Como funciona o nosso código moral

Assuntos gerais que não se enquadrem nos fóruns oficiais serão discutidos aqui.
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brunodsr
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Como funciona o nosso código moral

Mensagem por brunodsr » 26 Jul 2021 14:49

Vídeo muito interessante sobre como funciona o nosso código moral, relação que fazemos de risco x benefícios e como somos potenciais transgressores trapaceiros, mesmo que não nos julguemos assim.
phpBB [video]
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Professor Ludovico
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Re: Como funciona o nosso código moral

Mensagem por Professor Ludovico » 26 Jul 2021 16:04

Interessante, más tu acha que todos no forum manjam de inglês?
Executarei neles grande vingança e os castigarei na minha ira. Então, quando eu me vingar deles, saberão que eu sou o Senhor".

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R.SEFO
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Re: Como funciona o nosso código moral

Mensagem por R.SEFO » 26 Jul 2021 16:11

Muito interessante.
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tiagosouza
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Re: Como funciona o nosso código moral

Mensagem por tiagosouza » 26 Jul 2021 17:57

O livro dele eh mto bom, recomendo.

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Shin
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Re: Como funciona o nosso código moral

Mensagem por Shin » 26 Jul 2021 18:20

Julgamentos morais são um tópico fantástico. Tenho lido a respeito nos últimos tempos.

Infelizmente é impossível discutir esse assunto sem que ele se imiscua na política, então acho que esse tópico seria mais adequado à AP, embora lá, pelo própria natureza tribal do julgamento moral, que o Dan Ariely toca superficialmente no vídeo, lá não renderia absolutamente nada.

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kyo_spirit
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Re: Como funciona o nosso código moral

Mensagem por kyo_spirit » 26 Jul 2021 18:39

brunodsr escreveu:
26 Jul 2021 14:49
Vídeo muito interessante sobre como funciona o nosso código moral, relação que fazemos de risco x benefícios e como somos potenciais transgressores trapaceiros, mesmo que não nos julguemos assim.
Qd vi q era palestrante, já ia pular o tópico sem nem olhar o vídeo. Dae vi o nome do cara, pow vou assistir pq esse cara é um autor foda
Não existe trabalho ruim, o ruim é ter que trabalhar (Seu Madruga).

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brunodsr
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Re: Como funciona o nosso código moral

Mensagem por brunodsr » 26 Jul 2021 18:51

Shin escreveu:
26 Jul 2021 18:20
Julgamentos morais são um tópico fantástico. Tenho lido a respeito nos últimos tempos.

Infelizmente é impossível discutir esse assunto sem que ele se imiscua na política, então acho que esse tópico seria mais adequado à AP, embora lá, pelo própria natureza tribal do julgamento moral, que o Dan Ariely toca superficialmente no vídeo, lá não renderia absolutamente nada.
Acho que dá pra discutir o tema sem incluir política no meio, Shin.

Eu achei foda a parte que ele fala sobre as pessoas se sentirem mais à vontade em furtar (não tem outro nome) um lápis no escritório, mas não ter a mesma tranquilidade para apanhar o valor correspondente, caso deixassem sobre alguma mesa, por exemplo.

Além disso, há o viés natural de acreditar que está correto, que suas intuições são as justas. Nesse caso, para ouvir o próximo, teriam que acreditar que podem estar errados e isso é muito difícil. Por isso que qualquer um tem potencial de fazer uma bosta grande, basta que acredite que não é nada demais e(ou) que dada coisa não é nada lá que deponha contra a sua integridade. Isso vale para furtar, assassinar etc.

Não curto muito essas palestras do TED Talks, mas essa fez parte de um treinamento que fiz na empresa onde trabalho, juntamente com outro sobre ouvir muito mais do que falar. Incrível como exercitar o ouvir, refletir e não falar te faz mais empático. Mas isso é tema para outra discussão.

Abss
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Shin
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Re: Como funciona o nosso código moral

Mensagem por Shin » 26 Jul 2021 19:22

brunodsr escreveu:
26 Jul 2021 18:51
Acho que dá pra discutir o tema sem incluir política no meio, Shin.

Eu achei foda a parte que ele fala sobre as pessoas se sentirem mais à vontade em furtar (não tem outro nome) um lápis no escritório, mas não ter a mesma tranquilidade para apanhar o valor correspondente, caso deixassem sobre alguma mesa, por exemplo.

Além disso, há o viés natural de acreditar que está correto, que suas intuições são as justas. Nesse caso, para ouvir o próximo, teriam que acreditar que podem estar errados e isso é muito difícil. Por isso que qualquer um tem potencial de fazer uma bosta grande, basta que acredite que não é nada demais e(ou) que dada coisa não é nada lá que deponha contra a sua integridade. Isso vale para furtar, assassinar etc.

Não curto muito essas palestras do TED Talks, mas essa fez parte de um treinamento que fiz na empresa onde trabalho, juntamente com outro sobre ouvir muito mais do que falar. Incrível como exercitar o ouvir, refletir e não falar te faz mais empático. Mas isso é tema para outra discussão.

Abss
Eu acho que não dá, não, porque política é a expressão máxima do julgamento moral humano; é a manifestação pública e cultural da moralidade individual ou de grupo. Mas podemos tentar.

Sobre a maior facilidade de subtrair uma caneta em vez da quantia correspondente em dinheiro, esse é um problema mais ligado à economia comportamental, que o Dan Ariely estuda, que à psicologia moral, e tem a ver com como a ética de grupo grada o erro. Como o dinheiro é a primeira manifestação do produto do trabalho alheio, furtar dinheiro é geralmente visto como mais errado que furtar algo mais distante do trabalho. Por exemplo: furtar dinheiro do caixa da empresa equivale diretamente a se apropriar de parte do produto do trabalho do grupo que o indivíduo infrator integra, ao passo que furtar uma caneta, apesar de em termos práticos ser o mesmo, parece menos grave, uma vez que é algo em que o dinheiro já foi gasto e está um degrau mais longe do produto direto do trabalho alheio.

Já sobre o tribalismo exemplificado no experimento do jogo com o ator trapaceiro, esse compromisso de grupo é mais objeto de estudo da psicologia moral e trata do evolucionismo, da maneira como os seres humanos evoluíram para, em determinadas condições, desligar seu individualismo predominante e aderir ao esforço de grupo. Glauco, irmão de Platão, postulou na antiguidade que o ser humano age movido pela necessidade de aprovação de grupo e que mais importante que ser correto é parecer correto. Se alguém do grupo infringe uma regra, a moralidade tribal trata a transgressão como tolerável ou até justificável diante da necessidade de atender ao viés de proteção da tribo, ao passo que quando o transgressor é de uma tribo rival, a violação da norma social é tratada como ainda pior do que realmente foi, de modo que o grupo rival passa a parecer pior que a tribo do observador, o que passa a justificar toda sorte de retaliações. Se o indivíduo vê determinada transgressão como menos grave, as chances de imitá-la são maiores; se a vê como mais grave, tende a evitar imitá-la. A avaliação tribal é fundamental para o nosso bem estar. É por isso que temos os sentimentos de culpa e vergonha, que são aparatos puramente sociais da nossa natureza coletiva.

Existem estudos que mostram inclusive que os neurônios-espelho, que nos permitem sentir o sentimento do outro e imitar as experiências que observamos em outros indivíduos e que nos ajudam no aprendizado, na cooperação e no nosso próprio senso de justiça, reagem de forma distinta ao sofrimento de alguém do nosso grupo e ao sofrimento de alguém de um grupo rival.

Tente não associar isso à política e à polarização que vivemos hoje em dia, por exemplo. Veja como o bolsonarista trata os crimes do Bolsonaro e os do Lula e como os petistas fazem o mesmo; veja como o bolsonarista foi aceitando tudo aquilo que rejeitava veementemente ao ver o Bolsonaro fazendo; veja como o petismo trata os crimes do Lula e como trata as supostas transgressões da Lava Jato; veja como a esquerda defende Cuba e como critica a ditadura militar brasileira; e etc.

É exatamente por isso que eu falo o tempo todo da hipocrisia da galera da AP; porque identifico esse viés tribal o tempo inteiro ali.

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