Movimento sempre tem. O que não tem é outra economia capaz de sustentar uma moeda de reserva internacional. Dos 12 trilhões de dólares em reservas internacionais hoje no mundo, 60% estão denominados em dólar. O Euro, a segunda alternativa, tem só 20%. Depois vem o Yen, com menos de 5%, e por último o Remnimbi, com menos de 1%, E isso não é de graça; é porque sustentar uma moeda de reserva internacional relevante tem custos muito elevados que dependem fundamentalmente da matriz produtiva da economia do país que se dispuser a ser o garantidor do comércio internacional. Hoje a única economia do planeta capaz disso são os EUA. A China, que é geralmente citada como capaz de sustentar a alternativa, simplesmente não pode. O modelo econômico chinês que exige um Yuan artificialmente desvalorizado constantemente é incapaz por essência de cumprir esse papel. Nem a UE consegue.relâmpagomcqueen escreveu: ↑06 Mai 2022 00:34Longe de ser uma besteira até porque o movimento para tal já existe, e, obviamente, qualquer ruptura nesse sentido será gradual num intervalo não menor que 50 anos. A grande questão é saber se a demanda pelo dolar vai continuar com a mesma intensidade num cenário que o movimento incipiente começa a ganhar forma. Vamos ver ate que ponto os Estados Unidos vão conseguir imprimir dinheiro trocando a pressão inflacionária por dívida. O dia em que não conseguirem baixar os juros, será que os detentores de
sua moeda vao comprar mais títulos ou vão querer se livrar da moeda? O primeiro teste esta aí pra a gente ver.
Como não é viável fazer transações com barras de ouro e o Bitcoin não só é extremamente volátil como nenhum banco central do mundo hoje está disposto a abrir mão da soberania sobre a própria moeda em favor dele, só vai continuar restando o dólar.
Como eu disse, o único cenário em que o dólar perder o status de reserva internacional é uma possibilidade é em um em que o FED não consiga controlar a espiral inflacionária sem causar uma severa contração da economia mundial para corrigir toda essa década e meia de estímulos e não esteja disposto a assumir o ônus político de segurar uma política monetária contracionista por vários anos.
Como as consequências da perda do status do dólar na economia mundial seriam tão ou mais devastadoras para a economia americana quanto a contração que o FED vai ter que causar pra corrigir a insanidade dos últimos 14 anos e controlar a inflação, duvido muito que aconteça.
Já se o Trump voltar à Casa Branca, essa possibilidade aumenta consideravelmente.