Sherlock Holmes - o maior detetive de todos os tempos

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Luc4f5
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Sherlock Holmes - o maior detetive de todos os tempos

Mensagem por Luc4f5 » 09 Mai 2015 21:13

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Sherlock Holmes é um personagem de ficção da literatura britânica criado pelo médico e escritor Sir Arthur Conan Doyle. Holmes é um investigador do final do século XIX e início do século XX que aparece pela primeira vez no romance Um estudo em Vermelho, editado e publicado originalmente pela revista Beeton's Christmas Annual, em Novembro de 1887.

Sherlock Holmes ainda hoje é um dos mais atraentes personagens dos romances policiais. Carismático e astuto, fez do método científico e da lógica dedutiva suas melhores armas. Sua habilidade para desvendar crimes aparentemente insolúveis, até mesmo para Scotland Yard, transformou seu nome em sinônimo de detetive. Holmes costuma ser uma pessoa arrogante, que está correta sobre inúmeros assuntos e com palpites certeiros. A primeira amostra de sua exatidão é descrita em "Um Estudo em Vermelho". Quando Watson e Holmes se conhecem, em alguns poucos segundos Holmes já sabia que ele estivera no Afeganistão.

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Além do aspecto erudito, não demonstra muitos traços de sentimentalismo, preferindo o lado racional de ser. Apesar disso, em alguns contos o Dr. Watson diz que a "máscara gelada" de Holmes cai às vezes, dando mais humanidade a Sherlock Holmes. Orgulhoso, parece dominar vários assuntos sem o autor descrever seus estudos. Holmes apresenta alguns hábitos peculiares como a prática de artes marciais como boxe, esgrima de armas brancas e de bengala. Watson relata também a aparência física de Holmes. Muito alto, possui mais de um metro e oitenta, extremamente magro, pálido, nariz fino. Pratica exercícios físicos apenas se exigidos em sua profissão de detetive. Dependendo do enigma do caso em que estiver envolvido, passa horas fumando cachimbo, que diz esclarecer a mente. Além do uso habitual da cocaína em protesto a monotonia, e diz-se que é um exímio violinista.

Holmes tem como característica não gostar que o interrompam em suas reflexões. Não se vê Holmes estudando sobre tudo, mas domina incrivelmente uma vasta quantidade de assuntos do conhecimento humano, tais como História, Química, Geologia, Línguas, Anatomia e a Literatura Sensacionalista, etc.

Segundo Conan Doyle, criador do personagem, Sherlock Holmes viveu em Londres, no apartamento 221B Baker Street, entre os anos 1881 e 1903 , durante o último período da época Vitoriana, onde passou muitos anos na companhia do seu amigo e colega, Dr. Watson. Hoje esse endereço é um museu dedicado a Sherlock Holmes.

Sherlock Holmes descreve-se como um "detetive consultor" (um dos exemplos é o início do livro "O Signo dos Quatro"), o que significa que as pessoas vêm-lhe pedir conselhos sobre os seus problemas, ao invés de se dirigir a elas. Doyle conta-nos que Holmes é capaz de resolver os problemas a ele propostos sem sair do seu apartamento, apesar de este não ser o caso em diversas de suas mais interessantes histórias, que requerem a sua presença in situ. A sua especialidade é resolver enigmas singulares, que deixam a polícia desnorteada, usando a sua extrema faculdade de observação e dedução.

Holmes demonstra, ao longo das suas histórias, uma capacidade de dedução e um senso de observação impressionantes, ajudados por uma cultura geral extensa e variada (ele é capaz de identificar a marca de um tabaco somente pelo seu cheiro e pela cor de suas cinzas). Quando envolvido com algum problema, pode passar noites sem dormir ou comer, o que inquieta o seu amigo Watson. Mestre na arte do disfarce, maneja com habilidade a espada e daria, segundo Watson, um bom pugilista.

Livros publicados:

Romances

Um estudo em vermelho - (A Study in Scarlet) - romance publicado em 1887.
O signo dos quatro - (The Sign of the Four) - romance publicado em 1890.
O Cão dos Baskervilles - (The Hound of the Baskervilles) - romance publicado em 1901.
O vale do terror - (The Valley of Fear) - romance publicado em 1915.

Contos

As Aventuras de Sherlock Holmes (The Adventures of Sherlock Holmes): série de 12 contos publicada em 1892.
Memórias de Sherlock Holmes (The Memoirs of Sherlock Holmes): série de 11 contos publicada em 1894.
O Retorno de Sherlock Holmes (The Return of Sherlock Holmes): série de 13 contos publicada em 1905.
O último adeus de Sherlock Holmes (His Last Bow): série de 8 contos publicada em 1917.
Os Arquivos de Sherlock Holmes (The Case-Book of Sherlock Holmes): série de 12 contos publicada em 1927.


Trecho do livro O Signo dos Quatro:
"Ouvi dizer que é difícil para um homem ter qualquer objeto de uso diário sem nele deixar a marca de sua individualidade, de tal modo que um observador treinado poderia lê-la. Ora, tenho aqui um relógio que veio parar em minhas mãos recentemente. Faria a gentileza de me dar uma opinião sobre o caráter ou os hábitos de seu ex-proprietário?"

Entreguei-lhe o relógio, divertindo-me um pouco em meu íntimo, pois aquele era, a meu ver, um teste impossível, e eu pretendia que servisse de lição contra o tom um tanto dogmático que ele assumia ocasionalmente. Holmes segurou o relógio, olhou atentamente o mostrador, abriu a tampa traseira e examinou o mecanismo, primeiro a olho nu e depois com uma poderosa lente convexa. Mal consegui me impedir de sorrir diante de sua fisionomia desanimada quando ele finalmente fechou a tampa com um estalo e me devolveu o relógio.

"Não há quase nenhum dado", observou. "O relógio foi limpo recentemente, o que me rouba os fatos mais sugestivos."

"Você está certo", respondi. "Foi limpo antes de ser enviado para mim."

Em meu coração, acusei meu companheiro de alegar a desculpa mais esfarrapada e impotente para encobrir seu fracasso. Que dados poderia ele esperar de um relógio que não tivesse sido limpo?

"Embora insatisfatória, minha investigação não foi de todo estéril", observou ele, fitando o teto com olhos sonhadores, embaçados. "Corrija-me se eu estiver errado, mas eu diria que o relógio pertenceu ao seu irmão mais velho, que o herdou de seu pai."

"Isso você deduziu, sem dúvida, das iniciais H.W. nas costas?"

"Exatamente. O W. sugere seu próprio nome. O relógio data de quase cinquenta anos atrás, e as iniciais são tão antigas quanto ele: portanto foi fabricado para a geração passada. Joias geralmente são legadas para o filho mais velho, e era muito provável que ele tivesse o mesmo nome que o pai. Seu pai, se bem me recordo, faleceu há muitos anos. Ele estava, portanto nas mãos de seu irmão mais velho."

"Até agora, certo", disse eu. "Mais alguma coisa?"

"Ele era um homem de hábitos desmazelados... muito desmazelados e descuidado. Foi deixado com boas perspectivas na vida, mas jogou fora suas oportunidades, viveu algum tempo na pobreza com breves e ocasionais intervalos de prosperidade, e finalmente, entregando-se à bebida, morreu. Não consigo deduzir mais nada."

Saltei da cadeira e coxeei impacientemente pela sala, com considerável amargura no coração.

"Isso é indigno de você, Holmes", disse. "Eu não teria acredito que desceria a isso. Fez indagações sobre a história de meu pobre irmão e agora finge deduzir esse conhecimento de uma maneira fantasiosa. Não pode esperar que eu acredite que decifrou tudo isso nesse relógio velho! Isso é cruel e, para falar francamente, beira o charlatanismo."

"Meu caro doutor", disse ele afavelmente, "peço que aceite minhas desculpas. Vendo o assunto como um problema abstrato, esqueci-me do quanto poderia ser pessoal e penoso para você. Eu lhe asseguro, no entanto, que nunca soube sequer que teve um irmão até que me entregou o relógio."

"Então por força de que prodígios se inteirou desses fatos? Eles são absolutamente corretos em todos os detalhes."

"Ah, foi sorte. Eu poderia apenas dizer que foi o saldo das probabilidades. Não esperava de maneira alguma ser tão preciso."

"Mas não foi pura adivinhação?"

"Não, não; eu nunca adivinho. É um hábito indecoroso - destrutivo das faculdades lógicas. O que lhe parece estranho só o é porque você não acompanha meu encadeamento de ideias ou observa os pequenos fatos de que grandes inferências podem depender. Por exemplo, comecei dizendo que seu irmão era descuidado. Observando a parte de baixo da caixa do relógio, note que está não só amassada em dois lugares, como toda arranhada e marcada em decorrência do hábito de guardar outros objetos duros, como moedas ou chaves, no mesmo bolso. Certamente não é uma grande façanha supor que um homem que trata um relógio de cinquenta guinéus com tanto desdém deve ser descuidado. Não é tampouco uma inferência muito ousada supor que um homem que herda um artigo de tal valor está muito bem-aquinhoado em todos os demais aspectos."

Assenti com a cabeça, para mostrar que acompanhava seu raciocínio.

"Os penhoristas na Inglaterra têm o costume, quando se apoderam de um relógio, de riscar os números da cautela com um alfinete no interior da caixa. É mais conveniente que uma etiqueta, pois não há perigo de o número se perder ou ser trocado. Há nada menos que quatro desses números visíveis à minha lente dentro da caixa. Inferência: seu irmão estava com frequência na penúria. Inferência secundária: tinha fases ocasionais de prosperidade, ou não teria podido resgatar o penhor. Por fim, peço-lhe que olhe a placa interna, que contém o orifício para a chave. Veja os milhares de arranhões espalhados em torno dele, marcas deixadas pela chave ao resvalar. Como a chave de um homem sóbrio teria podido produzir esses sulcos? Mas você nunca verá o relógio de um bêbado sem eles. Ele lhe dá corda à noite, e deixa esses sinais de sua mão trêmula. Onde está o mistério em tudo isto?"

"É claro como o dia", respondi. "Lamento a injustiça que lhe fiz. Devia ter tido mais fé em suas maravilhosas faculdades. [...]

Luc4f5
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Re: Sherlock Holmes - o maior detetive de todos os tempos

Mensagem por Luc4f5 » 09 Mai 2015 21:15

Copiei os resumos da Wikipédia e transcrevi o trecho d'O Signo dos Quatro direto do livro que estou (re)lendo aqui. Depois de muitos anos tomei vergonha na cara e comprei a obra completa ilustrada e comentada. Vale cada centavo :punk:


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Vinicius SC
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Re: Sherlock Holmes - o maior detetive de todos os tempos

Mensagem por Vinicius SC » 09 Mai 2015 21:19

Recomendo a série Sherlock, muito boa.

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Re: Sherlock Holmes - o maior detetive de todos os tempos

Mensagem por SKYWALKER » 09 Mai 2015 21:20

Zico foi melhor!
Painho nos enganou..

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Modern Samurai
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Re: Sherlock Holmes - o maior detetive de todos os tempos

Mensagem por Modern Samurai » 09 Mai 2015 22:01

Tenho a obra completa na caixa da Ediouro. Foi muito divertido lê-lo. Não apenas pela história, mas Conan Doyle tinha uma escrita bacana. Desse segmento, eu acho bacana o autor James Ellroy e Ambrose Bierce. Edgar Allan Poe se arriscou pelo gênero, também.

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Re: Sherlock Holmes - o maior detetive de todos os tempos

Mensagem por JackmAtAll » 09 Mai 2015 22:08

Messi foi GOAT dos detetives isso porque na época do Sherlock Holmes todos detetives eram amadores e não tinha internet.
______________
Nunca li, mas vou colocar na minha lista.

Li Agatha christie mas não gostava das histórias.
Tapirus terrestris

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Montfort
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Re: Sherlock Holmes - o maior detetive de todos os tempos

Mensagem por Montfort » 09 Mai 2015 22:36

Modern Samurai escreveu:Tenho a obra completa na caixa da Ediouro. Foi muito divertido lê-lo. Não apenas pela história, mas Conan Doyle tinha uma escrita bacana. Desse segmento, eu acho bacana o autor James Ellroy e Ambrose Bierce. Edgar Allan Poe se arriscou pelo gênero, também.
Allan Poe não se arriscou: Ele inventou o gênero investigativo solucionado pela lógica dedutiva. O detetive Dupin inspirou Doyle, Chesterton, Christie, etc... Poe foi um gênio pioneiro; pena q morreu cedo.
“There was some one thing that was too great for God to show us when He walked upon our earth; and I have sometimes fancied that it was His mirth.”
G.K. Chesterton, Orthodoxy.

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Re: Sherlock Holmes - o maior detetive de todos os tempos

Mensagem por Victor Martins » 09 Mai 2015 22:55

Hercule Poirot é melhor, ele é mais realista. E olha que sou fanboy de Sherlock Holmes

Jose_
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Re: Sherlock Holmes - o maior detetive de todos os tempos

Mensagem por Jose_ » 10 Mai 2015 00:44

Eu gosto bastante do Nero Wolfe, foge um pouco do arquétipo do detetive. Os últimos policiais que eu li foram do Rex Stout.

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Re: Sherlock Holmes - o maior detetive de todos os tempos

Mensagem por Modern Samurai » 10 Mai 2015 09:07

Obrigado por me corrigir, você está certo. Eu costumo relacionar as obras do Poe mais como "narrativas de terror". Eu gostava mais da obra poética dele, até.
Montfort escreveu:
Allan Poe não se arriscou: Ele inventou o gênero investigativo solucionado pela lógica dedutiva. O detetive Dupin inspirou Doyle, Chesterton, Christie, etc... Poe foi um gênio pioneiro; pena q morreu cedo.

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Re: Sherlock Holmes - o maior detetive de todos os tempos

Mensagem por Modern Samurai » 10 Mai 2015 09:12

Lembrei de uma série de comédia de detetive, pena que são poucos episódios, ri muito assistindo isso, segue um link.

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Tarantino
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Re: Sherlock Holmes - o maior detetive de todos os tempos

Mensagem por Tarantino » 10 Mai 2015 10:24

Jose_ escreveu:Eu gosto bastante do Nero Wolfe, foge um pouco do arquétipo do detetive. Os últimos policiais que eu li foram do Rex Stout.
Não curti tanto, aliás fiquei com a imagem de um gordo fdp que se acha deus kkkkk

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Re: Sherlock Holmes - o maior detetive de todos os tempos

Mensagem por Tony Fla » 10 Mai 2015 15:45

Excelente tópico, me amarro em ler Sherlock Holmes e já li todas as histórias dele, isso sim é livro para indicar na escola (relembrando aquele outro tópico).

Atualmente estou assistindo no Netflix uma série do Sherlock nos dias atuais em Londres.

Tem uma série de 84 com as histórias originais que é muito boa e tem um um filme antigo "O Enigma da Pirâmide" que é muito bom também pois mostra o Holmes jovem.
Octacampeão Brasileiro

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Luc4f5
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Re: Sherlock Holmes - o maior detetive de todos os tempos

Mensagem por Luc4f5 » 10 Mai 2015 16:58

Mergulhão escreveu:
Também gosto do Sir Arthur, embora não tenha gostado da edição do Sherlock da Zahar pq é excessivamente comentada.
É essa a coleção que comprei. Até gosto do detalhamento, mas ler na ordem cronológica fica problemático porque o autor dos comentários solta referências - leia-se spoilers - dos outros romances e contos sem dó nem piedade.

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