Hoje fundamentais nos eventos do UFC, as mulheres só passaram a lutar na maior organização de MMA do mundo em 2013, quando Ronda Rousey fez a sua estreia na franquia contra Liz Carmouche, no UFC 157, em um marco histórico para a companhia, tendo em vista que o presidente do Ultimate, Dana White, havia declarado que mulheres nunca competiriam em sua organização.
No entanto, por mais que a polêmica declaração de Dana tenha repercutido bastante durante anos, outra grande atleta da história do MMA feminino, Gina Carano, surpreendeu ao revelar que o mandatário, na verdade, a abordou anos antes com o interesse de trazê-la para o plantel do UFC, na época em que ela era, de forma incontestável, a lutadora feminina mais famosa do mundo. Naquele período, Gina competia no Strikeforce e estava em preparação para o duelo contra Cris Cyborg, que acabou sendo sua última aparição no MMA, em 2009.
“Eu e Dana conversamos um pouco antes de eu lutar contra Cris Cyborg, Dana e Lorenzo Fertitta me levaram ao escritório deles e basicamente eles disseram: ‘gostaríamos que você viesse e fosse a primeira lutadora feminina da nossa organização. Simplesmente não pude fazer isso porque tinha minhas promessas e meu contrato com o Strikeforce”, disse Gina Carano, em entrevista ao podcast “PBD”.
Após ser nocauteada por Cris Cyborg ainda no primeiro round, Carano acabou concentrando seu tempo na transição para atuar em filmes. A americana nunca se aposentou oficialmente e também afirmou que as conversas sobre uma possível ida para o UFC voltaram a esquentar depois que Ronda Rousey passou a ganhar destaque na companhia.
No ano de 2014, Gina Carano manifestou interesse em retomar sua carreira no MMA e, com isso, teve algumas reuniões com Dana White sobre a possibilidade de assinar um contrato para uma luta contra Ronda Rousey. Anos depois, no entanto, Dana chegou a afirmar que Carano era “o ser humano mais difícil com quem já lidou”, e qualquer esperança de um acordo com o Ultimate diminuiu drasticamente.
Carano, por sua vez, não entrou em detalhes sobre as aparentes dificuldades que teve para fechar um acordo com o UFC, mas deixou bem claro que o que impossibilitou uma possível luta contra Ronda Rousey foi uma “incapacidade” de Dana White em manter silêncio sobre o combate enquanto ela tentava voltar à forma para o duelo.
“Precisava de seis meses. Porque, antes de tudo, para cortar peso naquela época, eu teria dificuldade, porque todas as mulheres estavam na divisão peso-galo (até 61kg) e eu só poderia chegar a 66kg, mas houve apenas duas vezes na minha carreira em que desci para 61,6kg e 63kg, e isso é como cortar uma perna para mim. Seria muito difícil, mas era onde todas as mulheres estavam naquela época”, disse Gina Carano, que seguiu:
“Me sentei com Dana e disse que gostaria que eles tivessem me abordado há cinco anos, porque estou esperando por isso, então só precisava de um tempo e precisava que ele mantivesse isso quieto. Sobre o Dana, eu o amo agora, ele tem sido incrível, mas o Dana é o Dana. Ele imediatamente começou a falar sobre isso (possível luta contra Ronda) e tornou minha vida muito difícil”, finalizou.
Atualmente com 41 anos, Gina Carano contabiliza sete vitórias e apenas uma derrota – sofrida para Cris Cyborg – em sua carreira no MMA. Aos 37, Ronda Rousey está aposentada do MMA desde 2016, quando foi derrotada por Amanda Nunes no UFC 207. Em seu cartel, “Rowdy” somou 12 triunfos e amargou dois reveses.
https://tatame.com.br/ronda-rousey-gina ... -silencio/
