A estreia no UFC é sempre um momento de muita expectativa para os lutadores, e lidar com essa situação pode atrapalhar mais tarde dentro do octógono. Por isso, manter a mente saudável pode fazer toda a diferença. E foi diante disso, e por uma experiência recente que fugiu ao seu controle, que Ricardo “Carcacinha” Ramos optou por um trabalho mental antes de subir ao cage neste próximo sábado, no “UFC: Bermudez x Zumbi Coreano”, em Houston, quando enfrenta o japonês Michinori Tanaka em sua primeira luta oficial no Ultimate.
- Não me sinto ansioso no momento, estou feliz com o que está acontecendo comigo. Trabalhei bastante para minimizar essa ansiedade, fiz ioga, coaching e tratamento psicológico para lidar da melhor forma com o que está acontecendo. Estou bem tranquilo e preparado - avisou o lutador do peso-galo, que treina na Black Sheep MMA, em Campinas.
A preocupação com o aspecto psicológico começou depois que Carcacinha fez duas lutas diante do presidente do UFC, Dana White, no ano passado, antes de acertar contrato com a companhia. Em fevereiro, no Legacy FC 51, o brasileiro foi finalizado pelo americano Manny Vazquez ainda no primeiro round. Ali, diante da oportunidade de mostrar ao chefão que tinha possibilidades de fazer parte do UFC, chegou a achar que não teria mais futuro no esporte.
- Foi uma experiência ótima, mas naquele momento pensei que minha carreira tinha acabado. Foi uma decepção grande na minha vida, depois tive uma segunda chance e fui lá e agarrei de uma boa forma, finalizei no segundo round. Foi um nervosismo muito grande no dia da derrota, isso abriu os olhos para fazer esse trabalho psicológico. Esse problema de ficar nervoso trabalhei muito. Só me fortaleceu essa experiência - disse Carcacinha, que em agosto venceria o americano Alfred Khashakyan no primeiro episódio da segunda temporada do programa “Dana White Looking For A Fight”, novamente sob os olhares do presidente do UFC.
Aos 21 anos e com nove vitórias e uma derrota em seu cartel - sendo oito vitórias por nocaute ou finalização -, Ricardo Carcacinha já fez história ao se tornar o brasileiro mais jovem a assinar contrato com o UFC. Mesmo com apenas um mês entre a definição de sua luta e o evento em Houston, o lutador se disse bem preparado.
- Me mandaram a proposta com quatro semanas de antecedência, mas já estava vindo num ritmo de treino bom. Só foquei no adversário e terminei o trabalho, fazendo a dieta. Tudo certinho. Dei o meu melhor.
Sobre o japonês Michinori Tanaka, que tem 11 vitórias e duas derrotas na carreira, Carcacinha disse ter visto todas as suas quatro lutas no UFC, onde tem dois triunfos e dois tropeços.
- Assisti a quatro lutas. Consegui ver a última, contra o Rani Yahya, e deu para ver bastante coisa. Vi que ele tem um jogo de solo bem enjoado, é muito difícil de estabilizar posição e finalizá-lo. Mas preparei algumas coisas para o chão, vi que ele cede posição também, tenho um jogo muito movimentado. Acredito que pode ser finalizado ou nocauteado. Estou preparado para os dois.
De olho no futuro, Ricardo Carcacinha olha para o presente e se espelha em dois campeões do UFC. Na verdade, acredita que o equilíbrio entre os estilos de José Aldo e Conor McGregor pode o tornar um expoente do esporte.
- Vejo o José Aldo, que tem uma trajetória bonita, um cara muito sofrido. Batalhou e teve tudo na raça. Mérito total dele. E admiro muito a história do Conor, que é um cara oposto da personalidade do Aldo, mas tem uma história de vida bacana e se impõe. Vejo os dois como exemplos. O ideal era encontrar um equilíbrio entre os dois.
Fonte; http://sportv.globo.com/site/combate/no ... o-ufc.html