Inglaterra islâmica? Multiculturalismo?

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terroso
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Re: Inglaterra islâmica? Multiculturalismo?

Mensagem por terroso » 14 Jan 2015 12:49

Mago escreveu:
Se vc tiver menos de 40 anos é bem provável que esteja.
Vou fazer 33... :mf_depressed:

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Mago
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Re: Inglaterra islâmica? Multiculturalismo?

Mensagem por Mago » 14 Jan 2015 12:51

Filipe escreveu:
E mais xenofóbicos, os putos n gostam de ninguém kkk.
Tenho parentes que moram lá e não falam isso... Dizem que eles são bem gente boa só não gostam de muito contato físico.

icejar
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Re: Inglaterra islâmica? Multiculturalismo?

Mensagem por icejar » 14 Jan 2015 13:00

Calma ,Galera !!! Não vamos radicalizar ,nem todos os Muçulmanos são terroristas ,pô!!! Dito isto ...

O que me preocupa é que apesar de muito Muçulmanos ,realmente não serem terroristas ,eu acho que estes são tolerados e por vezes até admirados ,pelos que não pregam a violência diretamente .

Seria mais ou menos como ,quando alguém tem um bandido na familia ,ele dá dinheiro ,remédio ,brinca com as crianças , então eu não denuncio pq ele é legal comigo e é da minha família e nunca vai fazer mal a mim !!


Agora sobre Terrorismo no Brasil e pensamentos Muçulmanos ,vejamos o que diz a nobre PROFESSORA do CENTRO ISLAMICO DE BRASILIA ...Imagina os alunos que ela deve estar formando .


HEhehehehehhe.

Fonte : O Globo http://noblat.oglobo.globo.com/geral/no ... silia.html" onclick="window.open(this.href);return false;

Quatro perguntas para... Maha Abdelaziz, professora do Centro Islâmico de Brasília
10/01/2015 - 08h02
Gabriel Garcia

Como a comunidade muçulmana avalia os ataques radicais, como o ocorrido na França?

Claro que eu não sou favorável ao terrorismo, à matança, ao derramamento de sangue, mas morrem nove pessoas e o mundo vira de ponta a cabeça. Morreu um milhão de pessoas no Egito, na Síria, na Palestina, em Borno (Nigéria), mas ninguém fala nada. Um dia antes do acontecimento na França, morreram milhares de muçulmanos em Borno. Os muçulmanos estão sendo perseguidos.

Qual a orientação a respeito das críticas feitas à religião?

Não pode haver agressão, não aceitamos que se agrida moralmente ninguém. Isso é uma agressão. Eles (jornalistas do Charlie Hebdo) tiveram um ato violento moralmente. Foi uma crítica moral ao nosso profeta.

Ataques radicais não comprometem a credibilidade muçulmana?

Claro. A religião muçulmana é uma religião da paz. Quando respondi a primeira pergunta, demonstrei indignação com a opinião do mundo. Quando morre meia dúzia de não muçulmanos, o mundo vira de ponta a cabeça, sendo que estão morrendo milhares de muçulmanos e o mundo fica olhando de camarote.

Como separar os muçulmanos fieis, aqueles pacíficos, dos radicais?

Tais termos são plantados para denegrir a imagem dos muçulmanos. Não existe terrorista, radical. Todo mundo tem o sangue quente. Como massacram os muçulmanos no mundo inteiro e não querem uma reação? Cada ação tem uma ação do mesmo tamanho e no sentido contrário. Seria tolo e idiota tanta violência, tanto massacre e ficarmos olhando. Esses ataques que vocês chamam de terrorista é uma resposta a tanta barbaridade que acontece contra os muçulmanos. Nossa religião não incentiva violência, jamais incentiva derramamento de sangue, só que infelizmente essa é a resposta à crueldade. Vocês podem esperar coisa pior.


Abs,

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Re: Inglaterra islâmica? Multiculturalismo?

Mensagem por Noob » 14 Jan 2015 13:22

icejar escreveu: Esses ataques que vocês chamam de terrorista é uma resposta a tanta barbaridade que acontece contra os muçulmanos. Nossa religião não incentiva violência, jamais incentiva derramamento de sangue, só que infelizmente essa é a resposta à crueldade. Vocês podem esperar coisa pior.


Abs,

Junior
Um comentário pertinente nessa matéria:

"Nas entrelinhas, ela considera justificável as atrocidades cometidas em nome do islamismo. Isso mostra que os radicais e extremistas tem apoio no seio da comunidade muçulmana, por gente que aparentemente não é uma ameaça à paz, como é o caso dessa senhora."
“Tu, que descanso buscas com cuidado, no mar desta vida, tempestuoso, não esperes achar nenhum repouso, senão em Cristo Jesus crucificado “

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Re: Inglaterra islâmica? Multiculturalismo?

Mensagem por Carrapeta » 14 Jan 2015 13:59

icejar escreveu: Nossa religião não incentiva violência, jamais incentiva derramamento de sangue, só que infelizmente essa é a resposta à crueldade. Vocês podem esperar coisa pior.


Abs,

Junior

Só pode ta de brinks essa mulher, não é possivel! Tenho nojo dessa gente, vão morar num país democratico, cristão, e quer impor sua cultura, seu modus operandi aos outros. Se fude!!!!
Editado pela última vez por Carrapeta em 14 Jan 2015 14:00, em um total de 1 vez.

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Re: Inglaterra islâmica? Multiculturalismo?

Mensagem por Carrapeta » 14 Jan 2015 14:36

café c/ leite escreveu:Tô vendo que virou moda criar tópico pra malhar o islamismo, só quero ver quando alguém abrir um pra criticar o cristianismo se os mesmos vão ficar com o velho mimimi de que religião não se discute e tem que respeitar. :smoke:
Bem, se algum grupo cristão matar em nome de Deus, acho justo q malhem tb.

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Mago
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Re: Inglaterra islâmica? Multiculturalismo?

Mensagem por Mago » 14 Jan 2015 14:37

Filipe escreveu:
Mas eles são brasileiros? Pq eles odeiam brasileiros lá cara. Contato físico ninguém gosta mesmo.
Sim são.

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Re: Inglaterra islâmica? Multiculturalismo?

Mensagem por Vinci » 14 Jan 2015 14:50

Urso_Verde escreveu:
Na minha família a galera morre tarde depois dos 80, afins quase no 100.

Se eu não fazer nenhuma merda com meu corpo , vou estar aqui mais uns 50 anos...

Veremos como este mundo estará
Você á palmeirense Urso, vai sofrer muito ainda..não chega aos 80 não.

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Re: Inglaterra islâmica? Multiculturalismo?

Mensagem por Noob » 14 Jan 2015 16:10

Filipe escreveu:
Mas eles são brasileiros? Pq eles odeiam brasileiros lá cara. Contato físico ninguém gosta mesmo.
brasileiro é uma desgraça. É simples assim.

Uma conhecida minha fez intercâmbio na África do Sul, 1 mês, quando ela voltou e me disse que eles não gostam de brasileiros, eu não acreditei.

Meu caro, eu sou brasileiro e odeio brasileiro, e estou falando sério, não ache que é zoação.
“Tu, que descanso buscas com cuidado, no mar desta vida, tempestuoso, não esperes achar nenhum repouso, senão em Cristo Jesus crucificado “

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Re: Inglaterra islâmica? Multiculturalismo?

Mensagem por Mago » 14 Jan 2015 17:00

Noob escreveu:
Meu caro, eu sou brasileiro e odeio brasileiro, e estou falando sério, não ache que é zoação.
Somos dois

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Re: Inglaterra islâmica? Multiculturalismo?

Mensagem por Carrapeta » 14 Jan 2015 17:23

cunecao escreveu:
Mas isso já foi feito demais. Não só isso, mas atrasar o conhecimento científico em nome de Deus também.
Vc falou certo, já foi. Hj, desconheço algum grupo cristão q pratique atos terroristas. O mais famoso, o IRA (eu acho), abandonou a luta armada, pelo menos abertamente. Os cristãos estão sendo mortos aos montes só por serem cristãos.

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liverblow
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Re: Inglaterra islâmica? Multiculturalismo?

Mensagem por liverblow » 14 Jan 2015 17:59

Montfort escreveu:Um velho professor me ensinou certa vez que quando vc tira a luz do centro as trevas logo se apoderam. Hoje, a antiga Europa, pilar da cristandade outrora, vem esforçando-se para tirar Cristo do centro. Que falta faz um MONARCA! Agora aguenta.

P.S.: Isso na Inglaterra é SERÍSSIMO. Os ingleses são, historicamente, de longe o povo mais unido da Europa.
Você ta parecendo o Feliciano.
“Eu e meu público nos entendemos perfeitamente. Eles não ouvem o que digo, e eu não digo o que eles desejam ouvir”. - Karl Kraus

“A única diferença entre a educação brasileira e o crime organizado é que o crime é organizado” - Olavo de Carvalho

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Re: Inglaterra islâmica? Multiculturalismo?

Mensagem por Gardenal_JJ » 14 Jan 2015 18:06

Ouvi de um professor de história a muitos anos que a religião Muçulmana n pega no Brasil por causa da cultura brasileira de beber, vcs podem ver q em países da europa fria tb n tem mt.

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Re: Inglaterra islâmica? Multiculturalismo?

Mensagem por icejar » 14 Jan 2015 18:50

Não podemos confundir a religião com os religiosos ou seguidores .

Li essa entrevista na Veja desta semana ,mas não estava achando para copiar .Reconheço que o momento é bem negativo para a Religião Muçulmana ,mas talvez seja a hora deles se definirem e separarem os radicais dos restantes.

Essa entrevista é bem esclarecedora em alguns pontos .Claro que não podemos dizer que o cara seja o dono da verdade ,mas que ele tem alguma propriedade para falar ,isso ele deve ter .

Sobre o porque de tantos ocidentais ,estarem indo lutar por esta causa do ISIS .
Sexo antes do casamento e seguir a doutrina a risca ...Não é bem assim .

O FASCISMO EM NOME DE ALÁ

Entrevista com Hamed Abdel-Samad

Nathalia Watkins

Há mais de um ano o cientista político egípcio Hamed Abdel-Samad vive protegido pela polícia alemã. Ele é autor do livro Der islamische Faschismus (“O fascismo islâmico”, em alemão), sem previsão de lançamento em português. A obra, que esteve durante mais de vinte semanas entre as mais vendidas na Alemanha, procura provar que há semelhanças entre o nazismo e o fundamentalismo islâmico

Samad, que defende essa ideia também em palestras, recebeu inúmeras ameaças de morte. Filho de um imã de uma tribo próxima ao rio Nilo, ele foi abusado sexualmente duas vezes na infância, algo que atribui em parte à religião, e militou durante dois anos na Irmandade Muçulmana.

Na semana passada, Samad repudiou o ataque à redação da Charlie Hebdo, mas criticou também a hipocrisia das pessoas que no passado diziam que a revista estava indo longe demais ao publicar charges de Maomé e que hoje divulgam em suas páginas de Facebook mensagens em defesa da liberdade de expressão. Ele também criticou a ideia de que o atentado não tem nada a ver com o Islã. Ele falou a VEJA por telefone de Berlim [Alemanha], onde mora.

Seu último livro equipara o islamismo político ao nazismo. Quais são os elementos em comum?

Hamed Abdel-Samad: Existem diversas semelhanças entre os dois. [1ª] Os nazistas cultivavam a supremacia racial. Consideravam que os arianos eram superiores aos demais seres humanos. Do mesmo modo, os muçulmanos fundamentalistas também se veem como os escolhidos. Acham que são mais elevados moralmente que o restante da humanidade. Assim como os nazistas, eles desumanizam aqueles que consideram diferentes, inimigos ou infiéis, e tornam legítima sua aniquilação. [2ª] Não é por acaso que o antissemitismo aparece nos dois casos. Assim como os fascistas europeus, o grupo radical egípcio Irmandade Muçulmana, os terroristas do Estado Islâmico (também conhecido como Isis) e os palestinos do Hamas não concordam com o fato de que os judeus tenham o direito de viver. [3ª] Por fim, há semelhanças na estrutura organizacional. Tanto Adolf Hitler quanto os chefes dos extremistas islâmicos são aceitos entre seus seguidores sem nenhuma negociação, de maneira cega. O conteúdo moral e ético de suas ordens jamais é questionado. Para os islamistas, a lei que rege os homens foi criada por Alá e deve haver alguém encarregado de aplicá-la, o aiatolá iraniano Ali Khamenei ou o líder do Estado Islâmico, Abu Bakr al Baghdadi.

O senhor também comparou o Islã a uma droga. Isso não se aplica igualmente a qualquer outra religião, quando levada ao extremo?

Abdel-Samad: Sim, todas as religiões podem ser como drogas. Até o budismo. Tudo depende da quantidade em que são consumidas. O limite é ultrapassado quando alguém ou um grupo insiste que as regras de convivência ditadas pela sua religião devem reger todas as situações da vida. O cristianismo enfrentou esse problema na Idade Média, durante a Inquisição. Atualmente, pelo menos na Europa, tanto o judaísmo quanto o cristianismo aceitam uma função diferente na sociedade. Os católicos reconhecem o papa não como um chefe político, mas um líder espiritual. Do Vaticano, ele não determina as políticas mundiais como um chefe de Estado.

Por que no mundo islâmico é diferente?

Abdel-Samad: No Islã muita gente acredita que o Corão é a palavra de Deus, enviada diretamente do céu para os seres humanos. O texto divide o mundo entre bons e maus, fiéis e infiéis, e determina que o islamismo deve prevalecer sobre todas as outras religiões, o que significa controlar o mundo. Se as mensagens são interpretadas à luz do que se sabe hoje, então pode haver uma mensagem que ajude as pessoas a conviver. Do contrário, quando o Corão é aplicado sem nenhuma relativização, o resultado é sempre um regime fascista, como o do Irã. O Hamas fez isso na Faixa de Gaza. A mesma coisa também aconteceu na Somália e no Sudão. Não há espaço para a democracia quando se faz uma interpretação literal do Corão. O Islã diz que as leis são as leis de Deus e isso não é negociável. Em uma democracia, quem faz as leis são os seres humanos.

Por que o senhor considera Maomé um ditador?

Abdel-Samad: Ele dizia ter acesso direto a Deus, recebia as leis e as implementava. Ninguém na sua comunidade poderia negociar com ele sobre isso.

Como o Estado Islâmico consegue recrutar tantos cidadãos ocidentais para lutar no Iraque e na Síria?

Abdel-Samad: Em mesquitas ou sites de internet, membros do Estado Islâmico dizem a jovens que em seus países eles são vistos como criminosos e diferentes. E garantem que todos são iguais e prósperos no califado que estão construindo. Além disso, afirmam que lá os jihadistas podem ganhar muito dinheiro. Quando uma cidade é tomada e um banco é roubado, por exemplo, os combatentes recebem uma boa recompensa. Eu já vi o anúncio de um egípcio que convidava outros muçulmanos para ir para o Estado Islâmico dizendo que poderiam ganhar até 5000 dólares por dia. Com tudo isso, o jovem que se sente um pária na Alemanha ou nos Estados Unidos acha que descobriu uma oportunidade de ganhar dinheiro, de se tornar o prefeito ou o juiz de uma cidade síria ou iraquiana ou de comandar uma tropa. Todos os dias, o Estado Islâmico anuncia que conquistou cidades e dá a impressão de estar vencendo, mesmo que não esteja. O Isis também não recorre à velha retórica da vitimização muçulmana, como faz a Al Qaeda. Seus membros apresentam-se como os fortes que certamente vencerão no final. Isso tudo melhora a autoestima. Assim, enquanto a Al Qaeda recrutava só suicidas, o Isis diz convocar os novos conquistadores do mundo. Essa é a diferença.

O Isis não pode se enfraquecer por disputas internas?

Abdel-Samad: Sim, e é por isso que, assim como os nazistas, o Isis criou milícias para aterrorizar dissidentes. Todos os grupos radicais, do Estado Islâmico ao nigeriano Boko Haram ou ao libanês Hezbollah, formam milicianos para impor sua ideologia na sociedade à base da violência. Não há espaço para a diversidade. Qualquer demonstração de individualismo é considerada uma ameaça, uma traição.

Em 2010 , o senhor previu o declínio do Islã. O avanço do Estado Islâmico no Oriente Médio não prova o contrário?

Abdel-Samad: Pode parecer que o grupo está em ascensão, mas, do meu ponto de vista, este é o começo da queda. A sociedade tribal e patriarcal do mundo islâmico não tem respostas às questões da modernidade, pois não permite a liberdade, uma condição básica para a democracia. Mesmo depois de ditadores como Hosni Mubarak, do Egito, ou Muamar Kadafi, da Líbia, terem sido depostos, seus países não se tornaram democráticos. A ascensão de grupos radicais como o Estado Islâmico levará mais adiante à queda do mundo árabe.

Por quê?

Abdel-Samad: No tempo de Maomé, para um ditador sobreviver bastava ter um exército forte, roubar e fazer escravos. Hoje a economia funciona de maneira diferente. Os países precisam de um sistema bancário que funcione, de uma diplomacia capaz de cultivar boas relações com outros países. Ter soldados prontos para morrer não será suficiente para muitos governos do mundo islâmico. Esse declínio será ainda mais vertiginoso daqui a vinte anos, quando o petróleo secar. As reservas são hoje a fonte do terror, mas um dia elas não estarão mais lá. Pelo que vejo, os governantes não estão criando alternativas econômicas viáveis ao petróleo.

O senhor já foi acusado de ser tão beligerante quanto os muçulmanos radicais ao dizer que o Islã político deve ser exterminado militarmente. A crítica faz sentido?

Abdel-Samad: Só um ingênuo pode achar que um grupo como o Estado Islâmico pode ser derrotado com diálogo, ainda que de um lado esteja o papa e do outro os representantes dos extremistas. Não há conversa possível, porque eles não acreditam que a outra parte tenha o direito de existir. Querem o poder total para controlar o mundo. A única opção é bombardeá-los e combatê-los com soldados. Apenas isso não solucionaria o problema, claro. Subjugá-los exige enfrentá-los pelo ar e por terra e, ao mesmo tempo, ter uma estratégia para lidar com o mundo árabe, como um novo Plano Marshall (feito para levantar a Europa arrasada após a II Guerra Mundial). Os pacifistas, que acreditam que a guerra não é a solução, precisam ver a situação concreta. Se os Estados Unidos não tivessem bombardeado os terroristas que se aproximavam da minoria religiosa dos yazidis em agosto, no Iraque, haveria um genocídio. Os soldados curdos não teriam conseguido impedir o avanço deles sem ajuda. Se esses pacifistas lessem história, aprenderiam que muita gente tentou negociar com Hitler, mas de nada adiantou. Apesar da diplomacia, o nazista tomou a Checoslováquia, a Polônia e outros países. Muitos dos alemães que me criticam hoje não existiriam se os americanos não tivessem desembarcado na Normandia e libertado a Alemanha dos nazistas. Obviamente, eu prefiro não ver uma gota de sangue sendo derramada. No mundo atual, contudo, há grupos como o Estado Islâmico, que degola inocentes, estupra meninas e dizima minorias. Não podemos só ficar fazendo correntes humanas e acendendo velas, achando que isso trará a paz.

O senhor já foi da Irmandade Muçulmana. Por que abandonou o grupo?

Abdel-Samad: Meu pai é um imã*, e eu aprendi a declamar o Corão de memória. Na universidade, entrei para a Irmandade, atraído pelo mesmo sonho que o Estado Islâmico vende hoje, o de ser parte de uma revolução. Queríamos derrubar o ditador egípcio Hosni Mubarak e participara de uma mudança social. É uma ideia muito sedutora. Durante dois anos, presenciei a lavagem cerebral que eles fazem. Em um dia muito quente, levaram-nos para um treinamento no deserto. Deram uma laranja a cada um de nós e pediram que andássemos até cair de cansaço e sede. Então nos mandaram sentar, ajoelhar e descascar a laranja. Foi um momento de êxtase. O chefe, porém, nos disse que devíamos enterrá-la e comer só casca. Eu pensei “Como assim? Ele só pode estar querendo me quebrar, tirar minha dignidade”. O objetivo é ensinar todos a obedecer cegamente. Fazem essas coisas pra que os homens não possam dizer “não”. Isso é perigoso. Até hoje, quando descasco uma laranja, sinto um sabor amargo na boca. O meu próximo passo foi ir para a Europa, onde comecei a estudar o Islã do ponto de vista científico. Foi então que comecei a ver todas as contradições e a escrever sobre isso.

O senhor afirma que foi abusado sexualmente em sua infância e põe a culpa em parte na religião. Por quê?

Abdel-Samad: Não culpo a religião, mas é um fato que vivi em uma sociedade em que a violência ocupa um papel bem forte na família e na educação. Uma criança não pode falar certas coisas. A religião tem muito disso, pois força a uma hipocrisia moral. Espera-se que os indivíduos se comportem como anjos, mas na realidade eles são pessoas normais, e isso não dá certo. Em boa parte do mundo islâmico, os homens, quando jovens, não podem se relacionar com mulheres antes de casar, mas têm desejos sexuais. Muitos acabam pegando um menino menor para se satisfazer. Cria-se assim uma atmosfera propícia para diversos crimes, e ninguém pode expô-los. Eu tinha 4 anos de meio quando fui abusado, e isso foi extremamente doloroso. Na segunda vez, eu tinha 11 anos. Ficou absolutamente claro que alguma coisa estava muito errada. Meus pais nunca souberam, até a publicação do meu primeiro livro. Eles evitaram falar comigo sobre isso.

Em Berlim, o senhor ainda recebe ameaças de morte?

Abdel-Samad: Sim. Elas começaram em junho de 2013, quando fui dar uma palestra no Cairo, depois das eleições em que Mohamed Mursi, da Irmandade Muçulmana, se saiu vitorioso. Um acadêmico, um político e um influente líder religioso disseram em um canal de televisão da Irmandade que eu deveria ser morto. Nem sequer seria preciso esperar que o Estado fizesse isso. Qualquer muçulmano poderia tomara a iniciativa porque eu teria atacado Maomé e o Islã. O político que disse isso tinha sido ninguém menos que o líder da campanha de Mursi. Na época, o ministro de Relações Internacionais da Alemanha pediu que os homens que tinham incitado esse crime fossem presos. Nada aconteceu, e Mursi apareceu abraçando esse político na televisão. Eu saí de lá e pedi à minha família que não me defendesse publicamente, pois isso seria perigoso. Mesmo assim, meus parentes receberam ameaças.

N O T A :

* Imã ou imane (em árabe امام, "aquele que guia" ou "aquele que está adiante") é o pregador no culto islâmico e também designa os principais líderes religiosos do Islamismo que sucederam ao profeta Maomé. Na doutrina sunita usa-se o título Imame [Imã] paralelamente ao título de Califa. Os xiitas, e em particular os imamitas, os chamados "Xiitas dos Doze", elevam ainda mais o significado do termo, pois observam os doze imames da família de Ali como sucessores legítimos de Maomé (para saber mais, clique aqui).

Fonte: Revista VEJA – Especial – Edição 2408 – Ano 48 – nº 2 – 14 de janeiro de 2015 – Pgs. 72-


Desculpe o texto tão longo .Mas o assunto tb é complexo .

FROST
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Re: Inglaterra islâmica? Multiculturalismo?

Mensagem por FROST » 15 Jan 2015 07:14

Hoje em foz os muçulmanos tem muito menos influência do que 15 anos atrás e essas exigências todas valem apenas para as mulheres deles, fora o fato de que muitas mulher não usam nada na cabeça.

Conheço muito muçulmano que gosta de uma putaria tanto quanto brasileiro.

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