FernandoFS escreveu: ↑27 Abr 2021 00:11
Ser mais acessível não quer dizer que é mais influente. O que eu contesto é a influência do DT ser maior no meio musical e é mesmo. O prog metal era um antes e outro depois do DT, inclusive o Dream Theater extrapolou e muito o gênero de origem. Mesmo o Djent que tem como pai o Messhugah (originalmente não era um gênero, mas há muito tempo isso não é mais assim) tem em várias de suas maiores bandas e inclusive precursoras como o Animals As Leaders e Periphery o Dream Theater assumidamente como suas maiores influências. O próprio Lars Ulrich disse que já quis ser como o Portnoy no passado, isso dá uma dimensão do que o Dream Theater foi e é no mundo do metal. Com todo respeito ao Tool que é uma puta banda, mas não dá pra nem pra largada se for falar do que influenciou o quê. Eu consigo pegar várias das maiores bandas dentro do metal da atualidade que tem no DT e nos seus instrumentistas como suas maiores influências musicais e isso se reflete no som que as bandas fazem ou tentaram fazer ao longo das últimas décadas.
Pode até ser. Mas, reconheço que, achei o seu comentário no mínimo, bastante curioso. Sempre tive o Tool como a maior banda entre as duas (bem maior, aliás). Não necessariamente em um sentido de influência direta (nem nunca parei pra pensar nisso), mas do impacto no cenário em geral (no sentido de ser algo bem mais abrangente, não somente tocante à esfera da influência), e na forma (que você mesmo denota) de como o DT se encaminhou para um nicho muito específico na música. Daí de, nesse caso, eu já não ver um lastro de influência tão grande, porque é algo muito confinado dentro daquele cenário (no que, note, já havia algum precedente na forma do Rush fazendo um som análogo lá nos anos 70, em oposto à bandas como King Crimson, Genesis, Pink Floyd, que já eram mais embaladas em uma atuação mais performática – nesse caso, é algo que, embora já fosse presente, não era de maneira tão extremada como no Prog Metal atual), enquanto que o Tool abrange uma consciência geral, não só musical, como temática (o que pra mim, existe em um sentido de originalidade maior), além de que sim, eles introduziram diversas facetas na música que foram sendo incorporadas por diversas outras bandas (o que também já estabelece o fator de influência). Enfim, nem é te contestando ou discordando, de maneira geral mal ouço essas bandas que você citou, está muito fora do meu circulo de formação (não saberia de qualquer forma). No que é tocante ao meu próprio gosto, sou muito mais o Tool (em se tratando dessa linhagem, curto mais o Symphony X que o DT). Tem bem mais apelo pra mim, até por ser algo muito referencialista aos meus próprios gostos gerais (como o caso clássico da The Grudge ser sobre o The Scarlet Letter, do Hawthorne).
Sobre o Djent, acho que (até como você mesmo colocou) dá pra dizer que foi muito mais o conjunto de fatores que necessariamente somente uma particularidade da sonoridade do Meshuggah que deu voz ao que acabou se moldando como o gênero (nesse ponto, não dá pra falar que foi o Meshuggah o pai e criador do Djent, ou que isso advém do que é a sonoridade do Meshuggah, a banda só estabeleceu um dos aspectos que fundamentam o gênero). Tu vê que, o Contradictions Collapse e o Destroy Erase Improve já estavam muito alinhados em um segmento mais alternativo, e destoava bastante do Trash convencional (não dá nem pra dizer que é Trash, ou, talvez seja, uma versão mutante e superforte do que era o Trash naquela altura), e foi o Chaosphere que concatenou (trocadilho...) a sonoridade dentro dos padrões que acabaram tornando a banda notória (polimetria daquele ponto em diante muito mais acentuada, crunch muito mais potente e o som com um brilho muito mais criativo, e isso só se refinou ao longo do tempo – vejo o obZen como praticamente um spin-off da sonoridade que haviam alcançado nos três álbuns pregressos, mas conseguiram recuperar e refinar o rompante inicial de originalidade no Koloss e no TVSOR), mas nunca fizeram nada que se assemelhasse ao que é chamado de Djent hoje (não, pelo menos, ao ponto de reivindicar que a banda foi quem estabeleceu o filão e fundamentou todo o conceito).