Pbp da Crise - O que fazer no período? (Tópico Oficial)
Re: Pbp da Crise - O que fazer no período? (Tópico Oficial)
Esse vídeo explica bem a "Curva de Laffer", que tenta fazer a relação da carga de impostos e a receita do governo. Mostra que ao chegar a determinada carga tributária, o efeito é adverso, ou seja, em vez de arrecadar mais o governo arrecadará menos, pois as pessoas estarão menos propensas a gastar ou até propensas a sonegar impostos abusivos.
Creio que o Brasil se aproxima desse limite.
Re: Pbp da Crise - O que fazer no período? (Tópico Oficial)
Bem interessante essa essa teoria da curva de Laffer. A nossa carga tributária atual é de 35,7% (em relação ao PIB). Isso sugere que a redução de impostos seria uma solução mais efetiva para a crise orçamentária presente.
Re: Pbp da Crise - O que fazer no período? (Tópico Oficial)
E vai piorar. Infelizmente vai piorar muito.
A violencia é diretamente proporcional as taxas de desemprego/aumento da pobreza.
Em breve vai aumentar a quantidade de assaltos, invasões de domicilios, latrocinios, etc...
A violencia é diretamente proporcional as taxas de desemprego/aumento da pobreza.
Em breve vai aumentar a quantidade de assaltos, invasões de domicilios, latrocinios, etc...
Re: Pbp da Crise - O que fazer no período? (Tópico Oficial)
http://oglobo.globo.com/economia/em-qua ... o-17748202
PQP, daí você pega pessoas que se aposentam cedo, idosos de oitenta anos que casam com novinhas de 20 para deixar a pensão, aquela galera naturalmente encostada e depois percebe que só aumentando a carga tributária. Fazer reforma mesmo ninguém quer.
PQP, daí você pega pessoas que se aposentam cedo, idosos de oitenta anos que casam com novinhas de 20 para deixar a pensão, aquela galera naturalmente encostada e depois percebe que só aumentando a carga tributária. Fazer reforma mesmo ninguém quer.
Em quase 20% dos lares do país, nenhum morador tem emprego
Em um ano, alta foi de 770 mil, aponta pesquisa a partir de dados da Pnad Contínua
RIO - Em apenas um semestre, a taxa de desemprego nas grandes metrópoles voltou aos níveis de 2010, e analistas já preveem que ela ultrapasse os 10% no próximo ano. A piora rápida do mercado de trabalho fica mais evidente quando se observa o aumento da parcela de lares onde ninguém trabalha. Em 2012, ela correspondia a 17,4%. O número subiu para 18,6% em 2014 e já chega a 19,3% no primeiro semestre. De um ano para outro, o número de domicílios nos quais ninguém trabalha aumentou em 770 mil. No país, já são 13,1 milhões de casas em que não há renda do trabalho.
O cruzamento de dados foi feito pelo pesquisador do Instituto de Estudos de Trabalho e Sociedade (Iets) e diretor de Oportunidades, Pesquisa e Estudos Sociais (OPE Sociais), Samuel Franco, a partir da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua. O levantamento mostrou que, no Rio, essa situação é realidade em 23,5% das casas ou em 1,44 milhão de famílias. É a terceira maior parcela entre os estados, só perdendo para Alagoas (28%) e Pernambuco (24,5%). Nesse conjunto, há desempregados, aposentados, pessoas que vivem de renda e de transferências do governo. A piora no Rio foi mais intensa do que no resto do país. Aqui, a alta do indicador foi de 9,73%, no Brasil, de 6,73% em um ano.
— O mercado de trabalho piora a cada mês, e esse aumento na proporção de domicílios sem ocupados está acontecendo mais nos lares onde o chefe tem baixa escolaridade, tanto no Rio quanto no Brasil. Poderia estar até pior no Rio se não fossem as obras para as Olimpíadas - afirmou Franco.
NO CAMINHO DO EMPOBRECIMENTO
Esse pode ser considerado um dos sinais do empobrecimento da população previsto pelos especialistas num cenário de recessão — estimada em 3% neste ano e em 1% no próximo — e da inflação, que pode chegar a 10% este ano.
— É praticamente certo que haverá empobrecimento de grande parte da população. Mas sem perder todos os ganhos de uma década. As informações são que houve aumento substancial do desemprego. Além da perda de renda dos desempregados, isso quebra o poder de barganha do trabalhador. Certamente está ocorrendo aumento da pobreza - disse Rodolfo Hoffmann, pesquisador da Esalq USP, especialista em pobreza e desigualdade.
A servente Sonia Maria de Sousa Barbosa, de 55 anos, já sente os efeitos desse cenário. Ela perdeu o emprego depois que a empresa terceirizada na qual trabalhava não conseguiu renovar o contrato com uma universidade. O salário mínimo era a única renda da casa onde Sonia e o neto, de 13 anos, moram. Na última sexta-feira, ela estava na fila para dar entrada no seguro-desemprego, mas faltavam documentos. Sem eles, não conseguiu obter renda para sustentar a família até encontrar outra vaga:
— Conto com a ajuda da minha irmã, que me dá uma cesta básica. Mas ela tem seis filhos para criar. Estou procurando uma faxina, roupa para passar. A mãe do meu neto não me passa a guarda do menino, e não posso pedir o Bolsa Família.
Ao perder o emprego, Sonia engrossou a estatística de domicílios sem ocupados no Rio. Nos lares em que o chefe da família tem ensino fundamental incompleto, como é o caso de Sonia, a proporção chega a 34,6% no estado, realidade em 707 mil lares.
Luísa Azevedo, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV), lembra que o Rio tem a maior parcela de população com 60 anos ou mais entre os estados e isso ajuda a explicar a alta proporção de lares sem ocupados. O aumento do indicador em um ano, porém, reflete, segundo ela, a crise na Petrobras, que cortou vagas em petróleo, construção civil e indústria naval:
— Em janeiro, o Rio respondeu por metade das vagas cortadas no Brasil. De 80 mil vagas extintas, 40 mil foram no Rio. Depois disso, o Rio tem acompanhado o (ritmo de fechamento de vagas do ) Brasil, inclusive com aumento menor do desemprego.
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Luísa acredita que a falta de esperança de encontrar um emprego, que os especialistas chamam de desalento, também explica o resultado, já que houve queda na taxa de participação (parcela de empregados e desempregados entre os que estão em idade de trabalhar):
— Enquanto essa taxa ficou estável no Brasil, caiu no Rio. E a piora parece estar mais concentrada nos domicílios com a escolaridade menor.
A renda de Luciana Félix da Silva caiu pela metade há dois meses. Ela perdeu o emprego de camareira, onde estava há nove meses. Mora com o marido, que é contínuo, e com a enteada, de 16 anos. Está endividada no cartão de parentes, e os planos de continuar a mobiliar a casa doada pela sogra foram abandonados. Os cortes feitos para conter os gastos públicos do governo atingiram diretamente Luciana. Ela precisava ter ficado um ano no emprego para ter direito ao seguro-desemprego. No sistema da Secretaria Estadual de Trabalho não apareceu uma vaga em que ela se encaixasse:
— Estou escolhendo que conta posso pagar.
O carpinteiro Adailson Aires dos Santos, casado e com um filho de 3 anos, espera encontrar emprego quando voltar do Maranhão. A parte da obra do estádio Engenhão onde trabalhava acabou:
— Tenho fé em Deus que quando voltar em dezembro conseguirei vaga nas obras do BRT.
Rafael Bacciotti, economista da Tendências Consultoria, avalia que a piora no mercado de trabalho afeta até a sazonalidade. Ele estima que a taxa média de desemprego de 2015 nas seis principais regiões metropolitanas fique em 7%, mas chegue a 8% em dezembro, mês em que tradicionalmente a procura por trabalho é menor:
— Em 2014, a taxa média foi de 4,8%. Voltamos aos números de 2010 em um semestre. Houve a volta das pessoas inativas ao mercado com a queda da renda, e a recessão tem se intensificado.
Quase um milhão de vagas formais foi extinta no país nos últimos 12 meses. A saída do emprego formal é um dos fatores que deixam a família com mais chance de entrar na pobreza. Dissertação de mestrado, premiada pelo BNDES, da economista Solange Ledi Gonçalves listou o que torna as famílias mais vulneráveis à pobreza.
— Formalidade é uma questão importante para garantir menor vulnerabilidade. O trabalho informal tem uma insegurança maior, a renda varia bastante, o que pode fazer a família entrar e sair da pobreza. Quando se está no setor informal, perde-se benefícios que compõem a renda da família como vale-alimentação e seguro-saúde.
Diante do desemprego, a família é obrigada a fazer escolhas que têm impacto no médio prazo, como cortar gastos com educação, diz Solange. Sem carteira assinada, fica mais difícil obter crédito, que funciona como tábua de salvação. Os lares chefiados por mulheres e pessoas com baixa escolaridade também correm risco de entrar na pobreza:
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— Nas famílias chefiadas por mulher, majoritariamente não há cônjuge. Nas famílias formadas por pessoas sem instrução, 25% são vulneráveis. Nas que têm 15 anos de estudos, somente 1%. O Bolsa Família pode amenizar a pobreza, mas a renda do trabalho é muito importante — disse Solange.
O benefício social não sofre reajuste desde junho de 2014. A inflação acumulada ultrapassa 10%.
— A experiência passada mostra que a inflação elevada é particularmente prejudicial para os pobres, que, de maneira geral, têm menos condições de se proteger da elevação de preços. A inflação elevada também contribui para o aumento da pobreza — disse Hoffmann.
Re: Pbp da Crise - O que fazer no período? (Tópico Oficial)
Gastamos muito nos momentos de bonança e agora falta dinheiro para monitorar a qualidade dos combustíveis. O cobertor é curto, por mais que alguns acreditem que apenas boas intenções resolvem os problemas da humanidade. Os fraudadores farão a festa.
O país que se orgulhava de ser a sétima economia do mundo não tem 39 milhões de reais para bancar algo tão importante.
O país que se orgulhava de ser a sétima economia do mundo não tem 39 milhões de reais para bancar algo tão importante.
ANP deixa de monitorar qualidade dos combustíveis em 20 Estados
No Nordeste, desde junho nenhum posto tem a qualidade do produto avaliada
Mesmo pagando até 5% mais caro pelos combustíveis desde a última semana, o consumidor não tem garantia da qualidade da gasolina vendida no país. Desde março, contratos da Agência Nacional do Petróleo (ANP) com 16 universidades não foram renovados, deixando 20 Estados sem monitoramento da qualidade dos combustíveis. Desde então, o número de postos monitorados caiu 53% e atingiu em agosto a pior média desde 2002. No Nordeste, desde junho nenhum posto tem a qualidade avaliada.
Apenas postos de Minas, São Paulo, Goiás, Tocantins e Rio Grande do Sul foram monitorados em agosto. Os laboratórios coletaram amostras em postos sorteados entre 18 mil estabelecimentos - menos da metade do monitoramento realizado no último ano, quando 25 institutos analisaram postos de 24 Estados e do Distrito Federal.
O monitoramento é anterior à fiscalização. O objetivo é averiguar a qualidade da gasolina, etanol e diesel, e identificar adulterações. O mapeamento de unidades sob suspeita é encaminhado à ANP, que pode autuar os postos. Confirmadas as fraudes, eles podem ser fechados e os dirigentes, presos.
A coordenadora institucional da Proteste, Maria Inês Dolci, lembra que os órgãos de defesa do consumidor podem fiscalizar os postos, mas é a agência que tem o dever legal de monitorar a qualidade dos produtos. "Caso esse dever seja descumprido, o Ministério Público Federal pode ser acionado."
Por lei, o monitoramento deve ser feito em todo o país. Acre e Rondônia, entretanto, não têm avaliação desde 2011. Em março, a Paraíba foi o primeiro Estado a suspender as coletas. A partir de terça-feira, os postos gaúchos deixam de ser monitorados. Em São Paulo, as amostras foram reduzidas a um terço desde junho, quando dois contratos foram encerrados. "A ANP está reestruturando o programa", informou a Unesp, responsável pelo monitoramento no interior paulista desde 2001.
Os contratos são firmados por um ano e podem ser renovados por mais cinco. Após esse período, as licitações devem ser refeitas. Esse processo teria sido afetado pelos cortes no orçamento do governo - por ano, a ANP gasta R$ 39 milhões com os laboratórios.
- Scorpion Kiss
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Re: Pbp da Crise - O que fazer no período? (Tópico Oficial)
O que fazer? Primeiramente tentar manter o emprego (tenho vários camaradas que ficaram desempregados nos últimos meses) depois tentar juntar dinheiro para os tempos ainda mais dificeis que viram, ou não né...
- Scorpion Kiss
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Re: Pbp da Crise - O que fazer no período? (Tópico Oficial)
aí é foda.... em tempos de crise nego que fica dando migué no trampo tem que ser mandado embora mesmo.KRATOSCS escreveu: Trabalho numa excelente empresa, paga bem no ramo que atua, ótimos benefícios, horário flexível, e fico vendo nego fazendo merda para ser mandado embora ou pq é ruim de serviço mesmo, e tanta gente querendo um trampo desses é não consegue.
Re: Pbp da Crise - O que fazer no período? (Tópico Oficial)
Concordo nobre.Anônimo escreveu:AEGIS
Esses setores citados (automotivo e construção civil) tem características específicas. No caso do setor automotivo, além dos salários elevados em relação à média da indústria, existe a questão dos fortes efeitos de encadeamento. Isso envolve desde a pequena indústria que faz o botão do ar condicionado, passando pela concessionária, o vendedor de seguro e a loja que vende os opcionais. É uma cadeia muito complexa e extensa, então dá para imaginar o efeito disso no nível de emprego. Boa parte da mão de obra é qualificada e recebe bastante treinamento.
A construção civil emprega muita mão de obra, grande parte pouco qualificada, e tbm envolve uma cadeia produtiva extensa que vai desde a indústria de cimento até o marceneiro que trabalha no fundo da sua casa e faz os armários embutidos.
Especialistas no setor automotiva dizem que o grupo PSA (Peugeot e Citroen), mantidos esses resultados, pode deixar o país.
Existe muita coisa dependente e interligads quanto a estes ramos.
"Nós somos o que fazemos repetidamente. A excelência, portanto, não é um ato, mas um hábito."
Aristóteles
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Reconstruindo o Dream TeAM do MMA! Junte-se a nós, deixe sua sugestão!
SHOGUN DE SUNGA BRANCA 100% - BJ MOTIVADO - Royce "Quando estava lá" - CIGANO CASADO - ARONA DE CAPACETE E SEM DENGUE - GSP DE CAMISINHA - ANDERSON SEM DANCINHA - CERRONE ENDIVIDADO - MINOTAURO NA 1ª CLASSE DE AVIÃO - SONNEN DE CALÇA JEANS E HAVAIANAS
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Re: Pbp da Crise - O que fazer no período? (Tópico Oficial)
Tô indo fechar a tatuagem do braço com dor no coração rsrs a probabilidade de gastar um dinheiro hoje que no futuro faça falta é de um terrorismo escroto demais.
Wallim, BAP, Tostes, Landin: verdadeiros alicerces da reconstrução rubro-negra! 

Zico: GOAT Eterno!
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Re: Pbp da Crise - O que fazer no período? (Tópico Oficial)
Crise??? Que crise... É tudo invenção da mídia.Crise leva 111 categorias a fechar acordo com redução de salários
Boa parte dos trabalhadores com negociações salariais neste segundo semestre vai conseguir, no máximo, repor o índice de inflação, em alguns casos parcelado. Aumentos reais, acima da inflação, que deram o tom às negociações nos últimos anos serão concedidos a um número menor da população assalariada. Além disso, cresce o número de funcionários com carteira assinada que aceita reduzir os salários para tentar escapar do desemprego.
Neste ano, até agosto, já ocorreram 111 acordos coletivos com redução nominal dos salários, quase metade deles no Estado de São Paulo. Em 2014 foram apenas quatro registros de negociações com corte no holerite, segundo levantamento da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), com base em dados do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE).
Re: Pbp da Crise - O que fazer no período? (Tópico Oficial)
não tem crise! isso são os opressores se aproveitando da crise inventada pelos aecistas da mídia golpista! (ironia).Anônimo escreveu:
Crise??? Que crise... É tudo invenção da mídia.
Re: Pbp da Crise - O que fazer no período? (Tópico Oficial)
Quem guardou dinheiro vai se dar bem. Olha a crise imobiliária cada vez mais presente. No caso do Rio, depois das Olimpíadas, o baque deverá ser bem maior.
Mercado imobiliário enfrenta sua pior crise em décadas
Os tempos de euforia se foram e o setor estagnou, com apartamentos encalhados, preços caindo e muitas promoções numa tentativa de aquecer as vendas
Mais ambicioso empreendimento imobiliário em construção no Rio, o complexo Ilha Pura deve ser entregue em fevereiro de 2016. O projeto ostenta 31 torres divididas em sete condomínios e erguidas ao custo de 2,4 bilhões de reais. Trata-se do bairro que abrigará a Vila dos Atletas durante a Olimpíada e a partir do ano seguinte receberá seus moradores definitivos. Desde o início, o objetivo do consórcio formado pelas construtoras Carvalho Hosken e Odebrecht foi erguer no Rio o mais luxuoso alojamento esportivo já visto na história dos Jogos. Os jardins são assinados pelo escritório Burle Marx, as unidades dispõem de recursos sustentáveis e os prédios contam com tecnologia de ponta como elevadores de alta velocidade fabricados na Coreia do Sul. Há exatamente um ano, parte dos imóveis foi lançada com preços que vão de 750 000 a 3 milhões de reais. Para seduzir os clientes, as construtoras gastaram 40 milhões de reais em um gigantesco estande de vendas, onde se instalou a maior maquete já vista na cidade. O investimento, porém, tornou ainda mais amargo o fracasso comercial do projeto. De um total de 3 604 apartamentos, 600 foram ofertados, mas apenas 230 foram efetivamente vendidos no primeiro ano. “Isso é coisa nenhuma, não representa nem 10% do negócio”, lamenta Carlos Fernando de Carvalho, dono da Carvalho Hosken. “Estávamos prontos para lançar tudo, mas não adianta. Faltam compradores”, completa ele. As duas empresas estão preparadas para o pior: se até 2018 os negócios não evoluírem, os apartamentos serão destinados à locação, uma operação pouco usual em empreendimentos de tal porte e ambição.
O revés sofrido pelo complexo de Jacarepaguá é um retrato emblemático da tormenta que assola o mercado imobiliário carioca. Depois de um período de euforia sem precedentes e preços estratosféricos, o setor sofreu um violento baque. Em todo o Rio, especialistas calculam que há mais de 20 000 unidades recém-construídas à espera de donos. Só a Cyrela, construtora líder no país, tem o equivalente a 1,5 bilhão de reais em estoque de imóveis na cidade. “O segmento foi atingido em cheio pela crise econômica e política do país. As pessoas estão temerosas de fazer investimentos”, avalia Leonardo Schneider, vice-presidente do Sindicato da Habitação (Secovi-Rio). A valorização desenfreada, vista em bairros como o Leblon, onde apartamentos tiveram seu preço até quintuplicado entre 2009 e 2013, é coisa do passado. A tendência agora é que os valores sofram ajustes para baixo, diante do sumiço dos compradores. Para efeito de comparação, enquanto a Ilha Pura continua com suas unidades encalhadas, um projeto similar, o da Vila do Pan, lançado em 2005, vendeu todos os seus 1 480 apartamentos em apenas seis horas. Tal feito levou Rubem Vasconcelos, presidente da Patrimóvel, a maior imobiliária do Rio, a figurar no Guinness Book, o livro dos recordes. “Agora o cenário é outro. Esta é a maior crise que conheci em 35 anos de experiência”, diz. Nos últimos meses, o empresário precisou dispensar 800 corretores, fechar cinco filiais e viu seu faturamento despencar 70%.
+ Preços de imóveis na Zona Sul começam a cair
Com imóveis sobrando e preços em queda, a crise no setor vai desenhando um panorama desolador nas novas fronteiras imobiliárias da cidade. Áreas que vinham crescendo e se desenvolvendo rapidamente, embaladas pelos novos condomínios, começam a ter lançamentos adiados indefinidamente. A construtora Carvalho Hosken, a mesma que ergue a Vila dos Atletas, suspendeu um projeto batizado provisoriamente de Gleba F, uma expansão do condomínio de luxo Península, na Barra. Da mesma forma, a luz vermelha se acendeu no Centro Metropolitano, também tocado pela empresa, próximo ao Parque Olímpico, onde não há previsão de início da construção de trinta edifícios. Com vinte obras em curso no Rio, a RJZ Cyrela, por sua vez, desistiu de erguer agora um prédio na Península e a terceira torre do Riserva Golf, o mais luxuoso residencial em obras no Rio, com pórtico copiado da loja da Louis Vuitton de Singapura e apartamentos com preço a partir de 5,7 milhões de reais. “Sabemos que estamos no meio de um furacão, mas não temos a menor ideia de quanto tempo isso pode durar. Só retomaremos esses lançamentos quando percebermos sinais de melhora no mercado”, diz Rogério Jonas Zylbersztajn, vice-presidente da RJZ Cyrela. A situação é tão crítica que as construtoras nem estão tão preocupadas com problemas como inadimplência, que sempre crescem nessas ocasiões. O que elas temem mesmo é o fantasma do chamado distrato. Embora não haja dados oficiais, as empresas já registram um sensível aumento no número de clientes que estão rescindindo contratos — e retomando parte do que pagaram. Foi o que fez o advogado Marco Cerva, 47 anos. Depois de assinar a promessa de compra e venda com a Construtora Breogan e dar 17 000 reais de sinal em um sonhado apartamento de três quartos no Méier, ele decidiu voltar atrás. “O financiamento que o banco me concedeu era pior do que o prometido pela construtora. Tive receio de arcar com prestações altas e a crise piorar”, relata.
Em um simples passeio por alguns bairros no fim de semana é possível ver junto a sinais de trânsito, onde chovem folhetos de construtoras, o esforço hercúleo para reverter o cenário. Há anúncios de feirões, saldões e todo tipo de oferta. A Gafisa, por exemplo, fez uma campanha em que arcava, até 2020, com IPTU e condomínio das unidades residenciais vendidas. Passagens aéreas para os Estados Unidos foram atrativos oferecidos pela Brookfield aos compradores de um de seus empreendimentos. Numa atitude impensável em outros tempos, várias empresas também acenam com descontos de até 50%, como a Even. Foi diante de apelos como esse que a dentista Angélica Mendes, 38 anos, encontrou uma oportunidade única. Ela adquiriu um três-quartos no Recreio que custava 800 000 reais por 530 000. “Vinha adiando a compra por causa dos preços, mas agora a situação está favorável ao comprador”, diz. Ao fechar o negócio, ela conseguiu ainda que a construtora João Fortes instalasse os armários da cozinha e pagasse um ano de TV a cabo na nova casa. “No momento em que as pessoas temem se endividar, as empresas precisam fazer concessões. Aí, quem pode mais oferece mais para alavancar as vendas”, diz João Paulo Matos, presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário (Ademi). Como diretor da Construtora Calçada, Matos lançou mão de estratégias como dar aos compradores carros populares, eletrodomésticos de linha branca e até pagar por eles as dez primeiras prestações de um novo financiamento.
A conjunção de fatores que ajudou o Rio a ser catapultado à posição de uma das cidades mais caras para morar no planeta, com transações que desbancavam as de metrópoles como Xangai e Hong Kong, já não existe mais. O entusiasmo com o pré-sal, a euforia do consumo desenfreado, do pleno emprego e do Brasil como potência emergente são meras lembranças em meio à enrascada econômica em que estamos metidos hoje. Quase ao mesmo tempo que o país teve o seu grau de investimento rebaixado, os juros da casa própria subiram pela terceira vez neste no ano — as taxas chegam a 14% — e os bancos se tornaram mais restritivos. Os investidores, que buscavam ganhos imediatos, sumiram. E áreas tidas como a menina dos olhos da corrida imobiliária, como a Zona Portuária, enfrentam a estagnação. Primeiro edifício empresarial a ser erguido no Porto Maravilha, o Port Corporate Tower, com 22 andares, foi inaugurado em novembro de 2014. Quase um ano depois, o prédio, com o selo da empresa americana Tishman Speyer e que custou 300 milhões de reais, continua com a maioria das salas vazia. Dois outros grandiosos projetos, com lançamento previsto para agora, ainda não saíram do papel: o hotel Holiday Inn Porto Maravilha, empreendimento da Odebrecht com 32 pavimentos, e as Trump Towers, complexo de seis torres e cinquenta andares que tem à frente o bilionário americano Donald Trump. “O projeto do Porto já era de médio e longo prazos, mas por causa da recessão vai demorar um pouco mais”, prevê Leonardo Schneider, do Secovi-Rio.
O fim da farra imobiliária a que estávamos acostumados, em que o dinheiro fluía com facilidade e negócios eram fechados em um piscar de olhos, não significa que o setor não voltará a apresentar os sinais de vigor que teve no passado. Analistas da área acreditam que o Rio tem tudo para sair da estagnação na frente de outras cidades. Dois fatores sustentam a tese: as grandes obras de infraestrutura urbana em curso e a exposição internacional que teremos com a Olimpíada. Como uma espécie de bônus a essa visibilidade, a alta do dólar torna os negócios por aqui bastante atraentes para os estrangeiros. “Já existem fundos de investimentos internacionais querendo adquirir lotes de apartamentos”, afirma Rubem Vasconcelos, da Patrimóvel. A máxima de que a propriedade é o bem mais seguro também ajuda a manter o setor vivo — mesmo com o ritmo moroso. “Sou o tipo de pessoa que até na crise acredita que o imóvel é um bom negócio”, ressalta o médico imunologista Luiz Weber-Bandeira. Há mais de dois anos ele comprou quatro salas comerciais na Barra, e, diante da enxurrada de ofertas, não conseguiu alugá-las. Só no seu condomínio, há outras 200 salas fechadas, na mesma situação. Apesar da experiência malsucedida, está disposto a reformar a sua clínica, em Botafogo, e criar dois andares destinados a locação para médicos. “Mesmo que não dê retorno imediato, é um investimento para os meus filhos.” Agora, resta torcer para a maré virar.
Re: Pbp da Crise - O que fazer no período? (Tópico Oficial)
Crise? Mas rapaz... Que crise? HahhahahahahaAnônimo escreveu:Quem guardou dinheiro vai se dar bem. Olha a crise imobiliária cada vez mais presente. No caso do Rio, depois das Olimpíadas, o baque deverá ser bem maior.
Cara, ao menos as bolhas quando estouram têm um efeito saneador no setor. Muita construtora merda, historicamente mal administrada e com baixa qualidade, vai quebrar e dar espaço ao surgimento de novas e melhores empresas - desde que o governo não faça merda de novo. Oremos.
Um exemplo é a PDG, empresa ruim e mal administrada há décadas mas que sobreviveu até aqui por conta desse boom imobiliário criado pelo populismo petista. Agora que a crise (que crise?!) chegou, a PDG tá encerrando atividades em várias cidades e estados. Eu acho é pouco.
Re: Pbp da Crise - O que fazer no período? (Tópico Oficial)
Um amigo acabou de receber um imóvel construído pela PDG. Ele estava desesperado com a notícia de que a construtora estava falindo. O imóvel foi entregue com quase um ano de atraso, e ele agora está tentando alugar, mas com tanta oferta de imóveis, ele está desanimado.Shin escreveu:
Crise? Mas rapaz... Que crise? Hahhahahahaha
Cara, ao menos as bolhas quando estouram têm um efeito saneador no setor. Muita construtora merda, historicamente mal administrada e com baixa qualidade, vai quebrar e dar espaço ao surgimento de novas e melhores empresas - desde que o governo não faça merda de novo. Oremos.
Um exemplo é a PDG, empresa ruim e mal administrada há décadas mas que sobreviveu até aqui por conta desse boom imobiliário criado pelo populismo petista. Agora que a crise (que crise?!) chegou, a PDG tá encerrando atividades em várias cidades e estados. Eu acho é pouco.
Re: Pbp da Crise - O que fazer no período? (Tópico Oficial)
Um engenheiro amigo meu foi contratado pela PDG ano passado com um bom salário e tava todo feliz. Teve até festa de comemoração e a porra toda. Hoje ele tá montando uma empresinha de engenharia pra pequenas obras (construção de casas, reformas domésticas e etc) porque a empresa tá fechando tudo por aqui. Ele acha que no máximo ano que vem já está desempregado.Anônimo escreveu:
Um amigo acabou de receber um imóvel construído pela PDG. Ele estava desesperado com a notícia de que a construtora estava falindo. O imóvel foi entregue com quase um ano de atraso, e ele agora está tentando alugar, mas com tanta oferta de imóveis, ele está desanimado.
Tenho algumas ações da Eternit, empresa responsável pela fabricação, dentre outras coisas, de telhas de fibra de vidro e caixas d'água. E a PDG é uma das maiores devedoras dela. É um efeito dominó. Quando uma empresa merda dessas quebra, várias outras empresas se fodem junto. É isso o que o bedelho do governo fazendo merda em todo canto cria.
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