cinco, empatando três e perdido uma, marcando 19 gols e sofrendo 11. Os artilheiros em gramados africanos foram Pelé (8), Toninho Guerreiro (5), Mané Maria e Douglas (2) e Edu e Lima (1).
Curiosidade
O jornalista Gilberto Castor Marques, enviado especial de “A Tribuna”, que acompanhava o Peixe escreveu que quando o Alvinegro chegou na cidade de Benin, foi decretado feriado na parte da tarde daquele dia pelo governador da região nigeriana, o tenente-coronel Samuel Ogbemudia, o qual também autorizou que a ponte sobre o rio que ligava Benin à cidade de Sapele tivesse a passagem liberada para que todos, indistintamente, pudessem assistir ao jogo. Akenzua II, conhecido como “The Oba de Benin”, era o rei local e governava apenas espiritualmente e tinha para espanto do “coringa” Lima, 26 esposas, 84 filhos e 216 filhas.
O inesquecível Gilmar afirmou que realmente esse foi o jogo da famosa “guerra suspensa” para ver o Santos FC jogar, e não só o “Rei” Pelé, e que tão logo o time subiu a bordo do avião de volta ao Congo, as hostilidades reiniciaram na região.
Essa guerra civil entre os nigerianos e os separatistas do Leste Africano, que queriam a criação de um país com o nome de Biafra, teve início em 1967 e terminou em janeiro de 1970 com a morte de mais de um milhão de civis, dizimados pela fome e por horrendos confrontos.
Fonte: Site Official do Santos Futebol Clube