Bate-Estaca planeja mudança para Las Vegas e diz ter sonho de ser embaixadora do UFC no Brasil

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Dillan Grau
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Bate-Estaca planeja mudança para Las Vegas e diz ter sonho de ser embaixadora do UFC no Brasil

Mensagem por Dillan Grau » 22 Mai 2020 05:52

Lutadora da PRVT pretende ir para os Estados Unidos com esposa, treinador e companheiros de treinos para usar estrutura do Ultimate

Jéssica Bate-Estaca sempre relutou em mudar para os Estados Unidos. Atleta da Paraná Vale Tudo, em Niterói (RJ), a lutadora costumava bater na tecla de que é possível ser campeã do Ultimate treinando no Brasil e provou isso ao conquistar o cinturão do peso-palha em maio do ano passado, quando nocauteou Rose Namajunas, antes de perder o título para Weili Zhang, em agosto. A brasileira, porém, foi convencida por seu treinador, Gilliard Paraná, e sua esposa, Fernanda, de morar em Las Vegas (EUA) por um tempo para utilizar a estrutura do Ultimate e permitir que seu técnico possa expandir a PRVT para fora do país.

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Jéssica Bate-Estaca quer se mudar em breve para Las Vegas — Foto: divulgação/UFC

Ainda sem data marcada para a viagem por conta da pandemia do Covid-19, Jéssica deve ir com outras atletas da equipe para os Estados Unidos, como Karol Rosa, Priscila Pedrita, Mariana Morais e Jéssica Delboni. Além de usar o Instituto de Performance do UFC, os atletas da PRVT também treinarão na academia de Rafael Alejarra, ex-preparador físico de nomes como Cris Cyborg e Wanderlei Silva, recém-construída em Las Vegas. Alejarra e Paraná, inclusive, farão uma parceria. A decisão da mudança surgiu exatamente em abril deste ano, quando Bate-Estaca viajou para enfrentar Rose Namajunas no UFC 249, que inicialmente aconteceria no dia 18 de abril. A luta não aconteceu, o evento foi remarcado e a brasileira voltou para seu país, mas acredita que valeu a pena ter ido mesmo sem lutar.

- Para mim não foi tão ruim, consegui aproveitar bastante. Fui para Las Vegas, por mais que a luta não tenha acontecido, me deu muito incentivo para, depois dessa pandemia, tentar pela primeira vez passar uma temporada nos Estados Unidos para aprender inglês e melhorar questões técnicas. O mestre vai junto, ele queria há muito tempo. A gente acabou encontrando o Alejarra lá, e ele deu um feedback muito legal para o mestre, que já queria montar uma PRVT fora do Brasil, e eles fizeram essa parceria. Por mais que não tenha rolado a luta, consegui pensar nisso de morar fora do Brasil e ajudar com a PRVT dos sonhos dele. A gente combinou de que assim que passar a questão da pandemia, seria uma ótima hora para irmos e conseguirmos fazer esses treinos. Até porque, se for treinar com Alejarra lá, tenho que começar antes de ter luta marcada, para ele começar um trabalho comigo desde o inicio, do off até o on, e conseguir fazer uma preparação física boa para que eu aguente 15 rounds seguidos batendo na mulher com gás infinito - afirmou Jéssica, ao Combate.com.

Com a ideia de mudança para os Estados Unidos tendo amadurecido nesta última viagem, Jéssica disse que não se arrependeu de ter voltado para o Brasil e ficado sem lutar, mesmo vendo que os eventos do UFC estão sendo realizados.

- Acredito que ganhei muitos pontos com o UFC. Até foi oferecido ficar em Las Vegas, o UFC custearia tudo, mas o medo de ficar trancada lá e não poder voltar para o Brasil foi tão grande que quis voltar. Acabou que meu visto venceu, não vou conseguir voltar para os Estados Unidos tão cedo, mas a gente tem esperança na Ilha da Luta, como o Dana White disse, então estamos aguardando para poder ir lá e lutar. Acho que o UFC vai dar prioridade para mim e para a Karol (Rosa), que estávamos com lutas marcadas. Não me arrependi (de ter voltado para o Brasil). Às vezes penso que podia ter ficado, porque realmente aconteceram os eventos, mas precisava estar no Brasil para resolver algumas coisas, e ficar em casa está sendo muito bom. Continuo treinando, mantendo a forma e estou fazendo coisas que não fazia há muito tempo em casa: pintar o muro, fazer reformas que tinha que fazer... Sempre fui muito ativa, mas por conta dos treinos e lutas não conseguia fazer isso. Está sendo bem legal.

Outro motivo encontrado por Bate-Estaca para mudar para os Estados Unidos é poder aprender a falar inglês com fluência e se comunicar diretamente com o Ultimate, sem precisar de alguém que lhe auxilie nas traduções. A lutadora ainda revelou que seu plano é, depois que se aposentar, virar embaixadora do UFC no Brasil, como é Rodrigo Minotauro atualmente.

- Queria ficar no Brasil, gosto da minha vida, minha comida, não queria ir. Quando fomos agora pra Las Vegas senti essa vontade de ir porque os recursos seriam mais fáceis pra mim. Tem o centro de treinamento, poderia treinar lá, fazer preparação física, vários médicos, fisioterapeutas, tudo que tem lá é muito grande, fora a alimentação, porque a gente pode comer de graça também (risos). Está na hora de aproveitar o que o UFC proporciona, e no Brasil não conseguimos aproveitar nada disso. Andei pensando também pela forma que me comunico com o pessoal do UFC. Vejo que todo mundo quer conversar comigo, mas na hora de conversar preciso que traduzam pra mim. Aquela conexão que era pra existir, não tem, porque sempre tem alguém no meio e nunca sai do jeito que a gente fala. Ir pra lá, aprender a língua pra poder conversar com Dana White e a organização será muito bom pra mim, até mesmo pro futuro como embaixadora do UFC no Brasil, que quero ser das mulheres. Depois que apareceu essa posição, falei que quero ser, mas quero ser a das meninas. Já temos o Minotauro dos meninos e quero cuidar das meninas. Já falei pra ele e ele ficou todo feliz: "Vai ser com certeza. Vai sim".

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Jéssica Bate-Estaca vai se mudar com seu treinador, Gilliard Paraná, e sua esposa, Fernanda — Foto: Getty Images

Enquanto segue em sua casa em Niterói, Jéssica continua treinando e mantendo a forma física. Atualmente com cerca de 63kg, a lutadora disse que costuma viajar para as lutas com 60kg e que estaria pronta para aceitar seu próximo confronto hoje, se fosse oferecido. Bate-Estaca também acredita que a revanche contra Namajunas deve seguir no radar do UFC.

- Eu não sou de escolher adversária, para mim quem vier está muito bom, estarei preparada, mas acredito que o UFC me dê a Rose mesmo ou até a Rose esteja esperando passar tudo isso, e eu conseguir o visto para poder lutar. Acredito que saia lá pra julho ou agosto, não sabemos quanto tempo vai durar a pandemia e a gente vai aguardando. Se o UFC conseguir fazer a ilha da luta, acredito que agosto ou julho esteja pronta e vamos lutar. Até mesmo porque, se ela quisesse lutar com outra menina, já teria aceitado. Ela já está nos Estados Unidos, é mais fácil para ela lutar e até agora não apareceu nada dela. Acredito que esteja esperando nossa luta e só vou poder lutar mesmo em julho ou agosto. Se abrir amanhã, já estou pronta. Senão, tenho que ficar aguardando e esperando.

Jéssica Bate-Estaca também elogiou o Ultimate por ter retornado às atividades durante a pandemia, com a realização de três eventos em Jacksonville (EUA).

- Acredito que o UFC não faça nada sem ter certeza do que está fazendo. Tiveram todos os cuidados possíveis para ninguém pegar o vírus. Até agora não soubemos de ninguém que depois que lutou teve algum sintoma. Acredito que estão cuidando bem de todo mundo. Só teve o caso do Jacaré, mas ele estava desconfiado que estava com o vírus, tanto que na pesagem ele ficou bem distante do adversário, com máscara, luva, agora ele está em quarentena se recuperando. Foi muito bom pra gente que é lutador saber que nossa organização está cuidando bem dos atletas e que a gente vai poder lutar. Foi uma alegria muito grande quando vi que o UFC ia acontecer de verdade. Dá uma esperança pra gente que é lutador. Eu consigo viver muito bem até depois do fim do ano, mas tem muita gente que não. Acredito que foi uma luz no fim do túnel pra essas pessoas que precisam lutar - concluiu.

https://globoesporte.globo.com/combate/ ... asil.ghtml
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