Nãopauloctba escreveu:
Voce considera racismo ser contra cotas raciais?
post enviado por sinais de fumaça
Nãopauloctba escreveu:
Voce considera racismo ser contra cotas raciais?
Filho_da_D.Florinda escreveu:Rapaz,
Outro dia da varanda do meu apê estava conversando com um amigo meu que também mora lá no condomínio. Ele me dizia: olha, aquele cara lá embaixo limpando o carro é muito bom. Ele cobra vinte, mas limpa muito melhor do que o cara que limpa por 10. Apesar de ser o dobro vale a pena.
Observando o cara limpar o carro, já quase 7 da noite eu disse:o cara deve ser bom mesmo. Praticamente está lá desde de manhã, sem parar um segundo sequer.
Detalhe: o cara limpa carro até de sábado a noite. Sendo que a média de cada lavagem era 40 minutos e ele limpava no mínimo 10 carros por dia (por exemplo: das 08:00 as 10:40 e a tarde das 14:00 as 16:40 - e olha que limpa muito mais do que isso no dia, sem sacanagem). Contando com os sábados meio-período (apesar dele trabalhar o dia todo) ele estaria faturando 4.800 reais. Já que o cara lava os carros na rua, praticamente possui uma despesa irrisória com materiais de limpeza tão somente.
Quando eu demonstro a rentabilidade desse tipo de trabalho para as pessoas, a primeira coisa que vem na cabeça das pessoas é: e por que poucas pessoas trabalham com isso? E eu respondo: vergonha, falta de iniciativa, comodismo. É um trabalho árduo, pesado, dá dor na coluna, fica no sol o dia todo. As pessoas preferem trampar de cobrador de ônibus, caixa de supermercado, atendente de telemarketing. Qual o problema nisso? Absolutamente nenhum, desde que depois voce não reclame da vida.
Agora, vejamos o seguinte: suponhamos que esse mesmo cara que lava carro tenha um filho (e de fato tem), e que com o suor sagrado do seu pai tenha se matriculado numa boa escola para prosperar. Se no futuro a criança obter a aprovação na USP, poderíamos afirmar que foi por falta de igualdade? a resposta é sim. E pergunto, o que tem de errado até aí? Quem criou condições pro seu filho prosperar foi seu pai, fruto de muito suor. Ele abdicou de sua vida, fez por onde ao seu descendente. Por outro lado, sabemos quantos pais nesse mundo se afundam na cachaça, putaria ou possuem outras prioridades em detrimento do futuro de seus filhos.
Seria justo então pedir por isonomia? Seria justo que igualássemos a condições dos moleques, visto o esforço de cada pai? Muitos podem indagar: mas há pais que nasceram milionários, que tiveram filhos milionários, que terão melhores condições que os outros sem esse histórico de abdicação. É verdade também. No Brasil 25% da renda nacional fica na mãos de 71000 famílias (um pouco mais do que um morumbi cheio) que praticamente não precisam fazer nada na vida, a não ser receber seus juros. Mas e entao? Como vamos saber separar o joio do trigo?
Eu posso falar pelo meu pai. Quando tinha 5-6 anos a empresa dele faliu porque um sócio fugiu com o capital da empresa para o estrangeiro. Dali fui morar na entrada de uma favela. Ficamos numa situação extremamente delicada, eu, minha irmã, minha mãe. Bem nessa época meu vô adoeceu e meu pai por falta de dinheiro não pode nem sequer acompanha-lo, dar um beijo de despedida. Apesar de muito novo, tenho até hoje essa imagem gravada em minha mente: eu correndo para os braços do meu pai querendo brincar, ele no telefone com lágrimas nos olhos e minha mãe me dizendo que papai não estava bem aquele dia. Ele acabara de receber a notícia do falecimento de seu pai. E demorou varios anos, impossibilitado pela insuficiência financeira, para que visitasse o tumulo de meu vô.
Nesse período pós falência, vi meu pai diversas vezes acordar de madrugada indo trabalhar no parque da casa verde como vendedor de cachorro quente. Uma vez aconteceu de um dos seus funcionários comprar o cachorro quente dele e ficar abismado com a situaçao. Assim como via minha mae tentando aprender a costurar e final de semana os dois rumo a aparecida do norte vendendo roupas nas barracas de camelô. Como sei tudo isso? Eu e minha irmã íamos juntos. Só que para nós aquela época, aquilo tudo era uma grande diversão, pois meus pais diziam:vamos brincar no parque, vamos visitar aquele castelo enorme (a igreja da aparecida) e etc.
Quando entrei na quinta série, mesmo morando próximo aos cortiços, meu pai me matriculou em uma das melhores escolas de Sao Paulo. Ele sempre deu prioridade para o estudo dos filhos. Eu e minha irmã um pouco mais crescidos não acompanhávamos mais eles, e sim pegávamos dois onibus e um metrô todo bendito dia para ir estudar nessa super escola. Prosperamos, eu, minha irmã. Fruto de muito suor e empenho dos meus pais.
E então vem uma vagabunda dessa, generaliza, aponta o dedo na cara de cada um da sala de aula e diz que eles (alunos) não merecem estar lá porque quem estava limpando o chão da casa deles era a mãe dela? Sinceramente eu não teria capacidade de ficar inerte a aquelas palavras. O futuro dessa menina,infelizmente, será ser vitima a vida inteira.
Só pra finalizar: lá no meu trabalho sou chefe de um setor que tem uma terceirizada. O trabalho dela teria que ser até as 17:00, mas como meu trabalho acaba as 14, eu a dispenso também as 14. Ela vive reclamando que ganha pouco, que a empresa terceirizada nao valoriza seus funcionários e etc. Todavia, quando dá 14:00 eu abro meu livro e começo a estudar, e ela fica na internet vendo fuxico. Meu salário é 22x maior que o dela. Por isso que seu sempre digo: não custa nada vc se esforçar um pouco mais do que seu alheio, principalmente quando sua situação é desfavorável. A vida é assim, e por mais auuxilíos, bolsas, generosidades, incentivos, que vc receba, a vida continuará sendo assim. Antes de ser concursado, milhares de vezes fui estudar na biblioteca do SENAC, e adivinha só? Eu era praticamente único naquele espaço enorme vazio. Que tal vencer o vitimismo?
Não sei exatamente o quanto eles conseguiram mas já passou de 1 bilhão de euros de indenização pela segunda guerra. A Alemanha esses tempos pagou 30 mil euros para família do pessoal judeu que sofreu no holocausto. A GRÉCIA, mais ousada, realizou um pedido de indenizacao de 1 trilhão de euros. Kkkkkkkkkk (vai que cola). Os judeus no início pediram bem mais que 1 bi, mas foi o que conseguiram.Filipe escreveu:Esse coitadismo é bem coisa de brasileiro mesmo.
Nos Eua a segregação foi muito maior que aqui, e n existe esse assistencialismo todo que tem aqui no Brasil. Nunca vi cota pra judeu na Alemanha e por ai vai...
Que coloquem uma cota de 98% de vagas pra negros então e foda-se. Eu trabalho, posso pagar meus estudos e os da minha filha. Prefiro isso do que esse mi mi mi.
Que show de ignorância meu Rei, me desculpe a sinceridade.café c/ leite escreveu:
Ei bicho, não precisa pegar ar, não disse que era gênio de nada.
Francisco Felix de Souza, o maior traficante de escravos do país, um dos homens mais ricos na época, é tido como mulato e ex-escravo. E não, não era exceção, posso citar vários nomes: Joaquim d’Almeida, Domingos José Martins, João José de Lima etc
O herói contra os holandeses, Henrique Dias, era capitão do mato e combateu quilombos, não sei se tinha escravos mas é provável que tivesse, na verdade é provável que qualquer negro rico tivesse algum escravo, era simplesmente normal qualquer pessoa naquela época ter escravos ou viver disso, independente da cor.
E é curioso, mas o Império Brasileiro não era tão opressivo com os negros quanto se pensa, muitos chegaram a ser funcionários da corte(o próprio Machado de Assis, um mulato), foi na República Velha que a coisa ficou bem ruim pros afro-brasileiros.
De qualquer forma, ninguém deve ser responsabilizado pelo que os seus antepassados fizeram.
Coisa bonita de ler.bigode69 escreveu: Não sei exatamente o quanto eles conseguiram mas já passou de 1 bilhão de euros de indenização pela segunda guerra. A Alemanha esses tempos pagou 30 mil euros para família do pessoal judeu que sofreu no holocausto. A GRÉCIA, mais ousada, realizou um pedido de indenizacao de 1 trilhão de euros. Kkkkkkkkkk (vai que cola). Os judeus no início pediram bem mais que 1 bi, mas foi o que conseguiram.
Sobre racismo em si contra negros acho que esse papo de dívida histórica é balela. Não posso pagar por algo de trocentas gerações atrás. Eu concordo em prender/matar político corrupto (redundância) e rapelar a grana de toda a família deles e deixar sem nenhum bem, sem nada mesmo para terem de começar a vida do zero.
Acho que tem que ser combatido mais o racismo atual, que é onde pega mais. Queira ou não queira o negro é visto com maus olhos seja onde for. Ou entrevista de emprego, ou restaurante, etc. As pessoas ficam ressabiadas com eles e isso deve ser uma merda. Esses dias fui ver uma moto de médio porte para comprar e fui com um amigo mecânico que é meio desleixado (e eu tbm tava nesse dia). Fizeram pouco para caramba da gente, como se não tivéssemos grana. Além de demorar um monte para atender o fdp queria que a gente saísse logo. Eu percebi e já tava injuriado, querendo sair fora mas esse camarada pediu para o vendedor um cartão e anotar o preço. Ele perguntou se eu ia fazer crediario, parcelar... Eu disse: bota o valor a vista, já com o descontos que se eu for levar, pago a vista (o que sempre costumo fazer) e saímos fora. Bom, isso nem chega perto do que é passar perrengue por ser negro. Eu fui comprar uma moto. Negro se fode em entrevista de emprego e em qualquer canto. Realmente eles são os mais prejudicados.
E o que pode ser feito? Criar gambiarras como cotas? Não dá! Pq não tem como tentar capacitar gente que não esteja preparada intelectualmente e psicologicamente. A solução, ao meu ver, é muito utópica e bem mais embaixo. Seria tentar mudar a cultura do povo brasileiro. Exterminar o jeitinho brasileiro e o modo como o povo pensa. Acabar com funk e outros lixos culturais. Coisa que incentiva o cara a roubar, meter, ostentar e conseguir coisas de maneira fácil. Aqui nego quer ficar rico fácil mas não entende que tudo tem que ter um trajeto. Riqueza nao e so dinheiro, e ter conhecimento. É desenvolver caráter, ética e respeitar o próximo. Educar na base. Incentivar química, física, matemática, computação, coisas que agreguem valor. Arte de verdade e não essa bosta aí que causa vergonha alheia. Só assim teríamos cidadãos mais criticos e que pusessem julgar melhor e cobrar efetivamente algo do governo com objetividade. Só que há um problema nisso. Quem manda no Brasil não quer isso. Aliás, o governo quer números aumentar o idh no famoso jeitinho. O que ele fez? Praticamente proibiu reprovar aluno de 1 a 4 serie. Sendo assim, o aluno ao final de 4 anos indo para um local e batendo o ponto (respondendo chamada) automaticamente sairia alfabetizado no papel. Será que ele sabe ler e escrever? Se não, melhor ainda! Basta saber apertar 1 e depois o 3 e dar confirma. Se o povo, por um milagre, recebesse educacao de verdade e valores, hj ninguém votaria no PT (ou outro similar), veria rede globo de televisão entre outras bostas. Enquanto o povo for controlado como massa de manobra por políticos e amigos de políticos o resultado vai ser esse. Não adianta dar cota para negro, dar bolsa caralho para miserável, colocar pobre para andar de avião se não fizer os caras pensarem e desenvolver senso crítico. Se pobre ganha esmola/crédito do governo hj, amanhã ele torra tudo sem do nem piedade. Veja o que aconteceu com os milhares de garimpeiros na serra pelada... de dia ganhavam uma fortuna vendendo ouro, a noite entregavam tudo no puteiro. Maioria hj tá numa miséria desgracada salvo raras exceções. Gente despreparada, sem cultura e sem educação, corrompidos pelo sistema.
Entendi. Perceber o racismo cotidiano é racismo né?Filipe escreveu:Os mais racistas são o que enxergam o racismo em cada esquina... Achar que um negro pode se dar bem na vida apenas com o seu próprio esforço virou racismo velado agora.
Pobre se fode na vida independente da cor, n sei o pq negros tem que ter algum privilégio.
Cara, se vc for ficar passando raiva e se exaltando a cada post que vc lê é melhor vc deixar esse tópico. Quase ninguém aqui compactua com a racista falador de bosta do video. Muito dificilmente vai aparecer alguém pra defender ela.Queixodevidro escreveu: Coisa bonita de ler.
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Sério isso ?! desde que meu pai era criança sempre houve preocupação com a educação de base pública , pelo menos pela sociedade , que nos anos 60 e 70 tinha um bom nívelHans de Sulivan escreveu:Estou separando em 2 posts p não ficar mt grande.
Conclusão. O negro precisa ser integrado à sociedade, para que seja natural, ao chegar num, hospital, por exemplo, e não achar que o negao de branco é técnico de enfermagem ou faxineiro, com o devido respeito às profissões.
Estamos vivendo em sociedade e em um estado, onde somos responsáveis por tudo que existe aqui, direta e indiretamente. Como exercemos essa responsabilidade. Através dos nossos eleitos, através de nós mesmos, através de acossiacoes das mais diversas.
Dito isso. Não podemos ser hipócritas e só nos preocupar com os menos abastardou quando nos incomodam.
Ex1 em quanto os favelados estão na favela segregados largados, ninguém olha por eles. Quando invadem a zona sul, o pais para, por causa de uma faixa de areia de menos de 10 kilometros. Acho que esses roubos devem ser coibidos. Mas com muito mais veemência devem ser coibidas as mortes em favela. Nos sabemos que morre mt inocente lá.
E se esse tipo de intervenção não está dando certo, que arrumem outro método. O que não da e inocente morrer nesses desastres. A sociedade está cagando p isso.
Ex2: cotas. Enquanto a regra era estudar em bom colégio e entrar p faculdade pública, ninguém tava nem aí p educação nem porra nenhuma pública básica. A partir do momento que parte das vagas foram destinadas àqueles que que não naturalmente freqüentavam as universidades, o pau começou a cantar. Óbvio. Menos vagas na ampla concorrência.
Só p citar um caso escroto hj aqui em Copacabana, veio o vassoreiro gritando, "olha a vassoura" e um "cidadão de bem" foi p janela mandar o cara para de gritar, porque estava incomodando o conforto do seu lar. Vejam bem. Um cara trabalhando honestamente.
O pior do Brasil, chama-se cidadão brasileiro, que é extremamente egoísta e não está nem aí p o próximo, desde que o seu esteja garantido. Quando tem a oportunidade de meter a mão no bolo vai com tudo e quando perde privilégios vira o bicho.
Exatamente. Quando estudei na UERJ, tinha uma amiga da sala que o pai era dono de quase toda cidade de Itaborai. Ela ia de pajero full p faculdade e vivia reclamando que a irmã dela não havia passado também. Lógico, culpava o sistema de cotas por isso. Aí a coitadinha foi fazer Direito na FGV.KYO escreveu:De boa, vagabundo que quer parasitar a sociedade tem que tomar é no cú
1- baseado em que que vc diz que gerou tensão racial que não existia. A- vou citar o caso da UERJ, onde eu estudei. Todo mundo junto e misturado se ajudando e tentando concluir a faculdade, que e uma grande pauleira.Nile escreveu:
Sério isso ?! desde que meu pai era criança sempre houve preocupação com a educação de base pública , pelo menos pela sociedade , que nos anos 60 e 70 tinha um bom nível
Nunca houve uma preocupação por parte da administração pública , tanto que nas últimas décadas houve uma deterioração
Achar que com cotas isso melhorará é bem paradoxal , porque é justamente o contrário quanto mais contas existe menos se investiu em educação de base , além de tudo contas raciais gerou uma tensão racial que no Brasil não existia
Espero que vcs não esteja falando em privilégios o vestibular tradicional e sim as cotas
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