A exatos 27 anos atrás partia um herói nacional
Enviado: 01 Mai 2021 20:23
O Grande Prêmio de San Marino de 1994 (formalmente 14º Gran Premio di San Marino) foi uma corrida de Fórmula 1 realizada em Ímola em 1º de maio. Terceira etapa da temporada, foi marcado pelo acidente que deixou o piloto brasileiro Rubens Barrichello seriamente ferido na sexta-feira e pela morte do austríaco Roland Ratzenberger no dia seguinte. A mesma corrida viu a morte do tricampeão mundial Ayrton Senna no domingo em um grave acidente no curso da prova. Michael Schumacher ganhou a corrida reiniciada. Na entrevista coletiva depois da prova, declarou que "não podia sentir-se satisfeito, não podia sentir-se feliz" com a vitória depois dos eventos ocorridos durante o fim de semana. Nicola Larini marcou os primeiros pontos de sua carreira quando alcançou o pódio terminando na segunda posição. Mika Häkkinen terminou em terceiro. O fim de semana é lembrado por ter sido um dos momentos mais trágicos do automobilismo e do esporte em geral. A partir deste grande prêmio, a Fórmula 1 sofreu muitas modificações com o intuito de aumentar a segurança tanto dos pilotos quanto dos espectadores. Desde então foram feitas numerosas mudanças no regulamento para reduzir a velocidade de um Fórmula 1 e novos circuitos, como o Circuito Internacional do Barém, incorporaram grandes áreas de escape para reduzir a velocidade dos carros antes que eles colidissem com um muro. Ayrton Senna teve um funeral com honras de chefe de estado na cidade de São Paulo. Entre o cortejo do caixão com o corpo do piloto desde o Aeroporto de Guarulhos até à Assembleia Legislativa, o velório, que durou aproximadamente 24 horas, e o cortejo final desde a Assembleia até o Cemitério do Morumbi, aproximadamente dois milhões de pessoas estiveram presentes. Procuradores italianos acusaram seis pessoas de homicídio com relação à morte de Senna, tendo sido o então diretor-técnico da equipe Williams, Patrick Head, considerado culpado pelo defeito da barra de direção que causou o acidente.
gp na integra, da uma tristeza a narracao do galvao, que pela experiencia sabia da gravidade..
algumas outras informacoes
"Ayrton Senna teve morte cerebral instantânea no acidente de domingo em Imola, na sétima volta do GP de San Marino de F-1.
Essa foi a conclusão dos legistas que ontem fizeram a autópsia no corpo do brasileiro, piloto da equipe Williams. Os dirigentes da F-1 souberam que ele havia morrido antes de reiniciar a corrida, meia hora depois do acidente.
Quando o piloto foi retirado do carro, já não tinha mais pulsação e a circulação sanguínea estava praticamente interrompida.
A batida no muro, às 14h12 locais, provocou fraturas múltiplas na base do crânio, grave insuficiência respiratória, afundamento frontal, ruptura da artéria temporal e hemorragia nas vias aéreas.
Segundo o médico Giovanni Gordini, da unidade de reanimação do hospital Maggiore, de Bolonha, Senna chegou do circuito às 14h44 com o coração batendo com o auxílio de equipamentos.
Legalmente, o piloto não deixou a pista morto, porque não era possível avaliar no circuito se havia morte cerebral.
Na Itália, uma pessoa só é considerada legalmente morta quando há morte cerebral –indicada por um eletroencefalograma (espécie de exame) plano.
Sua "morte legal" só ocorreu às 18h42. Mas desde o impacto já não havia a menor chance de sobreviver.
O médico-chefe da FIA (Federação Internacional de Automobilismo), Sid Watkins, avisou pelo rádio que Senna estava morto ao presidente da Foca (Associação dos Construtores de F-1), Bernie Ecclestone.
Leonardo Senna, irmão do piloto, Celso Lemos, diretor das empresas de Senna no Brasil, e Beatris Assumpção, sua assessora de imprensa, foram até a torre de controle. Bernie os levou para o motorhome (caminhão) da Foca.
Entrou com Leonardo, que fala mal inglês, e Beatris. Disse ao irmão de Senna para "esperar o pior". "Ele está morto. Mas nós só vamos anunciar isso quando ele chegar ao hospital." Leonardo começou a chorar na hora.
Martin Whitaker, assessor de imprensa da FIA, tentou consertar o estrago. Bernie disse, em inglês: "He is dead". Whitaker se apressou em reformular a sentença dizendo que a palavra era "head" (cabeça) e não "dead".
Daí o primeiro comunicado oficial, afirmando que o piloto tinha sofrido "contusões na cabeça".
Beatris relatou o diálogo em um longo telefonema para o escritório de Senna em São Paulo.
A atitude de Ecclestone tem uma explicação financeiro-jurídica. Se os dirigentes admitissem que ele estava morto no autódromo, a corrida não poderia ser reiniciada.
Era prejuízo na certa, diante dos patrocinadores e das emissoras de TV que transmitiam o GP. As leis italianas obrigam a imediata interdição dos locais onde acontecem mortes em acidentes.
No sábado, acontecera o mesmo com Roland Ratzenberger, piloto austríaco da Simtek. A autópsia feita ontem concluiu que ele morreu instantaneamente na batida no muro da curva Villeneuve.
Em nenhum momento, segundo os legistas, foi trazido de volta à vida com massagens cardíacas ou aparelhos, como Senna. Saiu do circuito morto e foi dado como tal oito minutos depois de chegar no hospital. Se fosse informada disso, a Justiça Italiana poderia impedir a realização da corrida." - Flavio Gomes / 1994