Coletivo Negro invade aula da USP... incitação de ódio

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Anônimo
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Re: Coletivo Negro invade aula da USP... incitação de ódio

Mensagem por Anônimo » 21 Out 2015 12:02

Dumog escreveu: quotei pela mudança de discurso e pra ver que existe uma luz no fim desse túnel.
Não sou absolutamente contra as cotas, mas da forma como está, acho muito distorcido. Quem estudou em escola de baixa qualidade, sempre estará em desvantagem. O que devemos evitar é que estudantes entrem com notas muito baixas, sem que possuam condições de acompanhar o curso. Na verdade, eu defendo a cobrança de mensalidades na universidade pública para quem possa pagar. Isso já evitaria vários problemas.

Vou dar dois exemplos. Eu me formei em economia na UFF. Entravam por ano 200 alunos no curso de economia, sendo 50 em cada turno (noturno e diurno) a cada semestre. No Rio temos outras faculdades públicas de economia, como a UFRJ, UFRRJ e a UERJ, além da PUC. Com toda essa oferta de vagas, mesmo sem cota, entravam alunos com nota de corte muito baixa. O resultado era uma elevada taxa de evasão. Na UFPR, o curso de economia tbm abria muitas vagas e o efeito era o mesmo: muita reprovação e evasão. Uma coisa tbm era evidente: havia uma diferença de qualidade entre o curso noturno e o diurno. O fato de o aluno ter que trabalhar, acabava influenciando na seu desempenho. Em geral, na fase final do curso, quase todas as matérias era lecionadas à noite, mas nesse caso, as mais importantes já haviam sido ensinadas.

Perguntem a qualquer coordenador de curso em uma federal e ele lhes dirá que existe pressão para aprovar alunos. Nem todos os professores aderem, mas isso acaba impactando na verba que a universidade recebe.

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Nile
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Re: Coletivo Negro invade aula da USP... incitação de ódio

Mensagem por Nile » 21 Out 2015 12:05

Dumog escreveu:
quem se esforçou mais?

o pobre que trabalhou e estudou a vida toda e tirou x

ou o aluno de classe média que nunca trabalhou e tirou x+0,1?

QUEM MERECE MAIS ?
Quem tirou a maior nota merce mais
Sou contra qualquer tipo de cotas , mas aceitaria pelo déficit da educação pública as cotas sócias , mas racial não se justifica
Tem um projeito de cotas raciais para residência médica , olha a bizarrice , dois alunos que tiveram a mesma formação um teria privilégios apenas por ser negro
Conheçam o MELHOR e MAIS COMPLETO fantasy de UFC da internet brasileira! Vc nunca viu nada parecido em nenhum outro fantasy.
E o melhor de tudo, com o GARCEZ no comando, o que faz toda a diferença.
http://ufconfantasy.forumeiros.com/

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Re: Coletivo Negro invade aula da USP... incitação de ódio

Mensagem por Anônimo » 21 Out 2015 12:08

Dumog escreveu:
com relação ao exemplo da academia: várias artes.marciais começaram assim no Brasil.

karatê, tkd, até o Jiu Jitsu (Carlos Gracie não terminou o seu currículo -se Eh que existia isso- com o Conde Koma) e tivemos outros mestres também .

o objetivo dos mestres estrangeiros era estabelecer o máximo de faixas pretas locais para disseminar o estilo de luta.

muitos mestres antigos façam: "vcs não sabem a sorte que tem, YouTube, todo um conhecimento acumulado, vários faixas pretas na academia, na nossa época, treinamos ganhamos a faixa preta e ouvimos do Mestre: vai dar aula, se vira" . tiveram todo o tipo de dificuldade e foram num processo de aprendizado até hoje.

igual.faculdade: Vc aprende depois de sair dela.

hoje o Brasil eh respeitado em todo o tipo de artes marciais. Se os mestres de antigamente tivessem pensado assim, só um pequeno número de escolhidos saberiam lutar no país, não teria ufc, esse for um não existiria, etc.

Veja como a qualidade dos eventos do UFC caiu depois que contrataram um monte de lutadores e toda a semana tem evento em algum canto do planeta. Essas expansão desordenada afeta a qualidade e isso vale para qualquer coisa, seja esporte, restaurante, cursos de mestrado, etc. O grande mérito de países como o Japão e a Coreia do Sul foi fazer essa expansão mantendo um nível alto. Isso só ocorreu porque o investimento maior foi feito inicialmente na base.

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Re: Coletivo Negro invade aula da USP... incitação de ódio

Mensagem por Anônimo » 21 Out 2015 12:27

Um outro fator esquecido quando é analisado o desempenho dos alunos cotistas x não cotistas. Na UFJF, dos alunos cotistas oriundos de escolas públicas, 50% vieram de escolas federais (CEFET, colégios de aplicação de univs. federais e escolas militares). Isso vale para as outras tbm. Esse tipo de aluno passaria facilmente na maioria dos cursos, talvez com exceção de medicina.

A filha da minha ex-namorada fez vestibular como cotista e passou na UFRJ para educação física. Ela estudou no colégio Pedro II, uma escola federal de alto nível aqui do Rio. Creio que mesmo sem cotas, ela teria boas chances de passar e, em um vestibular onde todos concorressem sem a presença de cotistas, ela com certeza seria aprovada.

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Re: Coletivo Negro invade aula da USP... incitação de ódio

Mensagem por Derfel » 21 Out 2015 12:41

Anônimo escreveu:Um outro fator esquecido quando é analisado o desempenho dos alunos cotistas x não cotistas. Na UFJF, dos alunos cotistas oriundos de escolas públicas, 50% vieram de escolas federais (CEFET, colégios de aplicação de univs. federais e escolas militares). Isso vale para as outras tbm. Esse tipo de aluno passaria facilmente na maioria dos cursos, talvez com exceção de medicina.

A filha da minha ex-namorada fez vestibular como cotista e passou na UFRJ para educação física. Ela estudou no colégio Pedro II, uma escola federal de alto nível aqui do Rio. Creio que mesmo sem cotas, ela teria boas chances de passar e, em um vestibular onde todos concorressem sem a presença de cotistas, ela com certeza seria aprovada.
Isso é verdade. A impressão que eu tenho é que a esmagadora maioria dos cotistas vem da FAETEC, Pedro II e Cefet aqui no Rio. A FAETEC não é uma escola federal (é do estado do RJ), mas só se entra através de concurso e recebe mais investimento que as demais, acredito eu, por ter ensino técnico profissionalizante.

Só não sei se os alunos oriundos dessas escolas passariam sem as cotas porque o nível ainda é muito inferior as escolas particulares no geral.

Os ensinos técnicos foram uma estratégia muito boa, embora não suficiente, para melhoria do ensino público, no entanto, parece mais difícil fazer o mesmo no ensino básico.

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Re: Coletivo Negro invade aula da USP... incitação de ódio

Mensagem por brunodsr » 21 Out 2015 13:02

Eu sou contra cotas raciais, mas sou à favor de cotas sociais, como medida provisório, enquanto se investe pesado em educação de base. Tomar um lado e esquecer o outro é ainda pior do que não fazer nada.

E em todos os discursos desses movimentos, eles enaltecem a condição financeiro do branco. Se esse é o caso, cotas sociais e foda-se a cor da tua pele.
"Ser famoso na Internet vale tanto quanto ser rico no Banco Imobiliário." by NoFun
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Re: Coletivo Negro invade aula da USP... incitação de ódio

Mensagem por AVB » 21 Out 2015 13:22

Filho_da_D.Florinda escreveu:
Mais tarde quando chegar em casa, comento os 4 artigos que o outro colega lá te rebateu. Verá que a conclusao de tais trabalhos vão contra os próprios argumentos dele.
Serei sincero em admitir que só li com mais atenção após o seu post, mas está mais do que claro que muita gente não deu uma lida sequer hehe

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Anônimo
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Re: Coletivo Negro invade aula da USP... incitação de ódio

Mensagem por Anônimo » 21 Out 2015 14:06

Guilherme Wolverine escreveu:Eu acho difícil de falar em meritocracia tendo uma distância tão grande entre o ponto de partida e as dificuldades encontradas pelo caminho em um pais com uma desigualdade social tão grande. Não da para simplesmente ignorar todo o ambiente externo que é um fator determinante para o acesso e a qualidade de ensino.

Por conta disso sou favorável as cotas sociais. Claro que seria muito melhor ter um ensino básico de qualidade nas escolas públicas, mas mesmo que se iniciasse agora um processo de melhora (sem corrupção e com pessoas competentes) estamos falando em um resultado que demoraria no mínimo uma geração (isso se tudo desse certo).

Vejo que esse caminho de cotas têm nesse planejamento de médio prazo a importância de formar pais mais preparados para cobrar uma boa escola e fazer a sua parte na educação dos filhos.

Uma coisa que pouca gente fala é que um dos motivos da péssima qualidade do ensino público de base é o fato da classe média ter abandonado essas escolas. Vejam bem não estou culpando a classe média por optar por um ensino melhor paras seus filhos, muito pelo contrário, porém na pratica as pessoas pobres (e com uma escolaridade mais baixa) tendem a cobrar muito menos qualidade do ensino, não acompanham o desenvolvimento intelectual dos filhos, etc.


Podemos ver essa diferença na prática nas universidades públicas, a qualidade se dá também pelo grau de exigência de quem ali estuda e não só pelo preparo obtido anteriormente no ensino particular.

Enfim, o assunto é bem complexo, muito bom ter saído daquela discussão rasa (que já começa pelo absurdo do vídeo) sem ter se viciado entre a infinita e insuportável discussão entre mav x coxinhas.
Alguns estudiosos da educação dizem que o dia em que a univ. pública cobrar mensalidades, os "ricos" irão para a PUC, IBMEC, Insper e FGV. Com isso, a qualidade da educação na univ. pública irá cair. Essa mesma classe média que sai à rua para pedir o impeachment da Dilma é a mesma que cobra educação de qualidade nas univs. públicas.

Se vocês olharem os colégios de elite, tanto públicos como particulares, existe um maior envolvimento dos pais dos alunos. Falo em colégio de elite não no sentido de mensalidade cara, mas sim de escolas tradicionais, públicas e privadas. Esse envolvimento parte de pessoas que sabem que educação é muito mais do que um diploma pendurado na parede. Então, apesar de a esquerda reclamar da classe média (só reclama quando recebe críticas, pois adorava receber os votos), é esta o verdadeiro agente das mudanças no país.

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Derfel
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Re: Coletivo Negro invade aula da USP... incitação de ódio

Mensagem por Derfel » 21 Out 2015 14:35

Filho_da_D.Florinda escreveu:
o primeiro e terceiro artigo tratam-se de pesquisas do primeiro semestre da graduação, após a aplicação da lei de 2012. Ou seja, vai avaliar o que? Primeiro semestre é atividade de integracao e disciplinas sem importancias. Alguém aqui teve dificuldade no primeiro semestre de faculdade?

Já no segundo artigo, que, na verdade, trata-se de uma tese de conclusão apenas, somente em arquivologia e gemologia os estudantes cotistas tiveram médias semelhantes em todas as disciplinas do curso nivelado. Já em outras graduações sempre apresentavam médias baixas em determinadas disciplinas, provavelmente aqueles que eles tinham dificuldade na época vestibular.

O quarto não vale a pena comentar sem saber a metodologia e ferramenta de estatística utilizada.
Você deu um tremenda generalizada na parte grifada, hein? Vou usar o exemplo de dois cursos aqui, mas vou interar que a realidade pode ser (um pouco) diferente.
Em Analise e desenvolvimento de sistemas (tecnólogo, Ciências da computação), você tem pelo menos Algoritmo ou matéria semelhante no primeiro semestre ou matemática básica. Quantos aqui podem dizer que algoritmo é molezinha?

E ciências biológicas, você tem matérias como histologia, embriologia, física básica, zoologia, bioestatística (ou semelhante), química e etc.

Enfim, matérias específicas do curso e diversas matérias básicas com bastante conteúdo proveniente do ensino médio onde o cotista se fode a rodo pela base fraca que tem.

Não sei onde você estudou, mas não vi nada de confraternização nessa fase. Inclusive os professores da UERJ fazem questão de mostrar logo de cara que "faculdade não é 2° grau".

Dessa forma, não dá generalizar dessa forma aí e o primeiro período pode ser um bom parâmetro sim, até porque, as condições começam a se igualar entre os cotistas e os não cotistas no decorrer dos cursos e aí fica difícil avaliar.


Mas vamos lá, o estudo da folha, se não me engano (estou com preguiça de olhar de novo), o estudo de 2013 da folha mostra que em média os cotistas (C) tendem a ter notas por volta de 10% menor que os não cotistas (NC). Ou seja, se os C tiram notas por volta de 8, os NC tiram notas 7,2. Não me parece muito significativo no geral.
Agora, claro que as medidas em cada curso podem ser muito maior. Em exatas é bem maior. Mas isso pode ser resolvido com empenho do aluno, caso ele não queira ser jubilado.

O ponto é que, mais uma vez, o aluno merda não vai se formar sendo ele C ou NC.

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Re: Coletivo Negro invade aula da USP... incitação de ódio

Mensagem por Derfel » 21 Out 2015 14:49

Filho_da_D.Florinda escreveu:
Sou formado em fisioterapia, administração e econometria para finanças.

Se pra vc 10% não parece significativo, em um processo seletivo concorrido, em que muitos deixam de passar por diferenças menores que 1%, é.
Mas cara, essa diferença não é no vestibular, é no primeiro período do curso! A diferença da nota no vestibular entre o estudante de escola publica e o de particular é brutal.

Se fosse só 10% não faria sentido nenhum MESMO as cotas sociais.

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Re: Coletivo Negro invade aula da USP... incitação de ódio

Mensagem por ruud » 21 Out 2015 15:09

é aqui q cotas é visto como politica educacional?
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Re: Coletivo Negro invade aula da USP... incitação de ódio

Mensagem por ophoda » 21 Out 2015 15:13

Tem gente falando que cotas é uma medida provisória. Até parece mesmo, cotas é um atestado de incompetência dos governos, principalmente estaduais e municipais. Se um dia tirarem as cotas o pessoal vai chiar tanto que vão ter que colocar de volta, acho que isso não tem mais volta, e as cotas vieram pra ficar e cada vez mais beneficiar certas pessoas.

Sou contra isso, pra mim se um curso disponibiliza 50 vagas, que admita os 50 primeiros, independente de cor de pele, de onde estudou ou de quanto os pais ganham. Não importa se passam 50 japoneses, 50 brancos, 50 zulus ou 50 índios, desde que sejam os 50 primeiros. Pobreza, cor de pele e escolarização ruim não são desculpas, pois quem quer estudar o faz fora da escola.
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Re: Coletivo Negro invade aula da USP... incitação de ódio

Mensagem por Derfel » 21 Out 2015 15:24

ruud escreveu:é aqui q cotas é visto como politica educacional?
Não.

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Re: Coletivo Negro invade aula da USP... incitação de ódio

Mensagem por Derfel » 21 Out 2015 15:27

Filho_da_D.Florinda escreveu:
Ou seja, se em estratos (disciplinas) diferentes há médias menores, e, dificilmente, melhores, imagine num censo (vestibular) a diferença que faz as cotas para selecionar os melhores/mais eficientes. Entende?
Não sei se entendi muito bem.
Mas vou colocar de uma outra maneira:
Se num vestibular a diferença entre o C e o NC é de MUITO mais que 10% e depois de um período na faculdade passa a ser de 10% em média, isso é um avanço pro C, não?

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Re: Coletivo Negro invade aula da USP... incitação de ódio

Mensagem por ophoda » 21 Out 2015 16:23

Guilherme Wolverine escreveu:
Dessa maneira você só aumenta a já gigante diferença social do país.

No âmbito particular essa ideia individualista funciona mas no âmbito social o resultado dessa diferença é que cada vez mais os corruptos ser perpetuarão no poder, a violência será crescente, etc.

Povo ignorante gera uma sociedade ignorante.
Quer dizer que se eu chamar os melhores alunos pra compor uma turma de um curso a violência aumenta e os corruptos se perpetuam no poder? Até onde eu sei o que faz os corruptos se manter no poder são medidas populistas como cotas.

Educação nivelada por baixo gera uma sociedade ignorante.
Vai Corinthians!!!
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