Shin escreveu:
i) Dose? Por que? Um saiu do outro e o segundo acaba sempre apoiando o primeiro, mesmo quando o discurso é diferente. Mas beleza. E eu nunca reduzi a esquerda a socialismo e comunismo, muito pelo contrário. Sempre disse que é aqui no Brasil que ela está atrasada desse jeito. Já falei isso lá em cima umas duas vezes inclusive;
ii) Veja que o texto começa assim: "Este artigo é de inteira responsabilidade do autor, não sendo esta necessariamente a opinião da diretoria da Fenajufe". Mas vamos lá: eu respondi ao Blagoi quando ele disse que se pagamos a dívida - comumente chamada por esquerdistas, inclusive do PT, de bolsa banqueiro - seria um absurdo não gastarmos dinheiro com o Bolsa Família, quando um não tem absolutamente nada a ver com o outro. A dívida tem que ser paga. Se ela contiver irregularidades, obviamente que estas têm que ser aniquiladas, mas dizer que é um favor que se faz aos "bancos e donos de capital" é uma inverdade gigantesca. Foi isso o que o Blagoi quis inferir na defesa dele ao Bolsa Familia. Nesse mesmo texto que tu postou, Mestre, a autora diz que houve um relatório oficial em que não se constatava irregularidade alguma e um segundo, confeccionado com a ajuda dela, que diz que haviam problemas. Aliás, ainda nesse diapasão, o que foi feito do relatório daquela CPI? Eu não lembro que fim aquilo levou.
iii) Eu não ignorei tópico algum. Não lembro sequer de ter visto algum deles. Uso o tapatalk na maioria das vezes que acesso o forum e naquela aba "Participated" só ficam os tópicos em que eu já tenha respondido. Muitas vezes passo batido em vários tópicos e posto muito nos mesmos de sempre exatamente por conta disso.
Sobre o artigo do FMI, note que logo na segunda página existe um alerta:
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does not necessarily represent IMF views or IMF policy. The views ex
pressed herein should be attributed to the authors and not to the IMF, its Executive Board, or its
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Não é, portanto, a opinião do FMI; é a opinião de um dentre os grupos de estudos dentro do FMI, mas que reflete apenas as opiniões dos três autores.
Sobre a parte do artigo destacada no teu post, me parece que os autores se referem a uma desconexão entre crescimento e igualdade social, como que inferindo que as políticas do Consenso de Washington propositadamente aumentam a desigualdade esperando maior crescimento. Mas pra confirmar isso eu tenho que ler o artigo inteiro, o que pretendo fazer ainda essa semana. A respeito disso, aliás, o Piketty diz exatamente o contrário, que crescimento e redução da desigualdade - desde que propositada - são simbióticos.
Mas reservo o cuidado de ler o artigo todo antes de comentá-lo mais a fundo.
Então, só pra esclarecer, mesmo que eu não estivesse me referindo ao neoliberalismo quando tu me quotou, o Consenso de Washington não morreu; ao contrário, ainda está vivo e forte nas políticas de financiamento do FMI, tal qual se pode notar na atual situação da Grécia.
O que, acredito, está morto e sepultado é esse modelo de um keynesianismo contínuo e deturpado que surgiu da crise de 2008 e agora mostra seus sinais de agonia no mundo todo, fora os que o antecederam e que só têm histórias de miséria e desgraça social pra contar.
Só pra deixar claro mais uma vez que o quanto vc faz isso, eu não afirme isso, não quis inferir isso, não disse nada ao menos semelhantes a isso, e vc insiste em repetir essa merda.
Depois quer cobrar "honestidade intelectual" dos outros e fez beicinho quando te chamaram de chato.
O que eu quis dizer foi o seguinte, pra vcs (liberais clássicos) um dos pilares da política econômica é um estado enxuto e eficiente, porém, nós gastamos bilhões numa dívida que sempre foi objeto de desconfiança e vcs tratam como um crime mencionar o fato (mera possibilidade de auditoria), nesta hora não há liberdade, posto que o argumento é da "cut-pt", paciência...
Só pra deixar claro mais uma vez: Eu sei que ela não surgiu do nada e sei que ela DEVE ser paga.
O que me chama atenção é avidez com que se protege a dívida, sendo PROIBIDO pelos LIBERAIS qualquer discussão sobre o assunto, e a implicação com o BF.
Gastamos uma quantia quase irrisória em relação a dívida paga com o programa Bolsa fAmília, e este e as pessoas que recebem o benefício podem ser ridicularizados a todo o momento. Sempre aparece um "liberal" pra criticar o programa, diz que vai criar um geração de vagabundo, que só acomodado recebe e blá-blá-blá.
Pra mim isso é mto contraditório, não importa se o argumento "x" ou "y" veio da CUT, do FMI, ou do Olavo de Carvalho, porque é proibido discutir a dívida, e porque a todo o momento o BF pode ser criticado?
O correto é deixar de lado esse ódio partidário e discutir os dois, a dívida deve ser estudada e é óbvio que o BJ deve ser aprimorado.