Se o termo "dor de cotovelo" pudesse ser traduzido em um nome, ele seria Justin Gaethje. O peso-leve do UFC fez diversas críticas ao brasileiro Charles do Bronx, atual campeão da categoria, e desdenhou da sequência de pito vitórias que o paulista teve antes de disputar o cinturão contra Michael Chandler. Segundo a entrevista dada por Gaethje ao programa "UFC Unfiltered", não foram lutas de alto calibre. O americano também deixou claro que acha que Do Bronx é um desistente, citando o primeiro round da luta contra Chandler.
Justin Gaethje fez duras críticas ao estilo de luta de Charles do Bronx — Foto: Getty Images
- Foram grandes lutas, mas não foram lutas do calibre de uma disputa de cinturão. Não tem como negar. Mas ele tem o cinturão, e pode me mandar enfiar o cinturão na b***** e vencer oito lutas seguidas depois. É o que eu faria se fosse ele. Mas estou em uma ótima posição, não preciso vencer oito lutas seguidas para disputar o cinturão. Só preciso de uma vitória. Espero que ele também vença, porque eu adoraria enfrentá-lo e mostrar do que estou falando. Charles desiste fácil, e mostrou isso na luta contra Michael Chandler. No fim do primeiro round ele estava mal, não queria mais estar ali. Ele parece que quer fugir do octógono quando as coisas ficam feias. É o que eu penso, e acho que Dustin Poirier vai acabar com ele.
Charles do Bronx nocauteou Michael Chandler no segundo round no UFC 262 — Foto: Getty Images
Perguntado sobre o que achava da luta entre o brasileiro e Dustin Poirier, marcada para o UFC 269, em dezembro, Gaethje disse ser um duelo interessante, mas não acredita que o brasileiro consiga levar o desafiante para o chão para usar o seu jiu-jítsu.
- É um duelo muito interessante. Eu aposto em Poirier, com muita certeza. Charles do Bronx é um grande grappler, mas não tem muita habilidade para levar os adversários para o chão. E Poirier é canhoto - é sempre difícil e diferente lutar contra canhotos, porque não há muitos lutadores canhotos. Poirier faz um grande trabalho no controle de distância. Charles não é Khabib, ele não atropela seus adversários para encurtar a distância. Ele precisa escolher entre derrubar ou usar a luta agarrada para buscar o clinche. Charles tem boas quedas no clinche, e essa é a única forma que ele derruba seus rivais. Mas não vejo Poirier ficando muito tempo no clinche.
Charles do Bronx dominou Tony Ferguson por três rounds no UFC 256 — Foto: Getty Images
Justin Gaethje também atribuiu a ele mesmo boa parte do mérito da vitória de Charles do Bronx sobre Tony Ferguson. Segundo ele, o brasileiro só conseguiu ter a atuação dominante que teve diante de Ferguson por ele, Gaethje, ter castigado o rival quando os dois lutaram por quase cinco rounds.
Justin Gaethje nocauteou Tony Ferguson no quinto round no UFC 249 — Foto: Getty Images
- Eu ainda não acredito muito em Charles, e tenho ouvido muita mer*** por causa disso. Ele conseguiu oito vitórias seguidas, mas se formos analisar bem, Tony Ferguson foi o maior nome que ele venceu nesta sequência, de longe, mas isso aconteceu após eu colocá-lo em um inferno por 24m15s. Eu não acabei com a carreira dele porque esse cara é um lutador especial, e nunca se entregará, mas existe uma forma específica de enfrentá-lo, e eu mostrei qual era. Portanto, a vitória dele não foi tão sensacional quanto disseram, e nem foi tão boa quanto a minha sobre Tony, quando ele estava invicto havia 12 lutas. Depois do que eu fiz com ele, a vitória de Charles não foi tão boa assim. É a minha opinião.
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