Paulo Borrachinha explica segunda cirurgia no braço e projeta retorno ao UFC a partir de abril

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Dillan Grau
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Paulo Borrachinha explica segunda cirurgia no braço e projeta retorno ao UFC a partir de abril

Mensagem por Dillan Grau » 19 Dez 2019 05:54

Lutador brasileiro conta que rompeu bíceps novamente e teve de passar por duas cirurgias em espaço de três meses. Ele revela também lesão na costela antes de vitória sobre Romero

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Quando Paulo Borrachinha venceu Yoel Romero por decisão unânime no UFC 241, em agosto, se colocou na posição de desafiante número 1 no peso-médio do Ultimate. Sua viagem para a Austrália para acompanhar a luta de unificação dos cinturões e as subsequentes provocações do novo campeão Israel Adesanya pareceram solidificar esta posição. Por isso, foi uma surpresa para seus fãs quando o presidente do UFC, Dana White, anunciou em outubro que o lutador brasileiro ficaria afastado por oito meses e que a companhia buscava um novo desafiante para Adesanya.

Em entrevista ao Combate.com via Skype, Borrachinha explicou com detalhes o processo que resultou no seu afastamento. O peso-médio lembrou que o tendão de seu bíceps esquerdo se rompeu em seus últimos três camps de treinamento e que, por isso, foi forçado a operar para tentar resolver o problema crônico.

- Eu começava a sentir muita dor, continuava treinando, e verificava através de exames que havia uma coisa errada com o braço, que o tendão estava rompido. Ele chegava a romper até 40%, e aí para não chegar à ruptura total, eu tinha que parar de treinar durante duas semanas pra ter o início de uma regeneração do tendão e poder fazer a luta. Isso gerava um déficit de potência, de condicionamento físico, de velocidade, de precisão absurdamente enorme. Mas mesmo assim, fiz minhas últimas duas lutas com esse problema. Foi uma superação, ter que lidar com tudo isso e ainda lutar em alto rendimento.

Após a vitória sobre Romero, Borrachinha enfim ouviu seu médico, que afirmou que, se ele não operasse, teria ruptura total. Seguro na posição de desafiante número 1 após a vitória sobre o cubano, o lutador brasileiro acreditou ser o momento certo para operar. O prazo de seis meses para recuperação significava que ele poderia retornar em janeiro para enfrentar o vencedor entre Robert Whittaker e Israel Adesanya, à época campeões linear e interino, respectivamente, da divisão.

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A cicatriz da segunda cirurgia no braço de Paulo Borrachinha — Foto: Reprodução/Instagram

Dois meses depois, Paulo Borrachinha viajou a Melbourne para acompanhar a luta entre os dois. Lá, durante um exercício do processo de reabilitação, sentiu uma fisgada na região. Avaliado pela fisioterapeuta do UFC, foi reconfortado que não havia sido nada demais. No entanto, quando retornou à Califórnia, onde operou e está fazendo sua recuperação, recebeu más notícias: uma ressonância magnética acusou que o tendão saiu quase todo de dentro do osso. Ele teria que refazer a cirurgia.

- O cirurgião optou por fazer uma cirurgia diferente do comum. Ele disse, "Olha, tem 20 anos que eu faço cirurgia e isso nunca aconteceu com ninguém. Acho que você tem uma fisiologia um pouco diferente. Sua musculatura está tracionando muito o tendão fora do osso. Então o que eu vou fazer agora: em vez de só passar esse cabo ao redor, eu vou costurar por dentro do tendão, amarrar, passar várias vezes por dentro do tendão. Vai ficar mais dolorido, mas vai ficar mais firme." Ele passou esse cabo de aço por dentro do tendão e foi até o bíceps.

O lutador mineiro garante que não tinha escolha: precisava fazer as duas cirurgias, ou sua longevidade no esporte estaria em risco.

- É a mesma lesão, é recorrente. O tendão não cicatriza sem o procedimento cirúrgico. Quase não tem irrigação sanguínea, não se regenera. O que ele cria é uma fibrose, que não é tão forte, se forçar, rompe de novo. Foi o que aconteceu em março (de 2018), contra o (Uriah) Hall, adiaram a luta de abril para julho. Eu machuquei de novo, mas não falei nada. Eu precisava da cirurgia uma hora ou outra. A categoria está devagar, acabei de ganhar do Romero, senti minha disputa de título como confirmada, então falei que era o momento de fazer.

- Eu tinha que fazer, estava lutando quase com um só braço. Pensava: "Na luta, se romper, rompeu". É uma coisa maluca, você não pode ficar vivendo com isso.

Apesar de admitir frustração com a sequência de lesões no bíceps esquerdo, que o limitaram a apenas uma luta em 2018 e uma luta em 2019, Borrachinha garante que não se abala com a situação. Ele segue treinando outras coisas, como pernas, condicionamento cardiovascular, mas com mais cautela e calma com sua recuperação. O peso-médio também afirma que o camp para a luta contra Yoel Romero teve ainda mais lesões e obstáculos.

- Eu sou muito motivado, tenho psicológico muito forte, é muito difícil algo me abalar. O camp para essa luta foi coisa de maluco, tive costela quebrada no início do camp, o que seria motivo suficiente para não lutar. Mas eu sabia que essa luta tinha sido adiada três vezes antes. Não dava para adiar a quarta. Ia treinar duas vezes por dia, tampava na porrada, com a costela quebrada e o bíceps rompido. Estava todo arregaçado, quebrado. Comprei um colete de kart, com proteção torácica forte para proteger a costela. Foi uma superação a cada dia. As pessoas não têm ideia do que passei.

Agora, sobra a paciência para dosar a expectativa para seu retorno. Calculando os seis meses da segunda operação, Borrachinha estima que possa retornar entre março e abril.

- Depende da evolução. Cada indivíduo é um indivíduo. Minha recuperação está rápida, até isso tem que tomar cuidado, porque evolui bem, mas o tendão tem um tempo, o osso tem um tempo. Às vezes estou me sentindo bem, quero pegar peso, mas tem que tomar cuidado. Estou pensando em abril.

https://globoesporte.globo.com/combate/ ... bril.ghtml
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