Achado ‘extraordinário’ indica que uso da cannabis era popular na antiguidade
Segundo Jiang, análises morfológicas e anatômicas identificaram os vestígios botânicos como pés inteiros de cannabis, que parecem ter sido produzidos na região e arranjados de forma proposital no ritual funerário do homem. As 13 plantas, descritas como uma “coleção extraordinária de cannabis antiga e bem preservada”, foram postas com as raízes no lado direito da pélvis, cruzando para o lado esquerdo do rosto.
Datações por radiocarbono dataram a tumba entre 2.800 e 2.400 anos. Esta descoberta fornece ainda mais evidências de que o consumo da cannabis era bastante popular há milhares de anos.
Esta é a primeira vez que arqueólogos conseguem recuperar plantas inteiras da cannabis, até mesmo com as raízes, da mesma forma é a primeira incidência no uso como uma mortalha numa sepultura humana. A cannabis também foi encontrada em outras sepulturas na região de Turpan, sobretudo em um cemitério perto de Yanghai, onde foram recolhidos cerca de um quilo de sementes e restos de galhos e folhas.
De acordo com o pesquisador, essas tumbas devem pertencer à cultura Subeixi, que ocupou a região entre 3 mil e 2 mil anos atrás. Na época, a região do oásis de Turpan era importante ponto de parada na mítica Rota da Seda. Por esse motivo, os achados anteriores eram incapazes de definir se a cannabis era cultivada localmente, já poderia ter sido trazida por mercadores. Mas a nova descoberta, com plantas com raízes, indica para a produção local.
O achado levanta novas questões, principalmente sobre o uso. A cannabis é mais conhecida pelos seus efeitos psicotrópicos e medicinais, mas também serve para a produção de fibras e alimentação. Tecidos produzidos com a planta já foram encontrados em sepulturas na região. Por outro lado, os pés descobertos tinham dinais de que flores e sementes foram colhidos, o que indica o uso psicotrópico e alimentar.
Fonte: http://oglobo.globo.com/sociedade/histo ... s-20254245




