Vitor Belfort, por anos, dependeu do tratamento de reposição hormonal para auxiliar na preparação para as lutas. Proibido desde o início do ano passado de usufruir do acréscimo de testosterona no organismo, o brasileiro precisou se reinventar e interromper a prática. Mas, nos exames antes do UFC 187, os números do ‘Fenômeno' surpreenderam: índice considerado normal.
Segundo os resultados dos exames divulgados pela Comissão Atlética de Nevada, Belfort apresentou 12 ng/ml e 5 ng/ml, nos dias 16 de março e 28 de abril, números maiores até do que o oponente, o campeão Chris Weidman. O americano registrou 3,7 ng/ml em ambas as amostras.
Tais números, teoricamente, tornariam indefensáveis as práticas de reposição hormonal. Entretanto, a medicina esportiva especializada em MMA (Artes Marciais Mistas, em inglês) descarta qualquer benefício ilegal de Belfort nos últimos anos. Um exame é inconclusivo para atacar o brasileiro.
Perguntado pela reportagem do ESPN.com.br sobre os surpreendentes números de Belfort, Márcio Tannure, diretor-médico da Confederação Brasileira de MMA e principal nome brasileiro consultado pelo UFC, vê a superioridade de Vitor sobre Weidman como ‘normal'.
"Não tem nada demais. Os dois estão dentro do limite, portanto considerado normais. Existem várias variáveis que podem gerar isso, então não pode se fazer qualquer afirmação sobre o benefício do Belfort", declarou Tannure, depois de analisar os exames a pedido da reportagem do ESPN.com.br.
Segundo o profissional, o organismo de Vitor pode ter voltado a produzir níveis normais de testosterona após o final do tratamento vetado pelo Ultimate desde o fim do ano passado. O brasileiro apontava insuficiência na produção do hormônio (hipogonadismo) para realizar o TRT com a liberação do UFC.
"O testosterona é liberado durante o dia, então pode apresentar diferenças, por exemplo, dependendo do horário de que cada um realizou o exame, ou da intensidade no momento de cada um. Por exemplo, é capaz que o Weidman tenha diminuído o resultado dele por conta da intensidade dos treinos durante o camp", acrescentou o médico.
"Várias coisas podem acontecer, inclusive o Vitor ter níveis normais após o final do tratamento. O corpo volta a produzir uma mais que a outra, não há nada impossível. Um treinamento de alta intensidade por diminuir qualquer exame", garantiu Tannure à reportagem.
O duelo contra Weidman neste sábado, válido pelo cinturão dos médios, será o primeiro de Belfort desde a proibição do tratamento de reposição de testosterona. O brasileiro tenta se tornar o primeiro atleta da história do Ultimate a conquistar títulos em três divisões diferentes.
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Detalhe para a parte negritada, que para mim como leigo e nao sabendo disso, eh bastante esclarecedor










