Epidemia de lesões na AKA: estaria Dana White certo?
Enviado: 04 Mai 2015 20:03
Felipe Paranhos
Campeão dos pesados, Cain Velasquez lutou cinco vezes em seis anos e está há um ano e meio sem entrar no octógono.
Luke Rockhold teve quatro lesões graves nos últimos quatro anos. Josh Thomson teve oito contusões em oito anos.
Khabib Nurmagomedov emendou duas lesões nos joelhos (a última, no menisco esquerdo, acaba de mandar o aguardado duelo com Donald Cerrone, no UFC 187, pro espaço) e deve ficar pelo menos mais 15 meses sem lutar, somando o tempo desde abril de 2014, quando derrotou Rafael dos Anjos.
Todos eles treinam na American Kickboxing Academy, a popular AKA.
Vamos combinar que tantas lesões não são coincidência? Dana White, embora não seja lá um especialista em preparação física, concorda comigo.
"Algumas das academias ainda estão na idade da pedra e precisam ser modernizadas. AKA é uma delas. Você tem Cain Velasquez, nosso campeão dos pesados, que está sempre lesionado. Esses caras caem na porrada todo dia. Ele vai treinar pra uma luta, e cai pra dentro com Daniel Cormier todo dia. Não é assim que se faz. Não hoje em dia. Precisamos nos educar um pouco mais”, falou, em entrevista à TV irlandesa Setanta Sports.
Não vou dissertar sobre o porquê de a AKA produzir tantos lutadores “de vidro”, até por não ter conhecimento técnico suficiente, mas os fatos falam por si e mostram que há mesmo algo errado.
E não é o caso de crucificarmos a academia californiana: num esporte com pouco mais de 20 anos de vida e muito menos do que isso em preparação física profissional, é mais do que normal que mesmo os principais especialistas ainda não tenham a receita perfeita para prevenir ao máximo as lesões.
Mas fica difícil entender o lado dos atletas quando eles mesmos parecem se orgulhar de tantas contusões:
"Sempre considerei nossa academia como uma academia das antigas. Ele [Dana White] diz idade da pedra, eu digo das antigas. (…) Vamos continuar fazendo isso. Podemos nos contundir de novo, mas não se vai treinar com esse pensamento. Não entro lá pensando em me lesionar”, respondeu Velásquez ao site Bloody Elbow.
Muito já se falou sobre o conceito bem particular de “respeito” e “equipe” dentro de academias de MMA, mas algumas declarações me fazem crer que o sentimento de irmandade tão forte faz com que os atletas parem de ver os problemas do seu próprio camp.
E isso atrapalha a própria carreira dos caras; afinal, quanto dinheiro mais Velasquez ganharia se não estivesse há tanto tempo sem lutar?
Para Luke Rockhold, muito da fama ruim da AKA se deve ao fato de que Cain, principal rosto da academia, tem se lesionado muito.
Mas ora, se um lutador da culturalmente valorizada categoria dos pesados joga tantas vezes fora o dinheiro investido pelo UFC na promoção de uma luta, como esperar reação diferente de fãs e do empregador, seus financiadores?
Somos a melhor academia do mundo. Querem dizer que não fazemos as coisas do jeito certo, mas somos a melhor academia do mundo. Acho que temos muitos lutadores em forma, que estão sempre lutando”, falou Luke.
Imagina quanta grana o Ultimate colocou no primeiro card realizado no México, em novembro passado, todo construído ao redor da figura de Velásquez?
Aí o campeão se lesiona de novo e haja segurar evento com Fabrício Werdum x Mark Hunt.
Ainda que não valha a pena apedrejar nenhuma academia por conta do alto número de lesões, parece óbvio que os principais treinadores e preparadores físicos precisam avaliar e estudar maneiras menos arriscadas de colocar os lutadores em forma para lutar.
E já há quem pregue o treino ‘prevenido’, caso de Conor McGregor:
Esses caras se moem tanto todo dia na academia, que eles envelhecem muito rápido. Eles desgastam seus corpos até um ponto em que eles não estão aprendendo nada, só perdendo atributos físicos e se contundindo. Eu treino inteligentemente”, declarou o irlandês.
A AKA pode ter, em um futuro próximo, os campeões dos leves (Khabib), dos médios (Rockhold), dos meio-pesados (Cormier) e dos pesados (Cain).
Agora, imagina a paciência que a gente vai precisar ter…
Follow @felipeparanhos
fonte: http://sextoround.com.br/19612-epidemia ... ana-certo/" onclick="window.open(this.href);return false;
Campeão dos pesados, Cain Velasquez lutou cinco vezes em seis anos e está há um ano e meio sem entrar no octógono.
Luke Rockhold teve quatro lesões graves nos últimos quatro anos. Josh Thomson teve oito contusões em oito anos.
Khabib Nurmagomedov emendou duas lesões nos joelhos (a última, no menisco esquerdo, acaba de mandar o aguardado duelo com Donald Cerrone, no UFC 187, pro espaço) e deve ficar pelo menos mais 15 meses sem lutar, somando o tempo desde abril de 2014, quando derrotou Rafael dos Anjos.
Todos eles treinam na American Kickboxing Academy, a popular AKA.
Vamos combinar que tantas lesões não são coincidência? Dana White, embora não seja lá um especialista em preparação física, concorda comigo.
"Algumas das academias ainda estão na idade da pedra e precisam ser modernizadas. AKA é uma delas. Você tem Cain Velasquez, nosso campeão dos pesados, que está sempre lesionado. Esses caras caem na porrada todo dia. Ele vai treinar pra uma luta, e cai pra dentro com Daniel Cormier todo dia. Não é assim que se faz. Não hoje em dia. Precisamos nos educar um pouco mais”, falou, em entrevista à TV irlandesa Setanta Sports.
Não vou dissertar sobre o porquê de a AKA produzir tantos lutadores “de vidro”, até por não ter conhecimento técnico suficiente, mas os fatos falam por si e mostram que há mesmo algo errado.
E não é o caso de crucificarmos a academia californiana: num esporte com pouco mais de 20 anos de vida e muito menos do que isso em preparação física profissional, é mais do que normal que mesmo os principais especialistas ainda não tenham a receita perfeita para prevenir ao máximo as lesões.
Mas fica difícil entender o lado dos atletas quando eles mesmos parecem se orgulhar de tantas contusões:
"Sempre considerei nossa academia como uma academia das antigas. Ele [Dana White] diz idade da pedra, eu digo das antigas. (…) Vamos continuar fazendo isso. Podemos nos contundir de novo, mas não se vai treinar com esse pensamento. Não entro lá pensando em me lesionar”, respondeu Velásquez ao site Bloody Elbow.
Muito já se falou sobre o conceito bem particular de “respeito” e “equipe” dentro de academias de MMA, mas algumas declarações me fazem crer que o sentimento de irmandade tão forte faz com que os atletas parem de ver os problemas do seu próprio camp.
E isso atrapalha a própria carreira dos caras; afinal, quanto dinheiro mais Velasquez ganharia se não estivesse há tanto tempo sem lutar?
Para Luke Rockhold, muito da fama ruim da AKA se deve ao fato de que Cain, principal rosto da academia, tem se lesionado muito.
Mas ora, se um lutador da culturalmente valorizada categoria dos pesados joga tantas vezes fora o dinheiro investido pelo UFC na promoção de uma luta, como esperar reação diferente de fãs e do empregador, seus financiadores?
Somos a melhor academia do mundo. Querem dizer que não fazemos as coisas do jeito certo, mas somos a melhor academia do mundo. Acho que temos muitos lutadores em forma, que estão sempre lutando”, falou Luke.
Imagina quanta grana o Ultimate colocou no primeiro card realizado no México, em novembro passado, todo construído ao redor da figura de Velásquez?
Aí o campeão se lesiona de novo e haja segurar evento com Fabrício Werdum x Mark Hunt.
Ainda que não valha a pena apedrejar nenhuma academia por conta do alto número de lesões, parece óbvio que os principais treinadores e preparadores físicos precisam avaliar e estudar maneiras menos arriscadas de colocar os lutadores em forma para lutar.
E já há quem pregue o treino ‘prevenido’, caso de Conor McGregor:
Esses caras se moem tanto todo dia na academia, que eles envelhecem muito rápido. Eles desgastam seus corpos até um ponto em que eles não estão aprendendo nada, só perdendo atributos físicos e se contundindo. Eu treino inteligentemente”, declarou o irlandês.
A AKA pode ter, em um futuro próximo, os campeões dos leves (Khabib), dos médios (Rockhold), dos meio-pesados (Cormier) e dos pesados (Cain).
Agora, imagina a paciência que a gente vai precisar ter…
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