
Um soldado da Polícia Militar (PM) foi preso na tarde desta quarta-feira (18), no Hospital da Polícia Militar, no Tucuruvi, Zona Norte de São Paulo, por supostamente ter desrespeitado um superior durante atendimento médico, chamando-o de "você".
A defesa de Lucas Neto, o policial preso, argumenta que ele havia procurado o hospital como paciente, devido a um deslocamento no ombro, e não como subordinado.
Um vídeo publicado no Instagram denuncia que o PM teria ido ao hospital acompanhado de sua advogada, Fernanda Borges de Aquino, já pelo conhecimento prévio de que médicos militares têm tratado subordinados com desrespeito.
Ainda segundo a publicação na rede social, a advogada teria sido impedida de fazer qualquer registro em áudio ou vídeo do atendimento do policial. Ele mesmo, então, teria entrado no hospital gravando o áudio da conversa, e um capitão que é médico, Marcelo Cavalcante Costa, teria ordenado que Lucas interrompesse a gravação.
Ao questionar a decisão e supostamente ter se referido ao capitão como "você", o PM recebeu voz de prisão.
A advogada do policial pediu então que outro advogado, Mauro Ribas Junior, comparecesse ao local da ocorrência para prestar apoio no caso. Depois de ouvir as gravações realizadas pelo PM durante o atendimento médico, Junior decidiu dar voz de prisão em flagrante ao capitão Marcelo, por denunciação caluniosa, e a dois tenentes que confirmaram a suposta atitude desrespeitosa do policial, por falso testemunho. O caso está em trâmite na corregedoria militar.
Em nota emitida pela Secretaria da Segurança de São Paulo (SSP), a Polícia Militar informou que “um policial militar foi preso em flagrante durante atendimento médico realizado no Hospital da Polícia Militar por infração ao Código Penal Militar (Artigo160). Ele foi encaminhado ao Presídio Militar Romão Gomes (PMRG),”.
A nota diz ainda que “todas as circunstâncias dos fatos são apuradas por meio de Inquérito Policial Militar (IPM), em andamento”.
O artigo do Código Militar mencionado faz referência a “desrespeitar superior diante de outro militar”. A pena é "detenção, de três meses a um ano, se o fato não constitui crime mais grave”.
Na manhã desta quinta-feira (19/6), o soldado foi solto após passar por audiência de custódia, de acordo com a Polícia Militar.
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